ATA DA CENTÉSIMA DÉCIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 03.12.1997.

 


Aos três dias do mês de dezembro do ano de mil novecentos e noventa e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Cláudio Sebenelo, Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Guilherme Barbosa, João Carlos Nedel, João Dib, João Motta, Juarez Pinheiro, Nereu D'Ávila, Paulo Brum e Sônia Santos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Antônio Losada, Clênia Maranhão, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Hélio Corbellini, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol e Renato Guimarães. Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Centésima Oitava Sessão Ordinária e da Quarta Sessão Extraordinária, que foram aprovadas. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Eliseu Sabino, os Pedidos de Informação nºs 192 e 193/97 (Processos nºs 3614 e 3637/97, respectivamente); pelo Vereador Gilberto Batista, o Projeto de Lei do Legislativo nº 207/97 (Processo nº 3533/97); pelo Vereador Luiz Braz, os Pedidos de Informação nºs 180 a 189/97 (Processos nºs 3583 a 3592, respectivamente) e a Emenda nº 04 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 160/97 (Processo nº 2670/97); pelo Vereador Nereu D'Ávila, as Emendas nºs 05 e 06 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 160/97 (Processo nº 2670/97); pelo Vereador Reginaldo Pujol, o Projeto de Lei do Legislativo nº 203/97 (Processo nº 3454/97) e a Emenda nº 03 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 160/97 (Processo nº 2670/97). Ainda, foram apregoados os Ofícios de autoria do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, de nºs 541/97, informando que terá de ausentar-se do Município nos dias quatro e cinco de dezembro do corrente, e 543/97, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 60/97 (Processo nº 3648/97). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 535/97, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 20/97, do Senhor Luiz Cláudio Pereira, Presidente da Câmara Municipal de Gravataí/RS; 289/97, da Senhora Florence Rosa, Diretora do Departamento de Integração Latino-Americana da Secretaria do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais do Estado/RS; 661/97, do Desembargador Adroaldo Furtado Fabrício, Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul; 1050/97, do Senhor Sérgio Gilberto Porto, Procurador-Geral de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul; 2218/97, do Senhor Murilo Flores, Secretário de Desenvolvimento Rural do Ministério da Agricultura e do Abastecimento - SDR/MA; s/nº, da Senhora Idalina da Silva Nunes, Presidenta da Seicho-No-Ie do Brasil, Regional RS - Rio Branco; s/nº, do Senhor Neverton Carneiro D'Ávila, Gerente do Banco Amazônia S.A.; Convites: da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra - Delegacia no Rio Grande do Sul, para a Sessão Solene de encerramento do XXXIV Ciclo de Estudos de Política e Estratégia; do Coronel José Dilamar Vieira da Luz, Comandante-Geral da Brigada Militar, para a solenidade de conclusão do "Estágio Básico de Socorrista - 1997"; da União Nacional de Vereadores - UNV, para o II Encontro Nacional de Vereadores, Prefeitos, Vice-Prefeitos, Deputados, Senadores, Secretários e Assessores; da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, para o Seminário "Juventude e Direitos Humanos", para o ato de assinatura dos contratos com o Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata - FONPLATA e para a Semana do Guaíba 1997; da Vereadora Sônia Santos, Presidenta da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara Municipal de Porto Alegre, para o Painel sobre Portadores de Deficiência Mental; Telegramas: do Senhor Antônio Britto, Governador do Estado do Rio Grande do Sul; da Senhora Eunice Nequete, Procuradora-Geral do Estado do Rio Grande do Sul; do Senhor Arno Frantz, Deputado Estadual/RS; do Senhor Eliseu Padilha, Ministro de Estado dos Transportes. Após, o Senhor Presidente registrou a presença do Vereador Lauri Giuliani, 1º Secretário da Câmara Municipal de Santo Ângelo e da Frente Rio-Grandense de Parlamentares e Executivos Portadores de Deficiências, e concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Juan Rodolfo Metzler, Diretor-Presidente do Instituto do Excepcional, que discorreu sobre as atividades realizadas pelo Instituto que preside, afirmando ter sido ele criado como forma de amenizar as dificuldades enfrentadas pelas quatro casas-lares de excepcionais existentes em Porto Alegre, em especial no referente a atendimento e tratamento médico-hospitalar. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Paulo Brum saudou o Vereador Lauri Giuliani e o Senhor Juan Rodolfo Metzler, ressaltando a importância do trabalho realizado por entidades como o Instituto do Excepcional e registrando ser hoje o Dia Internacional de Luta das Pessoas Portadoras de Deficiência, as quais buscam superar dificuldades e exercer plenamente a sua cidadania. Após, o Senhor Presidente manifestou o apoio da Casa à luta dos portadores de deficiências e, às quatorze horas e trinta e cinco minutos, declarou suspensos os trabalhos da presente Sessão, que foram reabertos às quatorze horas e trinta e sete minutos, constatada a existência de "quorum". Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Oflides de Oliveira Paz Júnior, Vice-Presidente da Associação Rio-Grandense de Unidades Móveis de Alimentação, bem como de trabalhadores na área da venda móvel de lanches. Também, registrou as presenças dos Senhores Itamar Anaí, Ruth Saraiva e Vera Lúcia Paz e de vários representantes das Vilas Campos do Cristal e Estaleiro Só. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Dib solicitou o envio à Casa da maquete referente ao projeto de construção de uma pista de eventos em Porto Alegre, manifestando-se contrariamente à realização desta obra nas proximidades do Parque Marinha do Brasil e registrando que o Prefeito Municipal não poderá iniciar esta obra sem a devida autorização deste Legislativo. A seguir, o Senhor Presidente informou que a maquete do projeto de construção de uma pista de eventos em Porto Alegre já se encontrava exposta na sala do Memorial da Câmara. Após, foram apregoados o Ofício nº 2472/97, encaminhado pelo Presidente da Casa ao Senhor Prefeito Municipal, solicitando informações acerca do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 01/97, bem como o Ofício nº 540/97, encaminhado pelo Executivo Municipal em resposta ao Ofício nº 1153/97. Também, informou acerca dos resultados de reunião da Mesa Diretora com Lideranças de Bancada, realizada ontem, para encaminhamento dos trabalhos neste final de ano legislativo, registrou a inauguração, hoje, às dezoito horas e trinta minutos, na Avenida Cultural Clébio Sória, da exposição fotográfica "A Câmara pela Câmera do Santinho" e prestou informações acerca das atividades programadas para a comemoração do transcurso de cinqüenta anos de atividade ininterrupta deste Legislativo Municipal. Na ocasião, os Vereadores João Dib e Pedro Américo Leal formularam Requerimentos verbais referentes às atividades comemorativas acima referidas. Ainda, foi distribuída aos Senhores Vereadores, cópia de proposta de alteração da ordem de apreciação dos projetos a serem votados durante a Ordem do Dia. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 206/97 e o Projeto de Resolução nº 37/97; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 205 e 181/97, este discutido pelo Vereador Antônio Losada, e o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 10/97, este discutido pelos Vereadores Adeli Sell e Cyro Martini. A seguir, o Senhor Presidente deferiu Requerimento do Vereador Nereu D'Ávila, solicitando a retirada de tramitação das Emendas nºs 01 e 02 apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 160/97. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra à Vereadora Maria do Rosário, nos termos da letra "f" do § 1º do artigo 94 do Regimento, que, em nome da Comissão de Defesa ao Consumidor e Direitos Humanos, registrou denúncia recebida de professores da Escola Municipal Porto Alegre, de violência contra menores por parte da Brigada Militar. Ainda, declarou que funcionários de seu gabinete foram pressionados para entregarem a documentação referente à denúncia recebida. Na ocasião, o Senhor Presidente destacou que seriam tomadas as devidas medidas no referente às denúncias efetuadas pela Vereadora Maria do Rosário. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Antonio Hohlfeldt discorreu sobre as reuniões realizadas pela Mesa Diretora com o Colégio de Líderes, defendendo a necessidade de uma maior antecedência na marcação das mesmas, face ao número de compromissos que possuem os Senhores Vereadores, o que prejudica uma participação mais efetiva nestas reuniões. O Vereador Fernando Záchia, comentando questões referentes à manutenção da Praça Simão Carlos Arns, mais conhecida como Praça da Encol, afirmou que essa área de lazer não vem recebendo os devidos cuidados e solicitou providências da Secretaria Municipal do Meio Ambiente quanto ao assunto. Após, o Vereador Adeli Sell formulou Requerimento verbal <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>solicitando cópias das notas taquigráficas do pronunciamento do Vereador Fernando Záchia, o qual foi deferido pelo Senhor Presidente, com anuência do orador. Em continuidade, face a requerimento do Vereador Lauro Hagemann, foi realizado um minuto de silêncio pelo falecimento do Senhor Dácio Pedroso de Ramos, tradicionalista e capataz do Parque Harmonia. Após, o Senhor Presidente, registrou visita à Casa efetuada pelo ex-Vereador Raul Carrion, que procedeu à entrega de exemplar de livro onde se encontram compilados os anais do Seminário Internacional: Globalização, Neoliberalismo e Privatização" e, respondendo a Questão de Ordem do Vereador Cláudio Sebenelo, prestou esclarecimentos sobre proposta de alteração na ordem de votação dos projetos a serem apreciados durante a Ordem do Dia, distribuída aos Senhores Vereadores. A seguir, constatada a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovada proposta da Mesa Diretora, adendada pelo Vereador Cláudio Sebenelo, de alteração na ordem de apreciação da matéria a ser votada, após ser encaminhado à votação pelo Vereador João Dib. Na ocasião, o Senhor Presidente, respondendo a Questão de Ordem do Vereador João Dib, prestou informações acerca dos artigos 105 e 163 do Regimento, e, respondendo a Questões de Ordem formuladas pelos Vereadores João Dib e Nereu D'Ávila, prestou esclarecimentos sobre o andamento dos trabalhos e destacou a inviabilidade regimental de manifestação dos assistentes da Sessão. A seguir, foram apregoadas as Emendas apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 160/97 (Processo nº 2670/97), de nºs 07 e 08, de autoria do Vereador Gerson Almeida, 09, de autoria do Vereador Luiz Braz, 10 e 11, de autoria do Vereador Lauro Hagemann, 12, de autoria do Vereador Luiz Braz, 13 e 14, de autoria da Vereadora Anamaria Negroni, apresentadas pelo Vereador Cláudio Sebenelo, e as Subemendas nºs 01, de autoria do Vereador Antonio Hohlfeldt, e 02, de autoria do Vereador Lauro Hagemann, à Emenda nº 06, a Subemenda nº 01, de autoria do Vereador Hélio Corbellini, à Emenda nº 07. Ainda, foram deferidos pelo Senhor Presidente Requerimentos de autoria dos Vereadores Luiz Braz, Lauro Hagemann e Anamaria Negroni, solicitando, respectivamente, a retirada das Emendas nºs 04, 11 e 13 apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 160/97. Em continuidade, foi aprovado Requerimento do Vereador Carlos Garcia, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, a partir das dezesseis horas do dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente João Batista Pirulito, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Educação, Cultura e Esportes. Também, foi aprovado Requerimento do Vereador Antonio Hohlfeldt, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, a partir das dezessete horas e quinze minutos de hoje, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt e Maria do Rosário, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Gilberto Batista, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Educação, Cultura e Esportes. Na ocasião, o Vereador José Valdir formulou Requerimento solicitando a entrega, ao Vereador Antonio Hohlfeldt, de cópia das notas taquigráficas de Questão de Ordem formulada por Sua Excelência, durante a Sessão Ordinária do dia primeiro de dezembro do corrente, relativa à Licença solicitada pelo Vereador Antonio Hohlfeldt. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 160/97, com ressalva das Emendas a ele apostas, após ter sido discutido pelos Vereadores Nereu D'Ávila, Adeli Sell, Antonio Hohlfeldt, João Dib, Elói Guimarães, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Hélio Corbellini, Cyro Martini, Reginaldo Pujol, Guilherme Barbosa, Renato Guimarães, Antônio Losada, Maria do Rosário, Gilberto Batista e Clênia Maranhão e encaminhado à votação pelos Vereadores Lauro Hagemann, Cláudio Sebenelo e Nereu D'Ávila. Durante a apreciação deste Projeto, os Vereadores Paulo Brum, Décio Schauren, Pedro Américo Leal, Eliseu Sabino e Fernando Záchia cederam seus tempos de discussão, respectivamente, aos Vereadores Nereu D'Ávila, Adeli Sell, João Dib, Luiz Braz e Hélio Corbellini e os Vereadores Cláudio Sebenelo e Anamaria Negroni cederam seus tempos de discussão ao Vereador Antonio Hohlfeldt. Também, foi aprovada a prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, nos termos regimentais, e os Vereadores Adeli Sell e Gerson Almeida, através de Questões de Ordem, manifestaram-se acerca do pronunciamento do Vereador Cláudio Sebenelo, de encaminhamento à votação do Projeto de Lei do Legislativo nº 160/97. A seguir, foi iniciada a votação das Emendas e Subemendas apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 160/97. Foram rejeitadas as Emendas nºs 03 e 05 e a Subemenda nº 01 à Emenda nº 06. Foram aprovadas a Emenda nº 06, considerando-se prejudicada a Emenda nº 14, a Subemenda nº 02 à Emenda nº 06, a Emenda nº 07, a Subemenda nº 01 à Emenda nº 07, e as Emendas nºs 08, 09, 10 e 12. Na ocasião, respondendo a Questões de Ordem dos Vereadores Pedro Américo Leal, João Carlos Nedel, Reginaldo Pujol, Nereu D'Ávila, João Dib, Luiz Braz, Hélio Corbellini, Adeli Sell, Elói Guimarães, Anamaria Negroni e Juarez Pinheiro, o Senhor Presidente prestou informações acerca do teor e da votação do Projeto de Lei do Legislativo nº 160/97 e das Emendas e Subemendas a ele apostas. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença do ex-Vereador Adão Eliseu de Carvalho, convidando Sua Senhoria a integrar a Mesa dos trabalhos. Foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Renato Guimarães, solicitando que o Projeto de Lei do Executivo nº 56/97 (Processo nº 3435/97) seja submetido à reunião conjunta de Comissões Permanentes, por vinte votos SIM e nove votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores João Dib, Luiz Braz, Renato Guimarães, Reginaldo Pujol, Fernando Záchia e Elói Guimarães, tendo sido submetido à votação nominal por solicitação do Vereador Clovis Ilgenfritz, votando Sim os Vereadores Antônio Losada, Clênia Maranhão, Cyro Martini, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sônia Santos, João Batista Pirulito e Leão de Medeiros e votando Não os Vereadores Anamaria Negroni ,Cláudio Sebenelo, Elói Guimarães, Fernando Záchia, João Carlos Nedel, João Dib, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal e Gilberto Batista. Na oportunidade, os Vereadores Gerson Almeida e João Dib formularam esclarecimentos acerca do Requerimento do Vereador Renato Guimarães, acima referido. Às dezenove horas e cinqüenta e seis minutos, o Senhor Presidente declarou suspensos os trabalhos, para reunião conjunta de Comissões Permanentes, sendo os mesmos reabertos, constatada a existência de "quorum", às vinte horas e dezesseis minutos. Em Discussão Geral esteve, em 3ª Sessão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 02/97. Em Votação Nominal, 1ª Turno, esteve o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 03/97 que, a Requerimento, aprovado, do Vereador João Motta, teve adiada sua votação por uma Sessão. Em Discussão Geral e Votação esteve o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 15/97 que, a Requerimento, aprovado, do Vereador Luiz Braz, teve adiada sua votação por uma Sessão. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 88/97. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 108/97, com ressalva das Emendas a ele apostas, por vinte votos SIM e um voto NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores João Dib e Paulo Brum, tendo sido submetido à votação nominal por solicitação do Vereador Clovis Ilgenfritz, votando Sim os Vereadores Anamaria Negroni, Antônio Losada, Cláudio Sebenelo, Cyro Martini, Décio Schauren, Elói Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, João Carlos Nedel, João Motta, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sônia Santos, Gilberto Batista e Leão de Medeiros e votando Não o Vereador João Dib. A seguir, foram aprovadas as Emendas nºs 01, 02 e 03 apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 108/97. Ainda, foi apregoado Requerimento do Vereador Nereu D'Ávila, solicitando, nos termos do § 6º do artigo 218 do Regimento, Licença-Luto para o Vereador Isaac Ainhorn, no dia de hoje. Na oportunidade, o Senhor Presidente, respondendo a Questão de Ordem do Vereador Reginaldo Pujol, prestou informações acerca do horário de término da presente Sessão e, respondendo a Questão de Ordem dos Vereadores João Dib, Luiz Braz, Juarez Pinheiro e Maria do Rosário, prestou informações acerca do pedido de vistas pedidas para o Projeto de Lei do Executivo nº 56/97. Ainda, durante a Sessão, foram apregoados os Projetos de Resolução nºs 38, 39, 40 e 41/97 (Processos nºs 3656, 3657, 3658 e 3659/97, respectivamente), e o Vereador Reginaldo Pujol registrou que, hoje, o período de Grande Expediente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul seria dedicado a homenagear o Grupo Hospitalar Conceição. Às vinte horas e quarenta e cinco minutos, esgotado o prazo regimental da presente Sessão, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima sexta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Clovis Ilgenfritz, Reginaldo Pujol, Paulo Brum, Guilherme Barbosa e Elói Guimarães, este nos termos do § 2º do artigo 13 do Regimento, e secretariados pelos Vereadores Paulo Brum, Guilherme Barbosa e Adeli Sell. Do que eu, Paulo Brum, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): A Mesa tem a satisfação de registrar a presença do Ver. Lauri Giuliani, que é o 1º Secretário da Mesa Diretora de Santo Ângelo. Seja bem-vindo entre nós.

Estamos hoje, mais uma vez, com a presença de pessoas representando os vários setores da comunidade. Logo após a Tribuna Popular, vamos anunciar os grupos sociais que estão presentes no nosso Plenário trazendo a sua participação à Casa Legislativa de Porto Alegre.

Conforme a Lei Orgânica do Município, no seu artigo 100, nós temos o uso da Tribuna Popular que é um recurso que tem a população, através de suas organizações, de usar 10 minutos, no Plenário, para fazer suas reivindicações, trazer suas propostas ou, até mesmo, comunicações que julguem interessante para o conhecimento da Câmara e da comunidade.

Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

Temos a presença do Instituto do Excepcional. O assunto é a divulgação do trabalho desenvolvido pela instituição. E está conosco o Sr. Juan Rodolfo Metzler, Diretor-Presidente do Instituto, a quem convido assumir a tribuna.

 

O SR. JUAN RODOLFO METZLER: Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal Ver. Clovis Ilgenfritz. Srs. Vereadores. Senhoras e Senhores. Agradeço a oportunidade de levar ao conhecimento dos Senhores esse assunto que nos aflige, os excepcionais. Agradeço especialmente ao Ver. Paulo Brum pelo esforço que fez em nos incluir nesta Pauta.

Vimos aqui falar sobre um grupo de excluídos, de rejeitados pela sociedade e até por suas famílias. Esses excepcionais portadores de lesão severa e profunda encontraram um amparo em quatro casas-lares de Porto Alegre, que são o Lar Santo Antônio dos Excepcionais, Menino Jesus de Praga, INAMEX e o Santa Rita de Cássia. Essas quatro casas abrigam mais de cento e sessenta excepcionais e além de prestarem o serviço básico que seria a alimentação, a manutenção deles, diria que, por dia, essas crianças consomem mais de mil refeições, consomem mais de quinhentos comprimidos por dia, e, além disso, lava-se em torno de mil quilos de fralda, por dia, nessas quatro casas-lares. O trabalho feito nessas quatro casas-lares é magnífico. Na medida em que esse trabalho ficou um tanto quanto dificultado por diversas razões, resolveram criar o Instituto do Excepcional que veio para preencher essa lacuna e dar a esses internos um tratamento médico-hospitalar adequado. E quando falo em tratamento médico-hospitalar adequado é porque num primeiro momento, enquanto essas crianças estão nas casas lares, elas não possuem o apoio do SUS. Elas estão no seu estado de normalidade e não são consideradas doentes, mas elas precisam de tratamento médico, de enfermeiros e medicamentos constantemente, diariamente. Quando eles ficam doentes e vão para o hospital eles encontram uma outra dificuldade, os Hospitais não estão aparelhados de forma adequada para lhes dar esse atendimento. Chamamos eles de crianças, porque eles exigem um cuidado de criança, mas têm crianças com 40 anos de idade, só que quando eles forem para a rede pública hospitalar eles vão para a ala de adulto e o atendimento fica prejudicado, se eles fossem para ala de pediatria eles não seriam tão prejudicados. Na ala dos adultos não existem pessoas treinadas e nem com vontade de estar trocando fraldas, dar alimentação, mamadeira. Essas dificuldades foram colocadas pelas quatro casas-lares sendo por isso a criação desse Instituto do Excepcional.

Esse Instituto, além de promover o tratamento médico hospitalar desses pacientes, desses internos, se propõe também a criar Simpósios, Cursos, estudos e orientação dentro das Casas que atendem esses a pacientes. Além disso, nós nos propomos a fazer um trabalho com a comunidade, queremos levar ao conhecimento de toda a comunidade como um casal deve proceder para evitar um filho excepcional. Sabemos pela Organização Mundial da Saúde que o número de excepcionais equivale a 10% da população. Os Senhores sabiam que têm 10% de oportunidade de ter um filho ou neto excepcional? Preocupados com esse aspecto desenvolvemos, no ano passado, uma campanha que atingiu 360 mil alunos do 2º Grau. Levamos informação completa a esses alunos, dizendo a eles, de forma sucinta e bem educada, como se deve proceder para evitar um filho excepcional a fim de estimulá-los a ler o material, responder as perguntas. Nós instituímos um prêmio, uma viagem a “Disney World”. Esse prêmio já foi entregue a aluna Kátia Matitam, da Cidade de Lajeado. Juntamente com esse trabalho estimulamos as crianças a escrever uma frase sobre o tema: “Como amar um excepcional”. Se é importante darmos um tratamento médico-hospitalar adequado a essas crianças também é importante que se aprenda a amá-los, porque eles não são culpados de ser excepcionais. Esse trabalho o Instituto do Excepcional está desenvolvendo.

Em um segundo momento, nós assinamos um convênio de cooperação técnico-científica com o Hospital Conceição com o intuito de, em parceria com o Hospital, atender a esses pacientes pelo SUS, e adequarmos as instalações do Hospital para receber esse tipo de paciente. Realizamos dentro do Hospital Conceição, no ano passado, um Seminário em que participaram técnicos, médicos e todos os especialistas envolvidos na área da excepcionalidade.

Nós também fizemos um trabalho de arregimentação dentro do Hospital Conceição e entregamos, através do grupo de escoteiros, um bombom para cada funcionário desse Hospital, tentando induzi-los a tratar o excepcional com carinho.

Durante este ano criamos e instalamos uma farmácia com o objetivo de conseguir comprar os medicamenos necessários para esses pacientes da forma mais barata possível, porque, por incrível que pareça, quando esses pacientes estão nas casas-lares estas são obrigadas a comprar os medicamentos necessários a preço de mercado, a preço de farmácia, então com a instalação dessa farmácia nós vamos conseguir comprar o medicamento a preço de laboratório.

Esses são os trabalhos que o Instituto do Excepcional desenvolveu no ano que passou e continua desenvolvendo.

Nós vimos até esta Tribuna Popular apelar aos Senhores Vereadores para que de alguma forma minimizem os custos dessas casas-lares. O que seria minimizar os custos? Uma isenção das taxas e dos impostos eventualmente municipais que as casas-lares pagam, porque elas pagam todos os impostos, insumos, taxas de água, etc. Seria uma forma de minimizar esses custos.

A outra ação que achamos necessária é que se crie uma política municipal de atendimento ao excepcional, a exemplo do que é feito na política da educação, uma política específica para o atendimento do excepcional.

E, num terceiro momento, uma lei municipal que crie postos de saúde especializados no atendimento desses excepcionais, postos de saúde com terapeutas e técnicos necessários ao atendimento adequado. Se possível, de alguma forma, viabilizarmos, pelo menos, o fornecimento desses medicamentos necessários à manutenção desses nossos pacientes que se encontram nessas casas-lares.

O Instituto do Excepcional, além de atender como seu público básico os pacientes que estão nas casas-lares, é evidente que desenvolve um trabalho bem mais amplo porque, na medida em que especializamos pessoas e criamos meios, todos os excepcionais serão atingidos de forma direta ou indireta pelo Instituto do Excepcional. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Paulo Brum está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PAULO BRUM: Senhor Presidente, Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores que nos visitam na tarde de hoje. Quero, mais uma vez, cumprimentar o meu nobre colega, o Ver. Lauri Giuliani, de Santo Ângelo, que faz parte dessa nossa luta de derrubar preconceitos, discriminações. O Ver. Lauri Giuliani é o 1º Secretário da Frente Rio-grandense de Parlamentares e Executivos Portadores de Deficiência e também é o primeiro Secretário da Câmara Municipal de Santo Ângelo.

Nós queremos, neste momento, saudar o Prof. Juan Rodolfo Metzler, que é o Presidente do Instituto do Excepcional. Estivemos visitando o Lar Santo Antônio, a brava lutadora Profa. Elida que, juntamente com o Professor, desenvolve um trabalho de extrema importância na busca de melhores condições de vida para aqueles cidadãos que nós sabemos que estão vivos porque sorriem, porque amam, porque choram, porque gritam, porque pedem um clamor de vida. Sempre digo, Professor, que nada acontece por acaso. Hoje, dia 3 de dezembro é o Dia Internacional de Luta das Pessoas Portadoras de Deficiência instituído pela ONU. Nós temos a plena convicção de que em todo o Parlamento onde houver um Vereador, um Deputado ou um Executivo portador de deficiência ou comprometido com a luta das pessoas portadoras de deficiência, estará havendo, dentro do possível, uma manifestação de apoio à luta que nós desenvolvemos em busca do nosso reconhecimento e do reconhecimento dos nossos direitos, reconhecimento de que nós somos portadores de deficiência, sim, mas que também somos portadores de cidadania.

Por isso, Professor, quero dizer que não é por acaso que o Senhor se encontra presente. Nós, que temos uma deficiência física, sabemos das nossas limitações, sabemos das nossas dificuldades, das barreiras que enfrentamos no nosso dia-a-dia e procuramos, de todas as maneiras, encontrar mecanismos para que possamos superá-las. Imagine o Senhor aquele entezinho deitado em uma cama, sem poder raciocinar, sem poder pensar, sem poder, como nós, gritar, ir à luta, pedir que nos carreguem, que nos ajudem a superar as nossas barreiras. Eles estão lá, estão vivos porque os seus olhos dizem que estão vivos, eles amam pelo olhar, eles amam pelo sorriso e porque o seu coração ainda palpita. O que seria desses seres humanos se não tivessem o Prof. Juan, a querida amiga Élida e tantos outros que, no anonimato, fazem das suas vidas a razão de muitas vidas.

Por isso, Professor, leve o nosso carinho, em nome da minha Bancada, o PTB - Partido Trabalhista Brasileiro -, em nome da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Porto Alegre e a certeza de que estamos engajados, como o Senhor, nessa luta, como tantos outros, na busca da construção de um mundo melhor, de uma sociedade mais justa e mais digna para todos nós. Parabéns, Professor, pela sua luta, e que Deus ilumine os seus passos. Obrigado por sua presença. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa considera que foi muito bem representada e também os Srs. Vereadores, nessa palavra do 1º Secretário, Ver. Paulo Brum, dirigida ao Instituto do Excepcional. Saudamos a presença do 1º Secretário da Câmara Municipal de Santo Ângelo, Ver. Lauri Giuliani. É muito importante a Tribuna Popular. V. Sª. Prof. Juan. pode ter a certeza de que vai ter resultados positivos de apoio, de entendimento, de conhecimento de causa desta Casa a sua vinda aqui, usando a Tribuna Popular, junto com seus colegas que realizam esse trabalho tão dignificante e tão bonito.

Nós, da Câmara Municipal, principalmente através da pessoa do Ver. Paulo Brum, temos tido um cuidado muito grande para adaptar a Câmara a determinados tipos de uso, arquitetonicamente falando, para que não haja nenhum problema a complicar a vida dos portadores de deficiência física. Estamos fazendo uma reforma grande na Casa nesse sentido. O nosso abraço a V. Sa. e à sua entidade e a confiança de que estaremos juntos em muitas lutas ainda.

Está suspensa a Sessão.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h35min)

 

O SR. PRESIDENTE (às 14h37min): Registramos, com satisfação, a presença do Vice-Presidente da ARUMA - Associação Rio-Grandense de Unidades Móveis de Alimentação, Sr. Oflides de Oliveira Paz Júnior, acompanhado de vários colegas que trabalham com a venda móvel de cachorros-quentes. Sejam bem-vindos. Vão assistir aqui a uma parte, pelo menos, da nossa Sessão e, seguramente, estão interessados em um Projeto que vai ser discutido hoje.

 Também estão presentes representantes das Vilas Campos do Cristal e Estaleiro Só, que vêm com várias faixas, com muitas presenças, em nome da sua reivindicação com relação ao chamado Shopping Cristal. Estão aqui, como lideranças, o Sr. João Luiz, o Sr. Itamar Anaí, Sra. Ruth Saraiva, Sra. Vera Lucia Paz, todos interessados em uma discussão que vai tomar bastante tempo no nosso trabalho.

O Ver. João Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, gosto de ser simples e, na minha simplicidade, a primeira coisa que faço nesta Comunicação de Líder é pedir ao Presidente da Casa que faça chegar aqui a maquete da Pista de Eventos a ser construída, ou que seria construída na Augusto de Carvalho, feita no Governo Collares.

 Já foi pedida há vários dias, vários Vereadores fizeram o pedido, e nós não a recebemos.

 Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu, na minha simplicidade, não gosto de ouvir o Prefeito desta Cidade agredir esta Casa, muito menos os seus Secretários. Quando os Vereadores são agredidos, a Casa é agredida. Eu dizia a V. Exa., na segunda-feira, quando V. Exa. foi homenageado, que a Casa é que estava sendo homenageada.

 O Prefeito desta Cidade dizia que os Vereadores, fazendo um jogo de cena, estavam propondo outra alternativa. Fiz uma solicitação à CCJ para que analisasse o Projeto nº 05/95 e a Lei nº 268. O Ver. Reginaldo Pujol fez um belíssimo Parecer, e eu concordei com ele. O PT concordou, pediu vistas e achou que estava certo. Exatamente por estar certo é que eu entendo que o Prefeito não pode, sem autorização desta Casa, construir a Pista de Eventos no local em que ele pretende. E por quê? O Projeto 05/95, assinado pelo Prefeito Tarso Genro - mudou o Prefeito, mas não mudou a Prefeitura - propunha: "Como segunda alternativa, constitui-se no chamado estacionamento do MAPA, localizado entre os limites da UTF 25, da UTSI 33 com UTF 31 da UTSI 33, no presente, utilizada como espaço desarticulado do Parque Marinha do Brasil e com o potencial para conter as atividades programáticas de um Parque de Eventos e Cultura." Ele está, aqui, considerando como desarticulado do Parque, mas o Parecer do Ver. Reginaldo Pujol mostra que a Lei 268 diz que o Parque é um só, vai até os limites do Estádio do Esporte Clube Internacional e do Gigantinho.

 As edificações a serem implantadas no setor escolhido serão objeto de um Plano Urbanístico Global a ser implementado em diferentes momentos, segundo interesse da administração pública ou privada. Para tanto, torna-se necessário aprovar uma legislação atual e moderna que permita compatibilizar os objetivos propostos, consolidando um projeto urbano adequado:

"As diretrizes e intenções expressas no Projeto de Lei Complementar permitem materializar e contribuir para acelerar o processo de urbanização de setores, assumindo dimensão estratégica, capaz de induzir ações integradas de transformação qualitativa deles, redefinindo o conjunto das estruturas existentes e planejadas anteriormente."

 Ora, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Prefeito desta Cidade pediu, por Projeto de Lei Complementar, para utilizar aquela área que, hoje, ele pretende usar sem Lei. Este Projeto foi sustado na Justiça por liminar e, depois, por sentença. Portanto, este Projeto continua na Casa do Povo de Porto Alegre e o Prefeito não pode dispor da área sem que ele tenha retirado daqui o Projeto. Mas, não adianta, também, retirar o Projeto, porque não é apenas a retirada do Projeto que vai resolver o que o Prefeito pretende. Ele precisa se enquadrar na Lei. Eu coloquei, aqui, mas o PT parece que fez questão de não ler, que o Parecer do Ver. Reginaldo Pujol está correto e muito bem elaborado. O Parque de Eventos constitui, por si só, um equipamento público, e como tal, não se insere no programa de atividades do Parque Marinha do Brasil. A área proposta para a implantação foi considerada adequada antes e durante a elaboração do projeto do Parque para estacionamento público de veículos.

Assim como se submete à apreciação da Câmara Municipal projeto de construção do Parque de Eventos sobre o leito de uma avenida em face da pretensão de mudança de uso em área de domínio público. Pelo mesmo critério deve ser submetido à apreciação da Casa Legislativa o Projeto de Conservação do Parque de Eventos em área pública que sofrerá mudança de uso. Parte do Parque Marinha do Brasil seria destinada à construção de outro equipamento público com características próprias, programas de necessidades e volumetria das edificações que lhe confere identidade diferenciada do parque vizinho.

Tudo isso está no Processo que está na Casa . Portanto, o Prefeito não pode dispor da área. Se este Processo não tivesse sido sustado na Justiça, poderia ter sido votado o Substitutivo do Ver. Pedro Ruas que propõe a utilização da Augusto de Carvalho para fazer o Centro de Eventos que a Prefeitura se nega a fazer, porque começou na administração João Dib, continuou na administração Alceu Collares e como não foi deles, não pode ser feito. Mas lei é lei e deve ser respeitada. Espero, Sr. Presidente, que a maquete venha para esta Casa para que os Vereadores tomem conhecimento e até para que o Prefeito possa ser convidado examiná-la. Saúde e paz. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa tem a satisfação de poder informar ao Ver. João Dib que a maquete que ele está reclamando já está na Casa desde a última sexta-feira. A maquete está no Memorial da Casa. Nós fizemos essa comunicação. Se houve alguma falha, foi de comunicação: o carro que poderia trazê-la estava estragado, e, no dia seguinte, consertado. Logo, ela está na Casa há quatro, cinco dias, e está aberta à visitação pública na sala do Memorial da Câmara. Essa informação está confirmada pela Diretoria Administrativa, que tomou as providências, e pelo Diretor-Geral.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, eu lhe sou grato, pois na sexta-feira quando falei no assunto com V. Exa., foi-me dada essa mesma explicação, mas a comunicação falhou e eu não sabia que a maquete já tinha chegado à Casa.

 

O SR. PRESIDENTE: Eu mesmo não fui verificar "in loco", mas a maquete chegou na Casa. Ela estava emprestada para a Associação de Escolas de Samba e havia uma certa dificuldade em devolvê-la, a não ser através de um pedido oficial da Câmara, que foi feito e atendido.

Comunicamos o recebimento de material, encaminhado pelo Sr. Prefeito Municipal, referente ao Código de Incêndio, atendendo solicitação da Casa.

O material recebido será anexado ao processo e também o ofício do Sr. Prefeito. Vamos distribuir cópia aos Srs. Vereadores.

 

 O SR. 1º SECRETÁRIO: (Lê Ofício nº 2472/7, enviado pelo Presidente da Casa ao Sr. Prefeito.

"Sr. Prefeito: Dirigimo-nos a V. Exa., atendendo a requerimento dos Vereadores Isaac Ainhorn e João Dib, para solicitar-lhe informações quanto ao cumprimento do disposto no parágrafo 1º, do artigo 76, da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, regulamentada pelo Lei Complementar nº 375/96, conforme tradução do apanhado taquigráfico, em anexo, a fim de instruir o Processo nº 1153/97, referente ao Projeto de Lei Complementar nº 01/97, desse Executivo, que institui o Código contra Incêndio no Município de Porto Alegre e dá outras providências."

Vamos ler a resposta do Sr. Prefeito, através do Ofício nº 540/97.(Lê.)

"Sr. Presidente: em atendimento às informações solicitadas através dos Vereadores Isaac Ainhorn e João Dib, para instruir o Processo 1153/97, que institui o Código de Proteção Contra Incêndio de Porto Alegre e dá outras providências, a SMOV informa que a Lei Complementar nº 375/96 teve o seu conteúdo preservado, na medida em que a apresentação do projeto de lei em tela foi precedida de ampla discussão, participação, consulta e proposições por parte da sociedade. Na verdade, desde 1995 a SMOV já tratava de dar publicidade ao Projeto do Código, encaminhando cópias do mesmo e correspondências, solicitando opinião e sugestões de alterações a diversas entidades e órgãos tais como o CREA, Corpo de Bombeiros de Porto Alegre, OAB, IAB, Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul, Sindicato dos Arquitetos do Rio Grande do Sul, Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul, Secretaria Estadual da Saúde e Meio Ambiente, METROPLAN, num total de 35 consultas. Feitas as incorporações e exclusões necessárias, foi, o Projeto de Lei Complementar, encaminhado à Câmara de Vereadores em abril de 1996, antes mesmo da entrada em vigor da Lei Complementar nº 375/96, que se deu em maio daquele ano. Em face do arquivamento decorrente do término daquela legislatura, o Projeto de Lei Complementar foi novamente apresentado em março deste ano, 1997, com pequenas modificações. Envio, em anexo, a documentação referida neste Ofício. (a) Prefeito Raul Pont".

 

O SR. PRESIDENTE: Entendemos que foi prontamente atendida a solicitação da Casa. Alguém ainda poderá entender que não houve, nos termos da lei, a audiência pública coletiva, mas consideramos que a audiência a trinta e uma entidades absolutamente envolvidas com este assunto poderá se tornar, em nosso entender, suficiente para que os Srs. Vereadores dêem seqüência à análise, discussão e votação desse Projeto. Está apregoada, portanto, a resposta do Sr. Prefeito.

Antes de entrar período de Pauta, queríamos informar aos Srs. Vereadores o resultado da reunião de ontem, da Mesa Diretora com as Lideranças. Entendemos que o resultado da reunião, que contou com a presença da maioria dos Líderes e dos membros da Mesa, foi promissor, pois apontou um caminho de consenso. Foi uma forma encontrada para vencer estes dias finais do ano, em que o acúmulo de trabalho é grande. Em primeiro lugar, entendemos que todos os Projetos que foram solicitados no artigo 81 e os Projetos que estavam tramitando, têm o direito de tramitar até o último dia.

 Alguns Projetos de interesse do Poder Executivo foram anunciados e poderão ainda ser inscritos e, havendo acordo neste sentido, poderão correr Pauta em Sessões Extraordinárias, na próxima sexta-feira, dia 5, ou na segunda-feira, dia 8. Entendemos também que é importante - acho que podemos começar a exercitar isso hoje - fazermos um esforço apenas para cumprir a Pauta e não usar o tempo de Pauta, uma vez que esse tempo poderia ser economizado para uso na discussão e encaminhamentos de Projetos.

Com relação aos Projetos, combinamos que a Diretoria Legislativa faria uma proposta daqueles Projetos que poderiam ser votados com maior celeridade, para nós desafogarmos a Ordem do Dia. Nesse sentido, tenho uma proposta de encaminhamento das votações para hoje - diferente da que consta do espelho - para tentar liberar uma série de Projetos que foram considerados sem problemas maiores de discussão.

Vou pedir à diretora Inês Haffner que faça a distribuição dessa proposição, que a Mesa, juntamente com a Direção Legislativa, chegou à conclusão que teria condições de fazer a inversão dos trabalhos da votação, seguindo essa nova orientação. Também queríamos dizer que a reunião da Mesa com os Srs. Líderes tratou do Regimento cuja relatoria está sob a responsabilidade do Ver. Pedro Américo Leal considerando-se importante que a votação desse Regimento fosse feita, uma vez que há também uma grande maioria de itens consensuais e que poderíamos colocar em votação logo a seguir, nas próximas Sessões, uma vez que só teremos cinco Sessões Ordinárias, com a possibilidade de algumas Sessões Extraordinárias.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, já que V. Exa. tocou na relatoria de minha parte, do Regimento, quero declarar a V. Exa. que estou na metade do trabalho, examinando item por item, com muito cuidado.

 

O SR. PRESIDENTE: Temos certeza de que está em boas mãos, na Presidência também do Ver. Lauro Hagemann, na Vice-Presidência do Ver. Nereu D’Ávila e dos demais oito Vereadores que fazem parte desta Comissão.

Tratamos do Projeto de levar a Câmara à comunidade, que havíamos anunciado, de discussão com a comunidade, que foi aprovado em parte, não como queríamos, mas logo após o término dos trabalhos, no dia 15, vamos marcar para o dia 17 ou 18 uma primeira reunião da Câmara, levando, didaticamente, ao conhecimento da população de uma região da Cidade, as questões do Plano Diretor mais em nível teórico, histórico, sem entrar ainda no debate propriamente dito. Este Projeto consta também de um jornal que está sendo editado pela Câmara, que é uma novidade. Muito nos orgulha poder levar a toda à população os dados necessários para o início da discussão das questões do Plano Diretor, que vai ser uma discussão longa e muito rica.

Finalmente, faço o relatório, diante dos Srs. Vereadores, de que a Mesa estudou uma proposta de estrutura administrativa da Casa, onde constam o Organograma Geral, a estrutura de Bancadas e cargos dos Srs. Vereadores. Esses assuntos também foram liberados para encaminhamento imediato, uma vez que há consenso no encaminhamento em si. Alguma possível emenda ou proposição poderá ser feita no processo de discussão em Plenário. Eram essas as questões que ontem foram combinadas. Peço silêncio, por favor.

 Nós temos ainda a dizer, para fins dos informes iniciais, que o Evento "A Câmara pela Câmera do Santinho", será inaugurada hoje, às 18h30min, aqui na Galeria Clébio Sória. Reiteramos o convite. É muito importante participarmos da abertura deste importante acontecimento.    

Também estamos pedindo, aos Srs. Líderes de Bancada, que indiquem o nome do representante de cada partido que vai participar do painel " Cinqüenta Anos de Reabertura da Câmara Municipal - o Poder Local e o Parlamento", que será realizado no dia 10 de dezembro, às 19h30min, no Plenário Otávio Rocha, com a presença do cientista social, Dr. Luís Marques e do Engenheiro Leonel de Moura Brizola, representando os políticos de nosso País, independentemente do partido que ele seja, hoje, o presidente nacional.

 

O SR. JOÃO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, o jornalista Jorge Alberto Mendes Ribeiro foi Vereador, o seu filho foi Vereador, parece que nós só temos dois casos, o Martin Aranha e o Martin Aranha Filho. Eu consultaria a Presidência sobre a possibilidade de convidar o jornalista Jorge Alberto Mendes Ribeiro, até para que nós pudéssemos homenageá-lo. Está aqui o terceiro caso, é o do Luiz Fernando Záchia e seu pai, José Alexandre Záchia. Existem outros, do Mano José e Mano José Filho, têm mais do que eu pensava, já contamos quatro.

 

O SR. PRESIDENTE: Todos honrando a tradição dos pais. Eu quero dizer que também tem filhos de Vereadores e de Prefeitos do interior do Estado que estão na política muito por essas influências domésticas dos seus pais na política.

Ontem, ainda discutia com a assessoria a possibilidade de um convite especial para o ex-Ver. Mendes Ribeiro, o pai, para uma homenagem. Nós vamos homenagear todos os Vereadores amanhã, às 18h30min, aqui, na abertura da exposição dos 50 anos do Parlamento, no Salão Adel Carvalho. Tem uma publicação com depoimentos de ex-Vereadores que puderam ser consultados.

Nós pedimos aos Srs. Vereadores e suas Bancadas, para que busquem dar um telefonema para os seus colegas de Bancada, Vereadores antigos, entusiasmando-os, para que venham até aqui, nesse ato de confraternização que queremos fazer amanhã, nos 50 anos do Parlamento, depois da Constituição de 1947. Então, esse panfleto que está sendo distribuído está à disposição dos Vereadores, para distribuição entre os seus assessores, os seus apoiadores, para que todos venham. E os que estão aqui hoje, da Vila Cristal, da Associação dos Cabos, também são convidados.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu queria sugerir que V. Exa. colocasse à disposição de todos os Vereadores um número azado de prospectos desses, tamanha a magnitude da obra. É uma coisa evocativa, vai ficar para o resto da vida. Então, V. Exa. poderia conseguir que todos os Vereadores tivessem 100 ou 150 cópias à disposição.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa estará providenciando isso. Alguns já foram entregues, mas nós vamos entregar em maior volume, mesmo que seja necessário mandar fazer mais cópias, até porque o debate do dia 10 ainda terá tempo para uma maior divulgação.

Passamos, Srs. Vereadores, ao Período de

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 3530/97 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 206/97, de autoria da Verª Clênia Maranhão, que concede o título honorífico de Cidadã de Porto Alegre à Professora Doutora Wrana Maria Panizzi.

 

PROC. 3616/97 -  PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 037/97, de autoria da Mesa Diretora,       que cria cargo de Ajudante Legislativo II no Quadro dos Cargos Efetivos da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 3442/97 -  PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 010/97, que dispõe sobre o desenvolvimento urbano no Município de Porto Alegre, institui o 2º Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. 3099/97 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 181/97, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, que dispõe sobre a obrigatoriedade de utilização de seringas e agulhas descartáveis por clínicas, farmácias, “spas”, laboratórios e postos de saúde.

 

PROC. 3488/97 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 205/97, de autoria do Ver. Hélio Corbellini, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto         Alegre ao Bacharel Antônio Cechin.

 

O SR. PRESIDENTE: A sugestão é que se corra a Pauta sem discussão. Isso foi acertado, ontem, inclusive com a presença do Líder do PSDB, Ver. Antonio Hohlfeldt.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: O PSDB não votou. O Ver. Cláudio Sebenelo estava lá, mas não votou.

 

O SR. PRESIDENTE: Não precisamos entrar em polêmica. A Mesa não vai criar nenhum problema, só que nós não votamos nada ontem. De fato, o Ver. Sebenelo disse que, em princípio, precisava consultar a Bancada e, V. Exa., Ver. Antonio Hohlfeldt, como é o Líder, vai usar a tribuna, se quiser, só que nós temos sete Vereadores inscritos antes de V. Exa.

Uma vez que um dos Vereadores de um dos partidos não concorda, a Mesa não tem como fazer diferente, porque isso é uma questão de acordo político e não de Regimento. Se o Regimento está na frente de qualquer acordo, o Ver. Antonio Hohlfeldt tem o direito de fazer assim. Nós estamos pedindo que seja usado o mínimo possível do tempo de Pauta, e eu tenho certeza de que os companheiros do meu Partido vão procurar atender a esse chamamento. Com os outros eu não posso falar.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores, moradores do Cristal, pessoal que trabalha, como ambulante na Cidade, com venda de lanche, atendendo ao pedido do Sr. Presidente, eu só quero marcar, mais uma vez, nesta tribuna, a importância do Projeto que trata do Plano Diretor, que está na Pauta dos nossos trabalhos.

Nós estamos apresentando um novo Projeto, um Projeto que é uma evolução do que foi discutido no ano passado. É uma lei mais clara; tem uma lógica, porque é a lógica da discussão democrática na Cidade; é a lógica do planejamento e do gerenciamento. Achamos que planejar e gerenciar são elementos complementares e necessários. Nós estamos discutindo alguns novos conceitos para a nossa Cidade, a Cidade dividida numa área intensiva e área rarefeita de ocupação. São dois conceitos que chamo a atenção dos Srs. Vereadores para a discussão no próximo período. É uma discussão importante, nós estamos abertos a ela. E tenho certeza de que a comunidade também. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. João Dib. Desiste. Com a palavra o Ver. Cyro Martini.

 

O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente e Sras e Srs. Vereadores e demais presentes que nos honram. Temos em discussão o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Porto Alegre. É bom salientar, ainda mais diante desta assistência notável, e chamar a atenção para este Projeto, que é de extrema importância para a Cidade, para o Município. Ele tem um capítulo que trata, especificamente, do trânsito, e chama sobremodo a minha atenção. Dentro dele não se tratam apenas questões pertinentes ao transporte, mas também se tratam matérias referentes ao trânsito, envolvendo o aspecto ambiental que se encontra dentro desse universo viário.

Há muitas questões, uma delas que nos diz de perto, que nos interessa salientar e discutir com clareza é a que trata sobre transbordo entre o transporte modal e intermodal que não pode ser sinônimo do antigo terminal. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra. Desiste. O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra. Desiste. O Ver. Clovis Ilgenfritz está inscrito. Desiste. O Ver. Antonio Hohlfeldt é o próximo inscrito. Ausente.

O Ver. Antônio Losada está com a palavra para discutir.

 

O SR. ANTÔNIO LOSADA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero saudar a comunidade da Vila Campos do Cristal e Estaleiro Só, pela sua presença aqui.

Vou utilizar esta tribuna para prestigiar o Projeto do Ver. Juarez Pinheiro, que é uma questão de saúde. Trata-se de um Projeto que dispõe sobre a obrigatoriedade da utilização de seringas e agulhas descartáveis por clínicas e farmácias. É um Projeto muito importante, porque a questão do contágio da AIDS vem-se espalhando, atingindo as comunidades pobres, ceifando vidas. Portanto, quero dar amplo apoio ao Projeto, porque tem um significado muito grande no que diz respeito à utilização de seringas descartáveis. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encerrado o período de Pauta.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: Apregoamos Requerimento de retirada de tramitação da Emenda nº 01 e nº 02, de autoria do Ver. Nereu D'Ávila, ao PLL 160/97. Requerimento este já deferido pelo Sr. Presidente.

Apregoamos a Emenda nº 05 e 06, de autoria do Ver. Nereu D’Ávila, ao PLL nº 160/97.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente, nos termos do art. 94. eu gostaria de requerer Tempo Especial para falar acerca de situação específica, do âmbito da Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. Eu consultei para isso os meus pares da Comissão e as Lideranças da Casa que pude contatar, outros ainda não foi possível contatar.

 

O SR. PRESIDENTE: Tendo em vista a gravidade do fato a Mesa vai ceder o tempo, só pede a V. Exa., se possível, usar menos de 10 minutos, porque estamos fazendo um esforço concentrado.

Com a palavra a Vera. Maria do Rosário para uso de Tempo Especial, conforme dispõe a letra “f”, § 1º, do Art. 94 do Regimento.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, falo em nome da nossa Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. Na última reunião da nossa Comissão analisamos uma denúncia da Escola Municipal Porto Alegre, situada na Av. Washington Luiz nº 203 e que atende crianças e adolescentes que sobrevivem nas ruas do Centro de Porto Alegre, com o objetivo principal de resgatar para essas crianças o convívio com a escola e a possibilidade da tomada dos seus vínculos também com a família. Pois a Escola Porto Alegre, no dia 13.11.1997, enviou à Comissão uma denúncia, através de carta, escrita por professores, assinada por professores e alunos, sobre violência e maus tratos contra os adolescentes, pré-adolescentes, as crianças que são alunos matriculados nessa Escola.

A participação dessa Escola, como já disse, é daqueles meninos e meninas que vivem, que dormem, que permanecem nas ruas de Porto Alegre, alguns com algum vínculo familiar, outros sem qualquer vínculo. A denúncia é bastante grave porque demonstra e traz a esta Casa um conhecimento para que pudéssemos buscar maiores elementos para que viesse a ser comprovada e apresentada com todas as suas múltiplas formas.

A denúncia consiste em situações de violência, inclusive documentada pelas professoras da Escola, através de fitas e fotografias das crianças que apanharam muito durante algumas noites. Para que não tivéssemos nenhum juízo já declarado, a princípio a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos deliberou que chamássemos aqui conosco, na nossa sala, numa reunião reservada aos Vereadores, algumas autoridades para debater a questão e conhecerem a denúncia, através das professoras e dos próprios alunos, resguardando, é claro, os alunos, pois conhecemos o Estatuto da Criança e do Adolescente, e é nossa obrigação resguardá-los. Convidamos o Juizado da Infância e da Juventude, o Comandante da Brigada, o Cel. Arlindo Pereira, a Secretaria de Segurança Pública do Estado e o Ministério Público. A reunião está marcada para amanhã às 14hs. Tudo bem, o procedimento é normal, as partes seriam ouvidas, podemos encaminhar uma solução que proteja os direitos humanos.

No entanto, Srs. Vereadores, ontem, durante o dia, fomos bastante pressionados por um grupo de 3 ou 4 pessoas que, à paisana, mesmo dizendo-se policiais militares, estiveram dentro do prédio da nossa Câmara, entraram na Comissão de Direitos Humanos, pressionaram a funcionária da Comissão para que ela entregasse a eles a documentação relativa à denúncia que a Escola Porto Alegre está nos trazendo. A nossa funcionária, com muita presença de espírito, coerência, habilidade, espírito profissional e reconhecimento de que nessa questão de direitos humanos as partes e as pessoas precisam ser preservadas, negou-se a entregar qualquer documentação. Nós queremos aqui, de público, registrar a pressão que houve sobre a funcionária da Casa.

 Mas, de outro lado, no nosso Gabinete, pela tarde, tivemos a presença dos mesmos cidadãos, pressionando, então, os funcionários do nosso Gabinete para que entregássemos a documentação que, praticamente, não existe, pois se trata de uma carta escrita por adolescentes, por crianças, por professoras, na sua linguagem, dizendo de uma situação difícil vivida nas ruas de Porto Alegre.

Não entregamos qualquer documento, mas preocupados com a questão, fizemos, hoje, um contato com o Comando da Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul que disse não ter autorizado qualquer policial militar a visitar a Câmara de Vereadores de Porto Alegre e, muito menos, requerer, junto a esta Câmara, verbalmente, qualquer documento no âmbito da nossa Comissão ou da nossa Casa.

Portanto, Srs. Vereadores, como temos uma reunião marcada para o dia de amanhã, em que receberemos adolescentes que se dizem vítimas de constantes maus-tratos pelas ruas de Porto Alegre, estamos preocupados e queremos compartilhar com os Senhores e Senhoras essa preocupação de ver que segurança temos para colocá-los na condição de fazerem a denúncia e como poderemos assegurar que, se, dentro da nossa Casa Legislativa, as pessoas entram para nos pressionar, para retirar documentos, esses adolescentes estarão resguardados de pressões de qualquer tipo, nas ruas da nossa Cidade?

Então, a preocupação desta Vereadora, na qualidade de Presidente de Comissão, faz com que eu tenha consultado os colegas e que nós façamos, ainda na tarde de hoje, ao final dos trabalhos, um momento extraordinário da Comissão, onde vamos deliberar a forma como atenderemos essa questão, pois em nenhum momento a Comissão, tenho certeza, colocará qualquer situação de instabilidade e de risco para esses que nos pedem ajuda, ao contrário, nós temos o dever de resguardá-los de situações em que possam ser expostos, mais uma vez, àqueles que não têm respeito à infância, à cidadania e passam por cima dos seus comandos; o que temos certeza que ocorreu, pela palavra do Coronel Arlindo Bonetti.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu teria uma sugestão a fazer a V. Exa. Primeiro, que nesta Casa, todas essas Comissões e seus funcionários tivessem não só a habilidade, mas, também, a cautela de identificar as pessoas que pedem documentos, porque esta é uma Casa pública, mas, absolutamente, está preparada para fornecer elementos que são internos da Casa.

Segundo, ilustre Vereadora, se são adolescentes, por que não se dirigiram em primeiro lugar aos Conselhos Tutelares que vivem para essas coisas e que se justificam através de intervenções como essa que V. Exa. está pedindo que a Câmara se alce e passe a frente? Absolutamente não quero me furtar, em nome da Câmara, de acudir a esses jovens, mas pergunto, por que não os Conselhos Tutelares?

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Vereador, certamente os conselhos tutelares serão parceiros nessa reunião. No entanto a todos aqueles que, durante o ano, buscaram-nos como Câmara Municipal, nós dissemos presente. E não seria a esses adolescentes e alunos de uma Escola do município de Porto Alegre que não nos faríamos presentes. No entanto está claro para nós a tarefa do Conselho Tutelar, o acompanhamento necessário, e ousaria lhe dizer Vereador, que está preocupado com a questão, que nos procuraram também na busca de um resguardo superior ao que é possível estabelecer somente no âmbito dos Conselhos. São meninos e meninas que se encontram muitas vezes longe de suas famílias e que a escola faz, justamente, o trabalho da possibilidade do resgate para a vida familiar que ainda existe. Estendemos a nossa mão como obrigação e trouxemos os parceiros para uma reunião.

Não esperávamos por isto, porque nos quatro anos, que tenho de Casa, nunca ocorreu sermos pressionados por quem quer que fosse e queremos dizer de público que não nos sentimos atingidos por qualquer pressão. Sabemos que a defesa do cidadão, a defesa dos direitos humanos é justamente a defesa de todo aquele que é vítima de violência e para que não exista violência esta Casa não se intimida. Esta Casa busca o esclarecimento dos fatos. Neste momento peço o apoio dos Srs. Vereadores para que possamos solucionar essa questão da forma melhor possível. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Nós consideramos que a denúncia feita pela Vera. Maria do Rosário, Presidente da Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, tem gravidade e a Mesa desde já solicita a assessoria da Casa que verifique o número da carteira de identidade das pessoas que ingressaram naquele horário aqui na Casa, porque essa é a ordem que existe na portaria. As pessoas que visitam a Câmara se identificam deixando o número da identidade anotado na Portaria. A Mesa estará pronta para dar o apoio e a infra-estrutura necessária. Vou solicitar que essa verificação seja feita, que se chegue a identificação das pessoas que, à revelia da Brigada Militar, conforme foi dito, vieram aqui e, de uma forma inusitada, agrediram esta Casa com exigências descabíveis.

Solicito que o Ver. Paulo Brum assuma a Presidência dos trabalhos pois preciso atender o Ver. Raul Carrion.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, lamento a saída do Ver. Clovis Ilgenfritz porque eu queria me referir às questões de reuniões de Mesa com Lideranças. Essas reuniões são tão raras, gostaria que elas pudessem ser convocadas mais amiúde, sobretudo nesse período em que temos de decidir uma série de coisas, com mais tempo. Ontem, realmente eu tinha uma reunião com o Ministro Paulo Renato, era absolutamente impossível mudar a minha agenda e, de um modo geral, acho que seria bom se acertar antes, informalmente com as lideranças e não convocar de uma maneira impositiva, porque certamente todos os 33 Vereadores da Casa têm as suas agendas, dificilmente em 24 horas se consegue mudar as agendas, exatamente porque nesta Casa, independente das posições que cada um assume, todos nós de fato atuamos fortemente na Cidade de Porto Alegre, ou de uma maneira direta junto à comunidade, ou atendendo a convites, participação e debates.

Ontem à tarde eu participei, no SESC, de um Seminário sobre produção cultural que envolvia a Legislação Municipal de Porto Alegre, desde a criação da Secretaria de Cultura, criação do FUNCULTURA, do FUNPROARTE, etc. Depois, tivemos a reunião com o Ministro Paulo Renato que durou mais de duas horas e foi extremamente produtiva. Para nós é muito difícil em vinte e quatro horas mudar uma agenda toda. Nesse sentido é que o Ver. Cláudio Sebenelo, que nos representou, foi claro e explícito, dizendo que assistia, trazia as informações, mas não decidia nada, porque tínhamos que conversar entre nós.

Cada um de nós tem as suas próprias agendas com compromissos anteriormente assumidos, inclusive de modo profissional, e temos de discutir coisas anteriores, como por exemplo o Projeto nº 3616 que está na Pauta, de autoria da Mesa Diretora e que cria cargo de Ajudante Legislativo II. É um Projeto que tenho absoluta discordância e sobre o qual jamais eu, pessoalmente, ou na condição de Liderança, ou qualquer Vereador da Bancada do PSDB, foi consultado em qualquer momento. Tenho discordância por um fato muito simples, porque esse Projeto, claramente, fortalece apenas a assessoria de um único partido, dando migalhas aos demais. Isso não pode ocorrer na Casa de maneira nenhuma, as coisas têm de ser eqüitativas para todo mundo.

Em segundo lugar, porque tem sido tradicional fazer a discussão, das convocações extraordinárias após o dia quinze de dezembro, e não durante o período normal, período onde, aliás, ampliam-se os compromissos dos Vereadores que são convidados a participar das mais diversas reuniões nas comunidades que representam. As associações de bairro fazem festas de final de ano, reuniões-almoço, jantas, etc., das quais temos que participar por respeito às comunidades inclusive. Embora a Mesa, para variar, não nos ouça, eu quero depois pegar uma cópia deste meu pronunciamento e encaminhar a cada Vereador, especialmente aos Vereadores Paulo Brum e Clóvis Ilgenfritz, porque é isso que tem acontecido nesta Casa, parte da Mesa, se não a Mesa toda, decide uma coisa e as Lideranças ficam aqui soltas, perdidas no outro lado e depois os imbróglios surgem no Plenário, porque não há ninguém maior ou menor, nem Mesa nem Vereadores nem lideranças. São trinta e três Vereadores, e nesse sentido a minha preocupação para que haja uma relação de respeito e equilíbrio.

Quando presidi esta Casa, toda a semana - e o Ver. João Dib e Ver. Nereu D'Ávila são testemunhas - a cada semana chamávamos uma Reunião de Mesa e Lideranças, e com isso evitamos muitas questões problemáticas aqui na Casa. Mas isso não tem sido feito. Ao longo de praticamente todo o ano legislativo as lideranças jamais foram consultadas sobre qualquer coisa.

Portanto, quero deixar registrado que não aceitei passar a Pauta sem discutir, porque queria registrar a minha discordância com esse Projeto 3.616, que, no meu entender, não atende a os interesses da Casa - pode atender de alguns segmentos - e sobretudo quero manter a minha preocupação com o II Plano Diretor de Desenvolvimento, e que, de fato, se pretendia fazer reuniões na comunidade na última segunda-feira sem avisar as Lideranças, sustou-se isso porque foi denunciado pelo Ver. Luiz Braz, e, na verdade quer se empurrar o debate onde ainda a Casa não tem posição. Não vou aceitar nenhuma reunião formal com a comunidade neste ano, até que se tenha claramente conhecimento do que é o Plano Diretor. Não vou enganar, não vou engodar gente nos bairros. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Fernando Záchia está com a palavra.

Convido o Ver. Guilherme Barbosa para assumir a Direção dos trabalhos no cumprimento da hierarquia da Mesa.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Senhor Presidente e Srs. Vereadores. A grande maioria dos Vereadores desta Casa conhecem a Praça da ENCOL, como diz o Ver. João Dib, ou Praça Simão Carlos Arns. Fica localizada na Av. Carlos Trein Filho, Jaraguá e Av. Nilópolis. Tem sido um dos lugares de lazer mais freqüentado pela população da nossa Capital. Esta Empresa ENCOL é que mantinha esta Praça em condições de uso. Com os problemas econômicos acontecidos à empresa, a preocupação dos moradores em torno e dos freqüentadores da Praça é que pudesse haver algum problema com a Praça em termos de conservação. Nós conversamos com o Secretário Hideraldo Caron, da SMAM, e o Secretário nos tranqüilizava, dizendo que já três empresas, naquele primeiro momento das notícias da falência da ENCOL, demonstravam interesse em adotar esta Praça para que ela pudesse continuar sendo um equipamento de lazer extremamente útil à comunidade e, principalmente, para que ali pudesse ocorrer, ainda, todas aquelas manifestações culturais e artísticas, como de praxe acontecem nos finais de semana.

 A estranheza deste Vereador, até porque é freqüentador desta Praça, morador da região, é que, por parte do Poder Público Municipal, não tem acontecido nenhuma conservação, não tem acontecido nenhum reparo ao desgaste natural, decorrente da alta movimentação que ali ocorre, principalmente, neste domingo, quando havia um show e mais de cinco mil pessoas participaram. Então, Ver. Pedro Américo Leal, o Senhor que é freqüentador da Praça e morador da região, imagine a sujeira que aquela Praça ficou. Normalmente acontecia, na segunda-feira, uma turma de garis fazia a limpeza da Praça e da região. Para minha surpresa, ainda hoje, pela manhã, quando caminhava, como de hábito, Ver. Adeli Sell, cuidando um pouco da minha saúde, constatei a situação de sujeira ali existente, Todas aquelas garrafas de cerveja, latas de refrigerantes, copos plásticos, toda aquela sujeira que demanda de uma grande aglomeração de pessoas, continuavam, ainda, na quarta-feira. Pior ainda, constatávamos, juntamente com as pessoas da Associação dos Moradores da Praça ENCOL, que a conservação, o corte de grama, que sistematicamente acontecia ali, há muito, por parte da SMAM, não acontece.

Então, nós temos um equipamento de lazer que a população utilizava com uma condição boa, porque ela era sustentada e adotada pela iniciativa privada e como essa empresa por questões financeiras não funciona mais e deixou de adotar essa praça, parece que a Prefeitura vira as costas e isso não passa mais a ser problema dela. Mas, com a falência da Empresa, me parece, Ver. Pedro Américo Leal, que o Poder Público tem a obrigação de dar continuidade a esses serviços e não pode desconsiderar a importância desse equipamento de lazer, a importância que essa praça tem para a população de Porto Alegre em não dando a ela a mínima conservação e fazendo com que ali permaneça lixo no final de semana.

Ora, sabemos, Sr. Presidente, que o bairro Bela Vista, onde se localiza praça, também é um bairro que recolhe IPTU e também é um bairro que recolhe os seus tributos e, ali, a Prefeitura não tem a obrigatoriedade de grandes investimentos, porque a sua estrutura existe.

É correto que se invista em outras áreas onde não tem saneamento, calçamento, mas naquelas que já têm, no mínimo, a Prefeitura Municipal tem a obrigação de conservar as poucas áreas de lazer que esta Cidade ainda tem. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. ADELI SELL (Requerimento): Gostaria de requerer as notas taquigráficas do nobre Ver. Fernando Záchia, para fazer os devidos encaminhamentos.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): As notas taquigráficas estão a sua disposição, segundo o nobre Ver. Luiz Fernando Záchia.

 

O SR. LAURO HAGEMANN (Requerimento):Requeiro um minuto de silêncio pela morte, ontem, em Porto Alegre, do cidadão Dácio Pedroso de Ramos. Ele era o capataz da Estância da Harmonia, conhecido Tio Dácio, figura proeminente do nosso Movimento Tradicionalista que ontem esteve em peso no seu velório.

 

O SR. PRESIDENTE: Está deferido o seu Requerimento.

 

(É feito um minuto de silêncio em homenagem à morte do Dácio Pedroso de Ramos – Tio Dácio.) 

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO (Esclarecimento): Eu recebi, agora, um papel sem timbre e sem assinatura, que acho que deva ser uma proposta para votação.

 

O SR. PRESIDENTE: Sim, Vereador. Logo no início da Sessão, o Presidente Clovis Ilgenfritz fez a proposição. Essa proposta foi feita pela Diretoria Legislativa. Claro, será apreciada pelos Srs. Vereadores. Se houver concordância, ao entrarmos na Ordem do Dia, passaremos, imediatamente, conforme essa ordem proposta. Após a votação da folha 23, passa às folhas normais. Segundo a nossa Diretoria Legislativa são processos de fácil análise e que não demandam grandes discussões.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Peço, preliminarmente, à Mesa para incluir, com a licença do Ver. João Dib, o PLL nº 004/95.

             

O SR. PRESIDENTE: Após a folha 23, incluir o Processo de folha 10, é isso?

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: É, e incluir em Discussão Geral o PLL nº 04/95, da fl. 10. Inclusive está com o art. 81.

 

O SR. PRESIDENTE: Então, faremos a chamada para verificação de quórum para entrarmos na Ordem do Dia.

 Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz ): Comunico que recebemos a visita do ex-Vereador Raul Carrion, que nos presenteou com um livro que traz os Anais do “Seminário Internacional: Globalização, Neoliberalismo e Privatização”.

Em votação a proposta, da Mesa Diretora de votação da Ordem do Dia, adendada pelo Ver. Cláudio Sebenelo.

O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Na segunda-feira, o Ver. Reginaldo Pujol dizia que eu havia encaminhado com raiva um Requerimento nesta Casa. Não, eu não tenho raiva, Sr. Presidente, Srs. Vereadores: sempre tenho contrariedade com o que considero errado. No momento em que eu aceitar o errado com tranqüilidade, penso que estou morrendo definitivamente. Então, eu vou ser sempre crítico das coisas que considero erradas.

 Eu já disse reiteradas vezes nesta tribuna e vou repetir: não tem por que distribuir aos Vereadores, gastando dinheiro e tempo dos servidores da Câmara, a relação de votação dos processos. É um desperdício de dinheiro da Casa, porque todos os dias de Sessão se altera a ordem que a Diretoria Legislativa coloca. Eu não vou admitir que todas as vezes que o Projeto que proíbe a construção nos parques e praças seja relegado para uma outra oportunidade. Ele é de 1995; não entrou até agora. Eu preciso que ele seja votado. A Cidade precisa que ele seja votado.

Depois de estar em terceiro ou quarto lugar na ordem de votação dos Projetos, ele vai passar para vigésimo lugar. Isso é brincadeira, e eu não estou disposto à brincadeira. Então, eu não tenho raiva, mas contrariedade. E isso é diferente.

Eu estou preocupado porque não vejo na Ordem do Dia o Projeto nº 003/97, do Executivo Municipal que estava com o art. 81, da Lei Orgânica e que foi retirado o artigo 81 e, recolocado na mesma hora o artigo 81, para que hoje estivesse na Ordem do Dia, e ele não está.

Quero dizer que não gosto de manobras estranhas. Eu tenho contrariedade a manobras estranhas. Eu sou Vereador sete dias por semana e acompanho tudo que acontece aqui. Na segunda-feira eu quis pedir o artigo 81 para esse malfadado Projeto de lei, e me foi informado que o Ver. Renato Guimarães já tinha solicitado: por isso, eu não poderia pedir. Mas ele deveria, por esse motivo, estar na Ordem do Dia de hoje e não está.

Então não tem por que um Vereador ficar atento ao que ocorre dentro da Casa e, com tranqüilidade, aceitar, todos os dias, a reformulação da Ordem do Dia. Que não se perca o tempo da Diretoria Legislativa, que não se perca o tempo dos servidores, que não se perca o dinheiro da Cidade e que não se faça anarquizadamente. Nesse caso eu vou entender, porque é anárquico e vou aceitar. Mas não me mostrem uma ordem e depois desfaçam a ordem em todas as Sessões, e não vão querer que eu fique com tranqüilidade, pois, neste caso, vou estar concordando com um erro, e eu não vou concordar. O meu voto vai ser sempre contrário. Saúde e Paz. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa não vai silenciar diante das palavras do Ver. João Dib, uma vez que esses assuntos precisam ficar plenamente esclarecidos.

Vereador, com todo o respeito a V. Exa., mas nós estamos é procurando agilizar o processo de votação e o art. 105, do Regimento, estabelece que a "Ordem do Dia será organizada com a seguinte prioridade:

I - Redação Final

II - Proposição vetada

III - Proposição de emenda à Lei Orgânica

IV - Projeto de Lei Complementar

V - Projeto de Lei Ordinária

VI - Projeto de Decreto Legislativo

VII - Projeto de Resolução

VIII - Recurso

IX - Requerimentos de comissões

X - Requerimentos de Vereadores

Parágrafo Único - Na hipótese de existir mais de uma proposição da mesma espécie será aplicado o critério da ordem numérica crescente.”

A Mesa estabelece sempre esse critério. Nunca saiu desse critério, até porque o 1º Secretário fiscaliza como função precípua esse assunto. O que acontece agora, e tem acontecido seguidamente, é que alguns Vereadores, ou Bancadas, entendem que é preciso fazer modificações na ordem da votação, o que é regimentalmente possível, para agilizar os trabalhos, liberando determinados projetos que não dependem de discussão.

É isso, Ver. João Dib. Com todo o respeito a Mesa pede vênia para que não pensem que está sendo feita anarquia.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Vou formular uma Questão de Ordem considerando a leitura do requerimento feita por V. Exa.. O Regimento, no meu entendimento não está sendo cumprido.

Então, em Questão de Ordem, solicito a V. Exa. que dissesse quantas vezes, nos últimos sessenta dias, a Sessão se desenrolou na forma em que foi proposta.

 

O SR. PRESIDENTE: O art. 163 diz: "A Ordem do Dia só poderá ser interrompida, ou alterada para:

I - Votar pedido de licença do Prefeito.

II - Para votar requerimento de licença de Vereador.

IV - Alteração de prioridade estabelecida na Ordem do Dia."

É isso o que está acontecendo. Está dentro do Regimento, Ver. João Dib. Não temos dúvida de que V. Exa. está reclamando no sentido de que está-se sentindo prejudicado num aspecto de um Projeto seu. E esse Projeto vai ser votado mais facilmente se nós pudermos rapidamente liberar todo os demais. Mas é uma questão de interpretação. Aí já entra num aspecto imponderável. Então, a Mesa pede vênia, embora respeite - e já foi feito o encaminhamento -, para colocar em votação.

Foi feito um Requerimento, apresentado com um adendo do Ver. Cláudio Sebenelo e que tem encaminhamento contrário do Ver. João Dib.

Em votação o Requerimento de alteração da ordem de votação dos trabalhos na Ordem do Dia. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com voto contrário dos Vereadores João Dib, João Carlos Nedel, Pedro Américo Leal e Fernando Záchia.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, no meu pronunciamento havia outra preocupação: onde está o Projeto 003, que estava sob a égide do artigo 81 e não está na relação dos processos da Ordem do Dia?

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa vai responder imediatamente a V. Exa.

 

(Foram lidas e apregoadas as emendas apresentadas ao PLL nº 160/97.)

 

O SR. NEREU D'ÁVILA (Questão de Ordem): Essa última Emenda está prejudicada, por uma Emenda que nós já negociamos, inclusive, acho que o Ver. Lauro Hagemann não está sabendo, com o Ver. Adeli Sell, com a SMIC - Líder do PT - e até retirei a Emenda, reformulei-a. Então, pediria a V. Exa. que retirasse a Emenda.

 

O SR. PRESIDENTE: Os esclarecimentos do Ver. Nereu D'Ávila chegaram ao conhecimento do Ver. Lauro Hagemann, e o entendimento fica entre os Srs. Vereadores para ver quais são as providências.

A Mesa quer pedir, aos senhores que nos visitam, silêncio. O “zumzum” atrapalha o trabalho dos Vereadores, além do que os Vereadores também falam muito alto.

 Eu quero deixar claro, para a senhora que está oferecendo cachorro quente, que não podemos permitir que se faça isso, aqui, neste momento. Já me solicitaram para entregar a cada Vereador um cachorro quente. Eu não aceito, não admito e não é permitido. Isso não fica bem aqui para a Casa. A Mesa reitera que a senhora não fique oferecendo o produto, que é vendido pelo pessoal das caminhonetes que hoje estão reivindicando uma legislação. Nós consideramos que isso é muito importante, porque não há como explicar à população que está sendo feito esse tipo de coisa e isso poderá ser mal-interpretado. Entendo que as pessoas não estão com esta intenção. Qual é o Vereador que não gostaria de ganhar. Mas não é o momento oportuno. Não é possível. Obrigado.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 2670/97 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 160/97, de autoria do Ver. Nereu D’Ávila, que altera dispositivos da Lei nº 3187, de 24 de outubro de 1968, que estabelece normas para a exploração do Comércio Ambulante, e dá outras providências. Com Emendas nº 01 e 02.

 

Observações:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 160/97, de autoria do Ver. Nereu D'Ávila. O Ver. Nereu D’Ávila está com a palavra para discutir.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores. Nós ficamos honrados com a presença do público, porque queremos e gostamos que esta Câmara seja, realmente, o tambor de repercussão de todos os problemas da Cidade. Além do problema, que é este Projeto de nossa autoria, com várias Emendas, inclusive, de outros Vereadores, há uma outra questão da Vila Campos do Cristal. Eu repito, a todos nós Vereadores é muito importante a presença da nossa população aqui conosco.

Especificamente sobre este Projeto, para aqueles que ainda não estão com a clareza do que está acontecendo, é que existe uma lei de 1968, portanto, com quase trinta anos, que é a de nº 3187, que dá normas e regulamenta a atividade de camelôs e ambulantes na cidade de Porto Alegre.

Surgiu agora, não só em Porto Alegre, mas em outra capitais, essa nova modalidade que é chamada de alimentação sobre rodas que, rapidamente, em cerca de cinco ou seis meses, proliferou-se e continua aumentando na Cidade.

Ocorre que, até agora, a Prefeitura alega estar em conversação com a SMT, porque envolve questão de trânsito e de tráfego, a própria Secretaria do Planejamento e a Secretaria da Saúde. Então, realmente, há alguns envolvimentos desta atividade, além da Secretaria da Indústria e Comércio, que concede o alvará de licença para o trabalho. Então, até hoje, e já vão seis meses, praticamente, essas vans e esse tipo de alimentação estão trabalhando absolutamente sem alvará e, no máximo, com a licença da Saúde.

 Ora, eu já fui Secretário da SMIC, qualquer um sabe que sem alvará a pessoa, juridicamente, não existe, pode ser apreendido o seu material, o seu veículo e impedido o seu trabalho. É justamente isso que estamos fazendo, inserindo no texto da lei a existência desse tipo de atividade de alimentação sobre rodas. É mais ou menos como nascer e não ser registrado, não tem nome, não existe. Eles, até agora, sob o ponto de vista da lei, não existem. Nós vamos inserir, na lei, a existência dessa atividade; vamos legalizá-la, e, no prazo de 60 dias, a SMIC vai regulamentá-la com procedimentos administrativos e pertinentes à atividade que está sendo exercida. Hoje, ela está caótica. Eles querem trabalhar - é um direito deles. Estamos fazendo emendas, inclusive de outras bancadas; estamos conversando com o próprio Partido do Governo - com o Ver. Adeli Sell e com o Líder, Gerson Almeida - e, agora, temos o envolvimento da SMIC.

Existe uma Emenda de minha autoria que determina 100 metros, no mínimo, de distância entre ambulantes e estabelecimentos fixos, e entre os novos e os ambulantes já instalados, que vendem alimentos similares. Isso para que ninguém seja prejudicado. Já ocorreram conflitos na Volta do Gasômetro, no Hospital Conceição e em muitos outros locais, ou por proximidade entre os vendedores ou por prejuízo a estabelecimentos que vendem os mesmos produtos. Por tudo isso, há que ter a clareza de que, embora um direito ao trabalho absolutamente respeitado, existem outras pessoas que exercem essa atividade e cujo direito também deverá ser respeitado.

 A incumbência da Câmara é legislar; é proceder à inserção da atividade na lei; é legalizar, com alguns princípios que vão servir inclusive ao Poder Executivo para a regulamentação. Para isso, estamos dando o prazo de 60 dias.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Nereu D’Ávila, o Ver. Paulo Brum se inscreve e oferece o seu tempo a V. Exa. com a concordância do Ver. Adeli Sell, que está inscrito.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA: Agradeço ao Nobre Ver. Paulo Brum pela cedência do tempo.

 O Ver. Pujol, que havia, inadvertidamente, colocado em uma das Emendas, 120 dias de prazo, concordou com o nosso prazo. Com a negociação, inclusive com a Bancada do PT, cremos que no prazo de seis meses em que estão aumentando este tipo de veículos está na hora de fazer a sua regulamentação. E os proprietários desse ramo de alimentação estão interessados em ter a tranqüilidade de sair para trabalhar e ter seu alvará, seu direito assegurado, pois assim dentro das normas por nós formuladas não poderão ser autuados pela fiscalização. Hoje, a fiscalização não tem o procedimento legal para autuar, só os argumentos de que eles não têm alvará. Mas não têm alvará porque ninguém deu, eles não estão infringindo a lei, não estão roubando, não estão matando, estão trabalhando.

Neste ponto até tem havido uma certa tolerância do Poder Público, com a minha crítica construtiva. Nesses seis meses o Poder Público, mesmo que essa Câmara não legislasse, poderia ter tido a discricionariedade o poder público absoluto, de evitar esses conflitos através de um acordo, mesmo que de cavalheiros. E não foi nada feito, e não por culpa de quem trabalha, mas por omissão da Administração.

 Essa é uma crítica procedente, construtiva, que o próprio Secretário da SMIC reconheceu, aprestando-se imediatamente, a informar que até o final do ano estaria regularizada.

 Cremos que, avançamos bastante com a legalização por nós formulada nesta tarde, porque além do Projeto por mim proposto, eu mesmo o aperfeiçoei através de Emendas e outros Vereadores também o fizeram com amplo conhecimento das lideranças dos proprietários dos veículos de alimentação sobre rodas.

 Até diria mais aos Srs. Vereadores: nesta tarde estamos ajudando a própria Administração. Porque a SMIC através da bancada do Governo procedeu a redação de Emendas que auxiliam a futura regulamentação deles.

 Então, estamos fazendo algo bastante adiantado, adentrando na área da Administração, e depois o que for votado, aqui, como lei, já será dispensado de se regulamentar, porque já está sendo regulamentado por nós. Há mais de 200 desses veículos trabalhando, e eles mesmos estão meio perdidos, procurando seus pontos, e sem a coordenação, e eu sempre uso o termo, sem o monitoramento do Poder Público, que é o Poder concedente. Faltava algo que hoje vai haver, que é a legalização, ou seja, a existência legal, pois sem ela não pode haver o registro. Hoje é o registro de nascimento dessa nova modalidade em Porto Alegre. Nós procuramos, ao longo desse tempo, discutir E por iniciativa do Ver. Adeli Sell houve um debate, na Comissão de Finanças e Orçamento, com os interessados; houve, neste Plenário, um debate com mais de 200 pessoas, num domingo, a que compareci, expliquei, debati e dialoguei com os usuários. Houve o diálogo entre este Vereadores e as partes; entre este Vereador e as demais bancadas, principalmente a do Governo, que é quem vai regulamentar através da SMIC, e houve o interesse de alguns Vereadores, como o caso do Ver. Adeli Sell, Gerson Almeida, Reginaldo Pujol, Luiz Braz, que fizeram emendas aperfeiçoativas.

Leio uma faixa nas galerias que fecha com o que estou dizendo: "Queremos trabalhar. Queremos alvará". Terão o alvará a partir da regularização dada por esta Casa. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa solicita às galerias que não se manifestem, seja através de gestos, vaias ou palmas, porque é anti-regimental.

O Ver. Carlos Garcia solicita licença para tratar de interesses particulares no dia de hoje.

A Mesa declara empossado o Suplente João Batista Pirulito em substituição ao Ver. Carlos Garcia.

Passamos ao Sr. Secretário para que apregoe mais uma Emenda referente ao Projeto de Lei do Legislativo 160/97.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: Apregoamos as seguintes Emenda ao PLL 160/97:

(Foram apregoadas as Emendas e Subemendas conforme constam na Ata.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Adeli Sell está com a palavra, para discutir.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sr. Secretário, Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores. O Ver. Nereu D'Ávila disse há pouco que precisávamos dar uma certidão de nascimento a uma nova modalidade de trabalho na Cidade. Eu concordo com isso plenamente, e diria mais, Ver. Nereu D'Ávila: temos que batizar esta nova modalidade de trabalho. Portanto, hoje eu acredito, com a discussão que estamos fazendo, que vamos dar a certidão de nascimento e, ao mesmo tempo, a de batismo. Por quê? Porque, com paciência, tolerância, negociação política e administrativa, nós conseguimos, a partir do Projeto do Nobre Colega Ver. Nereu D'Ávila, negociar com vários Vereadores que tinham interesse, já que havia o pedido do artigo 81, portanto, urgência. As Emendas são de lideranças. Eu agradeço, em particular, aos Vers. Reginaldo Pujol, Luiz Braz. Lauro Hagemann, à Liderança da nossa Bancada, Ver. Gerson Almeida, que, de comum acordo, começamos a trabalhar com os representantes das associações, do setor, com pessoas que trabalham individualmente nesse segmento.

Nós dissemos a todos que a Câmara de Vereadores não se posiciona por uma ou outra associação , ela respeita a representatividade que cada um tem porque as pessoas escolhem os seus representantes. Como eu disse aqui, de outra feita, eu não escolho entre o SINTAPA e o SINTÁXI, que são dois Sindicatos da mesma categoria, as pessoas, livremente, aderem àquela associação, àquele grupo que tem maior identificação. Eu quero, portanto, entrar um pouco no debate sobre o tema. Nós aceitamos e reconhecemos a crítica fraterna que fez o Ver. Nereu D'Ávila, de uma certa demora; mas, temos que reconhecer que problemas sempre existem na Cidade e temos que dar conta dessas tarefas. Penso que nós, Vereadores, não temos só por objetivo fazer uma lei, também temos, como tarefa do nosso mandato, fiscalizar, acompanhar as coisas do Poder Público Municipal e fazer propostas além da lei. É o que nós estamos fazendo. Os senhores que trabalham neste segmento apresentaram um rol de questões que não estarão na lei, porque não cabem; mas, na regulamentação, na discussão com a Secretaria Municipal de Indústria e Comércio, estará melhor encaminhado, porque a forma como redigimos a Lei - e queremos agradecer a alguns advogados, como ao Pery, que nos deu uma grande colaboração na redação final desses textos - foi a mais ampla, a mais genérica possível para que, a partir da legislação que começa a dar vida, e maioridade a esse trabalho, possa, posteriormente, ser devidamente adequada.

Nós tivemos alguns cuidados. Todos têm responsabilidade, sem dúvida alguma, como dizem os cartazes: "Queremos trabalhar" - "Queremos Alvará". Todos têm preocupação com seus familiares, porque provavelmente haja alguma pessoa da sua família - como em cada família brasileira tem - mais alguém desempregado; portanto, neste momento, a sobrevivência é difícil. Mas nós tomamos alguns cuidados, que são importantes, tanto para quem trabalha no ramo como para o consumidor e para a Cidade em geral.

Há estabelecimentos fixos na Cidade e ontem os 33 Vereadores receberam uma longuíssima carta do Sindicato, de hotéis, bares, restaurantes e similares. Nós telefonamos ao seu Presidente e explicamos o que já tinha sido acordado até ontem à noite e conseguimos mostrar a essa Instituição que nós estávamos regulamentando essa nova modalidade de trabalho, fazendo com que os que têm ponto fixo não sejam prejudicados.

Nós também estamos dando um prazo, chegamos a um acordo. Foi-nos proposto pela Secretaria um prazo de 120 dias para regulamentar o número, a questão de um número, a questão de como será tratada a venda nos eventos.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, seu tempo está esgotado. O Ver. Décio Schauren inscreve-se e cede seu tempo ao Vereador.

 

O SR. ADELI SELL: Agradeço ao meu colega de Bancada. E como vinha dizendo, colocamos alguns preceitos básicos de segurança e de saúde. Queremos seguir a Associação Brasileira de Normas Técnicas que determina um padrão, e, evidentemente, os senhores terão sessenta dias para se adequar a essa situação; também a fiscalização dos locais onde estarão os seus carros. Vejam que não estamos fazendo distinção por um tipo de carro, por uma marca, estamos descrevendo o tipo de automóvel numa determinada circunstância mas que não beneficiará nem um grupo nem outro, ou uma marca, é genérico. Se houver algum problema, serão feitas as adaptações necessárias.

Também tivemos a preocupação de discutir com o Major Juarez, do Corpo de Bombeiros, que nos alertou para algumas questões técnicas, colocando-se à disposição para acompanhar e dar explicações sobre os cuidados que temos que ter. Qualquer sinistro numa via pública, os senhores hão de convir, seria uma tragédia. Tivemos o cuidado de colocar na lei algumas determinações básicas para serem observadas, e vocês terão a assistência do Corpo de Bombeiros prometida pelo Major Juarez que recentemente assumiu o comando do Corpo de Bombeiros da Praia de Belas. Também tivemos preocupação com a saúde pública, fomos cobrados por estabelecimentos fixos sobre determinados lanches feitos na via pública. Há uma determinação discutida com a Secretaria Municipal de Saúde, que está na emenda assinada pelo Ver. Luiz Braz. Discutimos isso com a Secretaria e estão postos todos os elementos que devem ser seguidos, estabelecendo-se esse mecanismo e o tipo de lanche que se poderá fazer nos veículos.

E queria deixar registrado aos Vereadores deste Plenário, aos interessados no assunto, que chegamos a um denominador comum, negociado com a Secretaria Municipal, houve recuos de todos os lados. A Secretaria fez vários recuos, negociou, entendeu algumas questões, está deixando algumas questões em aberto para discutir posteriormente na regulamentação. Uma coisa posso dizer, nós convencemos o nosso Governo, convencemos a Secretaria que é tempo de fazer essa regulamentação. Baixamos de 120 dias para 60 dias em comum acordo, isso é um grande benefício não para os Senhores ou para nós que fizemos a negociação, mas é um benefício para a Cidade de Porto Alegre. Estamos chegando a um entendimento entre os donos estabelecimentos fixos e os ambulantes, regrando todas as questões aqui apontadas. Peço o voto de toda a Câmara de Vereadores, um grande acordo, feito dessa maneira, eu tenho a certeza de que todas as partes ganharão, Porto Alegre ganhará.

Para concluir, vou falar sobre a limpeza pública. Muito nos foi cobrado nas últimas 48 horas sobre a limpeza pública. Eu dei uma sugestão às duas Associações, aos Senhores e Senhoras, para que façamos um esforço conjunto para garantir essa questão que será um símbolo em Porto Alegre, um ponto de venda de lanches que seja um exemplo de saúde pública, um exemplo de boa colocação e, ao mesmo tempo, de limpeza pública, assim Porto Alegre continuará sendo sempre a Capital da melhor qualidade de vida do nosso País. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Antonio Hohlfeldt para discutir.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não sei se os votos da Bancada do PSDB não interessam aos companheiros que trabalham nesse tipo de comércio, mas curiosamente nenhum dos Vereadores do PSDB foi procurado para essa conversa, esse acerto. É estranho. Lamento porque isso nos obriga a fazer Emendas de última hora dentro de um debate que eu teria muito gosto de ter desenvolvido.

Entre essas coisas que eu gostaria de ter conversado com os Senhores e Senhoras é exatamente que eu não tenho muito clara essa repentina invasão que sofreu a Cidade de Porto Alegre e outras cidades-capitais, ela decorre, baseando-se na necessidade da alternativa de pessoas isoladas, ou se, na verdade, o que estamos tendo são grandes grupos que usam testas-de-ferro e abusam do espaço público da Cidade, que é de todos, que passa então a ser privatizado, porque, na prática, temos uma privatização do espaço público, desta vez não é sobre calçada que os ambulantes usam, mas sobre áreas de estacionamento, teoricamente, de automóveis. Quando converso com algumas pessoas, não consigo entender como elas tiveram capital de investimento, que não é pequeno, para o tipo de pessoas que estão fazendo esse investimento, a não ser que estejam sendo bancadas por grandes grupos que não aparecem e usam uma espécie de terceirização indireta.

 Lamento que, ao invés de o Executivo ter tomado a iniciativa dessa discussão e ter a solução e encaminhamento desse problema, porque esse assunto cabe ao Executivo, existe uma secretaria específica para tratar disso, foi o Legislativo que acabou tomando essa iniciativa, porque a SMIC ficou "empurrando o problema com a barriga", prejudicando a Cidade e, em última análise, os próprios interessados. Chama a atenção algumas situações que vivi, e eu dizia isso ao Ver. Nereu D'Ávila ainda há pouco, nos últimos meses, desde o surgimento desses veículos.

Há dois meses e meio, apareceu uma kombi à noite, na Rua Caldas Júnior esquina com a Rua da Praia, estacionada, naquele local, sempre em torno das vinte e uma horas em diante, a menos de dez metros da esquina e que nas primeiras vezes era recolhida, após uma certa hora da madrugada e, depois, como não acontecia nada, passou a usar o estacionamento fixo, virou um ponto fixo ambulante. Durante o dia fechavam a kombi, usando um espaço da área azul, sem que a SMT ou a Brigada tomassem providências, estava mal-estacionada e um dia, quando eu insisti com o brigadiano para que tomasse providências, sob pena de eu denunciar, não apenas o proprietário, mas o próprio soldado, ele o fez. Descobriu-se que o carro não tinha placa, não havia alvará, o imposto estava atrasado há mais de cinco anos- a licença do DETRAN -, fora problemas que foram levantados aqui em uma das emendas, o do liquinho e o da higiene. Dias depois, na mesma quadra da Caldas Júnior, na outra esquina, com a Sete de Setembro, sete e meia da manhã, eu fui à Rádio Guaíba, estava o cidadão lá estacionando tranqüilamente, abrindo barraquinha para tudo quanto era lado em torno do seu veículo, exatamente, de novo, numa ponta de área azul. Metade do veículo ficava no final do estacionamento da área azul, e a outra metade, obviamente, sobre o espaço da calçada que as pessoas normalmente usam para atravessar a rua. E ali naquela esquina, todos os Vereadores sabem, é extremamente complicado atravessar, porque os motoristas seguem reto em direção ao BANRISUL, ou dobram à esquerda onde já há estacionamento de carro junto à rua Caldas Júnior; do outro lado, parada de lotação, que já é um inferno, e por aí a fora.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Cláudio Sebenelo cede seu tempo ao Ver. Antonio Hohlfeldt.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Agradeço ao Ver. Cláudio Sebenelo e ao Sr. Presidente.

Segunda situação a que quero chamar atenção: PUC, Av. Ipiranga. Todos nós sabemos o inferno que é aquele trecho da Ipiranga que a SMT vem tentando resolver desde antes do meu tempo de Secretário, portanto desde antes de 1989, com estacionamentos e que agora está-se chegando a um encaminhamento. Pois ali não temos menos do que dez veículos diários a partir das 17, 18 horas disputando espaço com ônibus, táxi-lotação, com táxi e com veículos particulares, criando uma verdadeira barafunda naquilo que já é extremamente complicado. Curioso é que, quando se fala com um brigadiano, ele finge que não tem nada a ver com o assunto. Eu pedi providências, imediatamente, porque estão lá três placas enormes de "Proibido estacionar", imaginem se será possível parar de maneira permanente, e começa às cinco da tarde e vai noite a dentro. Eu simplesmente fiz uma coisa muito curiosa que, depois, enviei ao comandante da Brigada -: mandei fotografar os brigadianos. O que vimos? Os brigadianos alimentados nos carros. Aí a coisa complica porque temos cooptação dos soldados e vamos entender por que eles não fazem nada frente a uma coisa que é, evidentemente, um desrespeito a uma legislação mínima. Se é proibido estacionar, é para todo mundo. Não é para uns sim, para outros não. Esta é uma segunda situação objetiva.

Eu não vou, aqui, falar de parada sobre faixa de segurança, Ramiro Barcelos, esquina com Jerônimo de Ornellas. Eu quero localizar todos, para ninguém dizer que eu estou inventando situações. Eu quero lembrar, por exemplo, um outro problema, grave, que nós temos enfrentado, nesta situação, que é, às vezes, a briga entre vendedores. Já assisti, defronte ao Colégio Júlio de Castilhos, a uma disputa razoavelmente ferrenha entre dois proprietários, locadores destes veículos, deste comércio. Do palavrão às quase vias de fato era um passo. Aí, se criou torcida para um lado, para outro, e foi um negócio complicado em frente do Colégio.

Por todas estas situações, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu acho que, em boa hora, o Ver. Nereu D'Ávila faz um encaminhamento que deveria ser do Executivo, mas parece que o Executivo não estava querendo assumir a responsabilidade, que é, realmente, nós buscarmos negociar, mas, também, legislar sobre uma situação que existe de fato, que não pode ser ignorada, que não deve ser ignorada, porque, de toda maneira, as pessoas precisam desta alternativa de trabalho e ela se tornou, também, uma alternativa de alimentação.

Agora, vejo que uma das tantas Emendas que entram no Projeto, é extremamente importante, Ver. Nereu D'Ávila, sobretudo no caso das escolas. Como se sabe, a maior parte das escolas públicas ou privadas, as públicas através de CPMs, as particulares através de uma negociação direta, possuem bares e restaurantes no seu interior. E esses restaurantes e bares não estão ali de graça, eles pagam aluguel e têm despesas objetivas. Estão montados dentro de uma perspectiva de um lucro e de um contato direto com alunos.

Tomo o exemplo da PUC, que cada prédio possui um restaurante, tem uma previsão de movimento. Em qualquer escola pública estadual há um barzinho, onde o CPM, de um modo geral, tem uma vinculação, até para fazer um pequeno caixa no seu funcionamento e complementação de pequenas obras para as quais, às vezes, o Estado não envia verbas. As escolas particulares não fazem diferente. Então nós não podemos desconhecer, não apenas a questão do comércio fixo em beira de calçadas, nas ruas, mas este outro comércio, legal, com alvará, com fiscalização permanente da Secretaria da Saúde, como ocorre na PUC, e que, de repente, se vê sofrendo um processo de competição absolutamente desleal, do ponto de vista comercial, porque o sujeito que está lá fora não pagou nada de imposto, não está sendo fiscalizado, não está sendo controlado e está usufruindo e tirando, na verdade, o espaço e o comércio daquele comerciante que está instalado, que está cumprindo com toda a legislação.

             

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Anamaria Negroni se inscreve e cede o seu tempo a V. Exa. com a concordância do Ver. João Dib.

           

O SR. ANTONIO HOHFELDT: Agradeço à Vera. Anamaria Negroni. Eu quero dizer que esse problema vinha me preocupando há muito tempo. Ressalta-se, também, uma questão muito especial, além de higiene e de segurança, que são duas coisas óbvias para qualquer negócio e que estão encaminhadas através de emendas, que é o mau, péssimo, desrespeitoso estacionamento da maioria desses veículos. Tem-se estacionado em áreas proibidas, tem-se estacionado em áreas de menos de 3 metros, portanto abrangendo as calçadas e impedindo a travessia de pedestres, tem-se estacionado junto a áreas de estacionamento escolar, colocando em risco crianças que descem do veículo escolar - esse tem que parar em fila dupla - e atravessam pedaços de rua.

Eu confesso aos Senhores que a minha disposição era, de um modo geral, muito negativa a essa situação. Hoje, vim aqui disposto a votar contrário ao Projeto, não ao mérito da iniciativa do Ver. Nereu D'Ávila, mas ao Projeto em si, porque eu não quero cair na situação radical do Rio de Janeiro, que proíbe, pura e simplesmente, esse tipo de comércio, mas também não quero deixar a coisa, absolutamente, a “Deus-dará”. A Casa tem que legislar no interesse da maioria e não de uma minoria. Minoria respeitosa, quero dizer aqui, mas de toda maneira, uma minoria que atrapalha todo o trânsito da Cidade. Gostem ou não, são minoria. Nós temos um milhão e trezentas mil pessoas nesta Cidade, esta Associação e estes profissionais são bem menos do que isso.

Eu acho que a iniciativa do Ver. Nereu D'Ávila em boa hora recebeu complementações de inúmeras emendas, que, parece-me, formam já, aí, um conjunto razoável de regulamentação, Ver. Nereu. E por isso mudei a minha posição no sentido de votar favorável ao Projeto com as emendas. Vamos conversar na Bancada. Acho que não podemos colocar em risco a segurança do proprietário e muito menos das pessoas que vão ali no serviço, tanto do ponto de vista do liquinho, quanto do ponto de vista da qualidade do alimento fornecido. Por outro lado, temos que garantir que a Cidade não seja mais atrapalhada, mais prejudicada, dentro de uma idéia necessária que temos que resolver. Portanto, a regulamentação é fundamental com alguns itens que levantamos aqui.

Esta é a discussão que faço questão de trazer, antipática ou não aos interessados, mas tenho marcado a minha presença nesta Casa pela lealdade e pelo respeito. Se tivessem me procurado, eu teria dito exatamente isso que digo aqui de público; como não me procuraram, parece que o PSDB é dispensável.

Estou usando este tempo para deixar registrada a minha posição e a minha preocupação de que, em aprovada a lei e as emendas, Ver. Nereu, a SMIC seja capaz de fazer o que não fez até agora, ou melhor, ao menos fiscalizar a aplicação dessa legislação, e que os comerciantes que encontram nesta Casa a guarida que não encontraram na Secretaria de Indústria e Comércio também tenham a sua responsabilidade em relação a esse processo, porque quero que não entendam isso como uma ameaça, mas como uma posição absolutamente clara deste Vereador.

Se votada, aprovada, encaminhada a lei e regulamentada continuarmos a ver esses desrespeitos serei eu a tomar uma iniciativa e acho que terei o apoio do Ver. Nereu para mudar a legislação no sentido drástico de coibir, pura e simplesmente, porque o que não podemos é, para resolver problemas de alguns, criar problemas para outros, que formam o conjunto de toda a Cidade.

Nesse sentido, Ver. Nereu, me disponho a votar com Vossa Excelência no Projeto, com as emendas, a minha subemenda, preocupação minha com relação às escolas esperando que a Câmara, uma vez mais, esteja colaborando com a Cidade de Porto Alegre como um todo e colaborando com esses cidadãos que têm o direito de tentar encaminhar uma alternativa de vida, mas que têm também o dever de respeitar o direito dos demais que são o conjunto da Cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra, para discutir o PLL 160/97.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é preciso que eu faça alguns registros. São 16h46min e os quinze projetos que foram colocados antes do meu, pela décima vez, não foram votados. Nenhum. Apenas estamos no primeiro, e vai levar algum tempo ainda sendo discutido.

Em segundo lugar, o Ver. Nereu D'Ávila apresentou um Projeto de Lei pretendendo regulamentar. Cumprimentos ao Ver. Nereu D'Ávila.

Mas eu tenho uma vida toda dedicada ao serviço público municipal, e não foi nenhum mérito é que foi uma vocação que eu encontrei, que eu descobri e por formação e convicção eu fui sempre servidor público municipal. Aprendi especialmente com o Prefeito José Loureiro da Silva. Agora, eu sou obrigado a dizer que eu nunca vi uma administração tão incompetente e, muitas vezes, mal-intencionada. E eu não digo por nada, eu tenho nas mãos uma história em quadrinhos da Administração da Prefeitura. A Administração da Prefeitura, em sua história em quadrinhos, numa parte diz: "Os moradores solicitam uma desafetação à Prefeitura, que avalia e manda para a Câmara de Vereadores," - nem isto eles sabem, esta instituição chama-se Câmara Municipal e não Câmara de Vereadores - "onde é decidido. Assim, a Prefeitura e os moradores precisam lutar juntos para convencer a maioria dos Vereadores a aprovar a lei."

E o que nós temos visto desta Administração, que passou de 17 mil servidores para 25 mil servidores, sem contar os que são contratados por serviços terceirizados de 17 para 25 mil servidores. O que ela faz? Pelo que entendo, na sua história em quadrinhos, ela estimula, porque o problema que hoje é problema, o dos veículos distribuídos nas ruas da nossa Cidade, não seria problema, se a Prefeitura, com seus 25 mil servidores, detectado o primeiro dos problemas mandasse parar, e vamos estudar. Mas não tem interesse em resolver. O importante é criar o problema, é fazer com que essas pessoas que têm lá suas responsabilidades venham até oferecer cachorro-quente para os Vereadores, aqui.

 Isso é muito bom para a Prefeitura, uma Prefeitura que achou interessante fazer a Praça ao lado do Country Clube para dar Direito Real de Uso e mandou os moradores virem aqui pressionar os Vereadores. Que fez a Vila Planetário nas mesmas condições. Uma Prefeitura que não deu oportunidade aos comerciantes da Rua da Praia para instalar um posto policial dentro da Praça da Alfândega, às expensas dos comerciantes, mas agora, na Feira do Livro a Prefeitura colocou artesãos. E lá estão eles, ocupando toda a Praça! Esta Prefeitura, é preciso que o povo saiba bem, não atende aos interesses do povo, mas atende aos interesses eleitorais. É só assim que opera. É tudo publicidade e tudo sem programação.

Veja, nobre Ver. Nereu D'Ávila: esse Projeto foi apresentado em agosto. V. Exa. foi procurado pela SMIC, que tem a responsabilidade do problema, para aprimorar o seu Projeto? Nunca, nenhuma vez. E eles sabiam do Projeto. No entanto, desde segunda-feira até agora 9 Emendas entraram e mais Subemendas, e, talvez, façamos uma colcha de retalhos, o que não é melhor para todos, porque estão muito interessados em criar mais problemas e não solucionar.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Américo Leal se inscreve e cede o tempo a V. Exa., Ver. João Dib.

 

O SR. JOÃO DIB: Agradeço ao Ver. Pedro Américo Leal. Eles estão mais interessados em criar problemas e não em soluções. Não se iludam aqueles que, hoje aqui, com a sua presença imaginam que pressionam os Vereadores. Não se iludam, pois eles não são os anjos que aparentam ser. Eles deveriam, por iniciativa própria, desde o primeiro dia, ter solucionado o problema que se colocou nas ruas da Cidade. Mas eles não querem resolver.

Agora eles querem retirar os artesãos da rua da Praia e colocá-los na Otávio Rocha. Não. Eles vão colocar mais gente na Otávio Rocha e deixar os outros na rua da Praia. Eles não pretendem resolver os problemas da coletividade. Quanto mais confusão criarem mais oportunidade eles têm de parecer bonzinhos. Que não se diga que seja falta de servidores. De dezessete mil ativos e inativos estamos com um quadro de vinte e cinco mil servidores municipais e a maioria mal-pagos, mas muitos com cargo em comissão e outras coisas mais da administração prefeitoral.

Então é preciso que esta Cidade entenda que deve ser administrada com dignidade e que não pode continuar ocorrendo o que está ocorrendo, ou seja, fazendo com que pessoas se submetam à vontade da Prefeitura.

Os Senhores devem ter procurado o Secretário Municipal da Indústria e Comércio. Não sei se ele os recebeu. Não sei se lhes deu atenção; acredito que não tenha dado mesmo. Agora, o Secretário Municipal da Indústria e Comércio fez um Mercado Público bonito e nós, aqui, dissemos que o Mercado está doente apesar de muito bonito. Não existe mais freqüência no Mercado Público. Mas ele só está preocupado em cobrar alguns inadimplentes e diz que nós, na Câmara. só pensamos nos inadimplentes. Não é verdade isso.

Nós fizemos um estudo muito bom sobre o Mercado e ele procurou as falhas do estudo. Estudo que ele deveria ter feito; que a Prefeitura deveria ter feito. Mas ele não teve nenhuma dúvida em apresentar uma proposta para ser decidida em vinte e quatro horas, colocando um acréscimo de 88% nos aluguéis do Mercado Público. Isso quando todos os aluguéis da Cidade baixam a Prefeitura queria colocar mais oitenta e oito por cento nos aluguéis no Mercado Público e sabiam que tinha gente que não poderia pagar esse aumento.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, eu gostaria de dizer a V. Exa. que tenho informações das partes e que não haverá esse aumento nos aluguéis do Mercado Público.

 

O SR. JOÃO DIB: Nobre Vereador, eu também tenho. Eu sou um Vereador muito atento. Vejam que eu tinha guardado na minha gaveta essa "história em quadrinhos" da Prefeitura. Realmente, o assunto foi deixado para o mês de março. Espero que até lá o Mercado Público se recomponha e não haja necessidade de sofrer o vexame de estar pedindo solução. O Mercado sempre funcionou bem, mas agora está com problemas.

Mas, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Ver. Nereu D’Ávila, é preciso que isso seja regulamentado. É preciso que haja disciplina, que haja ordem. Na Praça da ENCOL, a Praça Carlos Simão Arnt, chegou-se a contar, numa tarde de domingo, dezessete fornecedores de lanches rápidos naquela área. É claro que os que têm uma casa instalada, com empregados, que pagam aluguel, que pagam uma série de impostos, que têm dificuldades, não podem, de repente, sofrer essa concorrência. Há uma necessidade de se disciplinar, e V. Exa. está fazendo o que competia à Prefeitura. Mas o mais grave é que a Prefeitura, através da sua Secretaria, colocada num prédio comprado ilegalmente, não procurou V. Exa. para dizer: Vereador, já que V. Exa. apresentou o projeto de lei vamos colocar a nossa experiência, a nossa fiscalização, a nossa vivência do problema. Deixaram que se faça uma "colcha de retalhos" onde nove emendas foram colocadas de segunda-feira até hoje. E talvez agora, quando eu descer da tribuna, já não sejam mais nove.

Essa é a Prefeitura onde sobra dinheiro mas não presta bons serviços aos porto-alegrenses. E é por isso que digo: atenção com os órgãos prefeiturais. Saúde e paz.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Tem a palavra o Ver. Elói Guimarães.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Senhores e Senhoras que no exercício das suas atividades estão aqui aguardando soluções da Câmara Municipal de Porto Alegre.

Entendo que aos que trabalham deve a autoridade executiva, legislativa encontrar solução. Temos que alterar o enfoque do debate. O trabalho não é problema. Existem problemas sim, mas o trabalho, este que está sendo exercido licitamente, não é problema. Então, a autoridade, seja ela do Legislativo ou do Executivo, tem que encontrar fórmulas e saídas para que essa atividade se desenvolva a pleno, porque ninguém trabalha por lazer, embora o trabalho seja útil para o desenvolvimento do corpo e da mente; todos trabalham porque têm efetivamente necessidade de trabalhar.

Essa é uma atividade nova, que foi criada por uma necessidade. A lei regula o fato. O fato cria o direito e não o direito cria o fato. Neste sentido, o fato se dá na razão da necessidade de trabalhar. É assim que eu vejo a questão. Nós estamos diante de uma realidade, para a qual o Poder Público tem de encontrar uma saída. Neste sentido eu cumprimento o Ver. Nereu D'Ávila - ele que é um especialista no assunto, por ter exercido, com muita proficiência o cargo de Secretário Municipal da Indústria e Comércio, no governo Alceu Collares -, pois ele sentiu a necessidade de oferecer uma norma para regrar a referida atividade.

O que começa a me preocupar é o conjunto de emendas que está ingressando, alterando os balizamentos do projeto de V. Exa., porque nós também não podemos oferecer uma lei engessando a atividade. Nós temos que estabelecer balizamentos claros para que esse tipo de atividade não prejudique as atividades fixas. Há como fazer isso sim. Eu até reivindicaria a V. Exa. o ingresso de uma emenda, Ver. Nereu D'Ávila, limitando o número de veículos que estão atuando no comércio, nesse tipo de atividade; limitem-se os pioneiros, porque do contrário o que vai ocorrer: a oferta vai ser de tal ordem que a atividade entra num processo de crise e não vai encontrar a demanda necessária para sobreviver.

Sabemos que a atividade tem custos, e na medida em que ingressar 300, 500, 1.000 ou 2.000, o que vai ocorrer? A atividade perde a sua finalidade. Sou do entendimento de que V. Exa. faça uma emenda limitando, porque fica mais fácil de regular essa relação entre a mobilidade das vans e o comércio fixo. Torna-se mais fácil, porque, se quiserem terminar com esse comércio ambulante, é só abrir de forma incontrolada o número de pessoas que vão atuar na atividade.

Em primeiro lugar, fica aqui a minha manifestação, o trabalho não é problema, temos que ter a capacidade política, jurídica para normatizar essa atividade.

Em segundo lugar, não podemos engessar a atividade, sob pena de extingui-la, de tirar as condições para o exercício do trabalho. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Antônio Hohlfeldt que pede licença a partir da 17 h e 15 min do dia de hoje.

 O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra, para encaminhar o requerimento.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Srs. Vereadores Tendo em vista dúvidas suscitadas pelo Ver. José Valdir e pela Vera. Maria do Rosário na segunda-feira, depois que eu já havia saído deste Plenário, sobre o direito da licença e a duplicação eventual do salário, eu quero dizer aos dois Vereadores e à comunidade que estou-me pautando estritamente pelo Regimento da Casa e estou-me pautando inclusive ao pedir licença para tratamento de assunto particular, o que significa que abro mão do meu salário relativo a esse momento em diante, no dia de hoje. Não posso dar aparte, Ver. José Valdir, mas como V. Exa. falou depois que eu saí, posso esclarecer depois, enquanto estiver presente, mas não ausente.

Eu quero deixar bem claro que se nós formos levantar esse tipo de polêmica, eu proponho um desafio aos companheiros: fazer um levantamento, proporcional ao tamanho da bancada de quantas licenças médicas tem o PSDB e de quantas licenças médicas têm o PT. Eu tenho o levantamento e tenho a preocupação, Ver. José Valdir. Se algo tem feito pagar mais Vereador aqui nesta Casa além dos trinta e três, têm sido as licenças de saúde do PT.

Eu havia alertado o Ver. Gerson Almeida há dias, de que eu não iria tolerar nem aceitar qualquer tipo de insinuação sobre algum comportamento extra-regimental deste Vereador quando estou me pautando estritamente àquilo que diz o Regimento. E ponho à disposição de qualquer Vereador e da comunidade o meu contracheque, sem nenhum problema. Aliás, já o fiz, ao longo de um ano inteiro, quando Presidente desta Casa, de todos os Vereadores, coisa que a atual Mesa não faz.

O Regimento da Casa permite a Licença do Vereador para Tratamento de Assunto Particular, com votação e, por isso, fiz questão de, neste momento, poder encaminhar o Requerimento e dizer que sempre que eu tiver de compromisso de representação da minha própria função, como foi há pouco, Ver. Garcia, para desenvolver o meu trabalho de vereador ou para qualquer outro motivo, que eu deva sair do Plenário, eu tirarei a licença, exatamente para que a bancada não fique acéfala. E ela tem sido extremamente bem representada pelo nosso Suplente, através do PFL, Ver, Gilberto Batista. Por outro lado, tenho absolutamente claro que não vou, em nenhum momento onerar a Casa. A Casa, no que me toca, continuará tendo três Vereadores pelo PSDB e quatro pela coligação que nós representamos junto com o Ver. Reginaldo Pujol. Então, eu estou me licenciando a partir das 17h15min, como me permite o Regimento, e abrindo mão, a partir daquele momento, do pagamento devido ao dia de hoje nesse período. E assim continuarei fazendo, porque é permitido pelo Regimento. Não vou usar falsamente licenças médicas e não vou sair sem me licenciar porque pretendo que a minha Bancada continue intacta, aqui, nas votações, inclusive, nos encaminhamentos que mencionei antes em relação ao Projeto que estamos discutindo.

Então, quero deixar isto bem claro, estou dentro do Regimento e estou sendo orientado, permanentemente, pela Diretoria Legislativa que, exatamente, faz depois os encaminhamentos necessários e cálculos de remuneração final. É este o motivo, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, deste encaminhamento, nós tiraremos as licenças, exatamente, para assunto particular, o que significa que abro mão da minha remuneração da parte da Sessão a partir de agora no dia de hoje. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. JOSÉ VALDIR (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro à Mesa que providencie uma cópia da minha Questão de Ordem naquele dia em que o Ver. Antonio Hohlfeldt pediu a licença, e que seja entregue àquele Vereador, para que ele possa constatar que foi apenas para dirimir uma dúvida, que não havia algo subentendido ou coisa do gênero, e que eu só poderia fazer naquele momento, porque o assunto foi suscitado quando o Vereador não estava no Plenário. Então, não há nenhuma insinuação ou coisa do gênero. Eu gostaria que a Mesa providenciasse uma cópia da Questão de Ordem que eu levantei naquele momento e encaminhasse ao Ver. Antonio Hohlfeldt para dirimir qualquer dúvida. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE: Se o Ver. Antonio Hohlfeldt assim desejar, assim será feito. A Vera. Maria do Rosário está com a palavra para encaminhar.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Quero encaminhar, em nome da Bancada do PT, favoravelmente a que o Ver. Antonio Hohlfeldt se licencie a partir das 17h15min da tarde de hoje.

Quero, também, registrar que estamos muito felizes por votar esse Requerimento ainda com a presença do Ver. Antonio Hohlfeldt, para podermos ouvir as suas razões. Parece-nos importante que o Regimento da Casa seja lido e interpretado. Fiz, da tribuna, uma solicitação à Comissão de Constituição e Justiça: que interpretasse o Regimento. Não o considero letra morta, mas uma legislação que rege os nossos padrões e sobre a qual não deve restar dúvida.

 Ver. Antonio Hohlfeldt, para auxiliar V. Exa. e para que, neste Plenário, não paire dúvida - não sofre dupla remuneração, porque sabemos que isso não ocorreria - sobre a duplicidade de representação no Plenário, é que solicitamos o Parecer da Comissão de Justiça. Certamente receberemos o Parecer da Comissão de Justiça, que, sabemos, analisou o assunto.

A nossa questão aqui, Srs. Vereadores, não é pessoal. A nossa Bancada se relaciona com todos os Vereadores com a grandeza de quem reconhece em todos a grandiosidade da representação popular. Todos somos representantes da população. Não somos corregedores de ninguém, mas colocamo-nos na posição de buscar um esclarecimento. Ver. Antonio Hohlfeldt e demais Vereadores, de modo especial eu quero dizer que muitas mudanças são necessárias no nosso Regimento. Provavelmente esta seja uma das modificações que deveremos estabelecer.

A Bancada do PT não tem como prática a substituição de Vereadores no curso de uma Sessão. E não temos essa prática porque está claro para nós que quem inicia uma Sessão deve estar presente especialmente no período de votação no período da Ordem do Dia. Deve estar presente, a nosso juízo, mesmo que, regimentalmente, tenha o direito de se licenciar. Para a Comissão de Constituição e Justiça, é legal, é regimental, mas nós queremos dizer que a Sessão não corre com o mesmo fluxo.

Se todos os 33 Vereadores tiverem compromissos permanentes a partir das 17h, das 17h15min, das 17h30min, durante a Ordem do Dia, em que estamos, normalmente, nesse horário, os Suplentes virão e ocuparão esse espaço. É certo que todos têm a possibilidade de estar acompanhando tudo. Mas, 33 estarão votando?

Na verdade, paira uma dúvida sobre isso, não sobre a legalidade - quero dizer ao Ver. Antonio Hohlfeldt que já está sanado, para esta Vereadora, a questão da legalidade e do Regimento - mas será que deveremos manter assim? É a pergunta que faço a V. Exas, pois a nossa obrigação principal é sermos Vereadores. E todos nós sabemos disso. O Ver. João Dib ocupou a tribuna há poucos minutos dizendo que é Vereador sete dias por semana. Todos somos Vereadores sete dias por semana e 24 horas por dia, mas, de um modo particular, durante a Sessão e o período legislativo.

 Portanto, Srs. Vereadores, não há, aqui, qualquer prejuízo e leitura contrária ao Ver. Antonio Hohlfeldt que tem nossa solidariedade e nosso apoio para se licenciar e ser substituído com toda a plenitude por quem é o Suplente da sua Bancada, o Ver. Gilberto Batista, que muito bem desempenha suas funções. Enfim, só temos elogios a declarar. No entanto, achamos que tínhamos a obrigação de esclarecer essa questão da licença a partir de determinado momento da Sessão. E acredito que não fosse apenas uma questão para a Bancada do PT, acho que é uma questão para o conjunto da Câmara, uma questão para pensarmos para a modificação do Regimento, como tantas outras questões que somos chamados a atenção pela própria vida.

 Agora, sobre a Bancada do PT nesses períodos finais, por favor, Srs. Vereadores, que não se façam acusações infundadas, absolutamente. Temos doze Vereadores nesta Casa, se algum ingressa em licença de saúde em algum momento, é por absoluta determinação médica, está no processo, se alguém tem alguma dúvida sobre isso, que acione a bancada do PT. Nós tivemos dúvida e cobramos dos Vereadores. É assim, frente a frente que enfrentamos e transformamos a Câmara num espaço cada vez mais democrático e aberto. Favorável, portanto, ao Requerimento. Muito obrigada.

 (Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento de licença do Ver. Antonio Hohlfeldt (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

A Mesa declara empossado o Suplente Gilberto Batista, em substituição ao Ver. Antonio Hohlfeldt, nos termos regimentais, que integrará a Comissão de Educação, Cultura e Esportes.

 A Emenda nº 07, que se encontra com V. Exas., tem uma alteração do próprio autor, no art. 1º: O ano de fabricação dos veículos automotores não superior a oito anos - está aqui como cinco anos. O Ver. Gerson Almeida altera para oito anos.

Temos mais Emendas ao processo em discussão. Subemenda nº 1, à Emenda nº 07, altera o inciso I, do § 2º: o ano de fabricação dos veículos automotores não superior a dez anos. Da Bancada do PSB.

Subemenda nº 02 à Emenda nº 06 § 1º: na modalidade percorrendo bairro para o exercício da atividade em, no máximo, dois pontos para o mesmo bairro, onde deverá ficar estacionado o veículo, em horários não conflitantes. De autoria do Ver. Lauro Hagemann.

Apregoamos a retirada de tramitação das Emendas nº 04, de autoria do Ver. Luiz Braz, e nº 11, de autoria do Ver. Lauro Hagemann.

 O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir o PLL nº 160/97.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, caros trabalhadores ambulantes, possivelmente depois do Ver. Nereu D'Ávila tenha sido eu o primeiro Vereador desta Casa que tenha se debruçado na matéria que hoje estamos discutindo. Foi-me distribuído, na Comissão de Constituição e Justiça, o Projeto de Lei da lavra do nobre Ver. Nereu D'Ávila, Líder do PDT nesta Casa, e de imediato dei-me conta da importância da matéria que eu tinha em mãos. Sob a Presidência tranqüila, serena e inteligente do Ver. Elói Guimarães, fizemos inúmeros debates e discussões na Comissão de Constituição e Justiça.

A primeira questão que eu verifiquei era a de que, considerando que a principal razão do surgimento desse tipo de trabalho, seja a questão do desemprego gerada pelo processo neoliberal, gerada pelo processo de globalização, gerada pelos PDVs da vida, nós tínhamos que ter o cuidado para que não houvesse o monopólio dessa atividade, que essa atividade não fosse dominada por cartéis. E transmiti ao Ver. Nereu D´Ávila o entedimento deste Vereador de que deveria ser concedido no máximo um alvará por cidadão que resolvesse participar dessa atividade. O Ver. Antonio Dib acena da sua tribuna, o Ver. Pedro Américo Leal, e quero dizer que esse entendimento foi pacífico, tranqüilo na Comissão de Constituição e Justiça. E não foi por outra razão que o Ver. Nereu D’Ávila acolheu esta nossa avaliação, o nosso entendimento, que não foi só meu, foi de vários Vereadores.

 

O Sr. Nereu D’Ávila: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Para confirmar inteiramente o que V. Exa. está dizendo e também acrescentar que no texto da Lei 3187 ela previa isso, e eu até pensei que abrangeria essa nova modalidade. Mas depois estudando melhor a matéria verifiquei que era necessário uma emenda e nós a fizemos, e foi exatamente por estudo de V. Exa. O que V. Exa .diz é extremamente correto. Inserimos isso para que haja a democratização absoluta do trabalho e não a monopolização. V. Exa. realmente preocupou-se com algo muito importante e nós secundamos V. Exa nessa preocupação.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Obrigado, Ver. Nereu D’Ávila.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Parabéns a V. Exa por ter tido essa antevisão, por ter justamente impedido que se tornasse, não uma necessidade premente nesses dias em que o emprego é uma raridade, mas uma monopolização. Parabenizo V. Exa. por ter feito uma preconização de todo esse assunto.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Obrigado Ver. Pedro Américo Leal. Na verdade os apartes dos Nobres Vereadores Nereu D’Ávila e Pedro Américo Leal abrilhantam este discurso de poucas linhas, mas eu queria dizer também que uma questão importante colocada pelo Ver. Nereu D'Ávila é a da distância entre um veículo e outro. É óbvio que a matéria é bastante controvertida. Este Vereador tem sido extremamente cioso com as questões do nosso Regimento e da Lei Orgânica e reconhece que a matéria pode ser iniciada tanto pelo Poder Executivo quanto pelo Legislativo. Nesse sentido, não há nenhum óbice quanto à iniciativa do Ver. Nereu D'Ávila. O Secretário Estadual da Indústria e Comércio, Sr. José Vianna Morais, esteve nesta Casa...

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Precognição, não.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Perdão. Ele é futuramente estadual, atualmente ele é municipal. O Secretário Municipal da Indústria e Comércio esteve nesta Casa e comprometeu-se a fazer uma regulamentação.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exc. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Pretender que o PT vá ao Estado, não!

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Lastimavelmente eu não posso achar que o seu aparte agora abrilhanta a minha intervenção. Eu gostaria, para concluir, de apenas sublinhar que uma certa demora na regulamentação não vai trazer nenhum prejuízo aos senhores trabalhadores, eis que os alvarás, quando temporários, são dados anualmente. Se isso já tivesse sido concluído, esse debate, com a iniciativa do Ver. Nereu D'Ávila, a regulamentação, seria tirado um alvará apenas para um mês em 1997 e, novamente, todo o processo reiniciaria em 1998. Então, Senhores Trabalhadores, é um debate importante. Parabéns ao Ver. Nereu D'Ávila e a esta Casa que, de forma perfunctória, faz um debate de tamanha importância. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra, para discutir.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Senhor Presidente, Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores, eu quero cumprimentar o Ver. Nereu D'Ávila pela iniciativa, muito embora ele saiba que esta sua iniciativa só está podendo ganhar cunhos de praticidade, de emprego da lei, porque houve um trabalho eficiente do Vereador, fazendo com que o Executivo participasse e reconhecesse essa iniciativa. Se o Vereador fizesse este mesmo Projeto sem que houvesse uma concordância do Executivo, realmente nós cairíamos no nosso chamado vício de iniciativa. Mas está de parabéns o Vereador, porque ele tomou todos os cuidados para que sua lei pudesse causar os efeitos necessários para vir colocar em condições o trabalho executado por esses profissionais.

O Ver. Elói Guimarães disse que estava preocupado, porque existiam várias Emendas que estavam fazendo com que o Projeto inicial do Ver. Nereu D'Ávila fosse modificado. Ora, Vereador Elói Guimarães, é claro que a iniciativa do Ver. Nereu D'Ávila tem que merecer cumprimentos; mas, qualquer um de nós e V. Exa., como um dos Vereadores mais antigos, sabe muito bem, que uma matéria como essa tem que merecer um estudo de todos os Vereadores desta Casa. Somente através de Emendas, que são estudadas com tempo e com conversas com um setor e outro, é que o Projeto de Lei pode ser votado com todos ou quase todos os detalhes atendidos.

Uma das Emendas, num trabalho feito pelo Ver. Adeli Sell junto com o Ver. Nereu D'Ávila, foi a que se preocupou em fazer com que esses ambulantes pudessem servir seus lanches com carnes, mas a liberação terá inspeção do órgão fiscalizador. Está correto. Não pode ser diferente. Temos que cuidar da saúde. Ou, então, como vai-se lidar com gás, com fogo tivemos que se tomar cuidado para que o Corpo de Bombeiros pudesse ser um órgão fiscalizador de todo o material que será colocado, às vezes, no meio de um grande público.

Então, essas Emendas, Ver. Elói Guimarães, não vieram deturpar o Projeto, vieram para aperfeiçoá-lo, porque colocam normas extremamente necessárias. Eu mesmo consultei V. Exa. - que é um grande conhecedor da legislação - a Lei nº 3.187 já permite que somente aquele que é detentor do alvará, possa exercer a sua atividade. Mas tive a preocupação, e fui alertado, inclusive, por um dos assessores da Casa, que existe, um só cidadão com dez carrocinhas de cachorro-quente no Centro da Cidade. Esse cidadão tem direito a somente um alvará, e como ele consegue, através de procurações, ter dez carrocinhas de cachorro-quente? Não vou colocar essa Emenda no Projeto porque já está na Lei 3.187, mas não pode prosseguir essa falha da fiscalização. Isso é crime, isso, na verdade, tira o emprego de muita gente. Porque se estamos aqui para aprovar uma atividade para propiciar que àquelas pessoas que não têm emprego, possam ganhar a sua vida, ganhar o alimento de sua família trabalhando com seus carros, como é que de repente a fiscalização da Prefeitura desconhece o fato de um só cidadão ter dez carrinhos de cachorro-quente?

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, seu tempo está esgotado. O Ver. Eliseu Sabino inscreve-se e cede seu tempo a V. Exa.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Agradeço ao amigo Eliseu Sabino, tempo com o qual poderei conceder os apartes solicitados.

 

O Sr. Elói Guimarães: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador Braz, para que não transite em julgado, gostaria de averbar na brilhante manifestação de V. Exa. que não há vício de iniciativa nessa matéria. Tivemos, inclusive, a oportunidade de discutir amplamente a questão no seio da Comissão de Justiça, e não entendemos que haja vício. E não me voltei contra as Emendas, mas contra uma enxurrada de Emendas, foi nesse sentido a minha manifestação, sob pena de engessarmos a entidade, e não com aquelas Emendas que vêm efetivamente regular de forma harmoniosa a atividade em relação as demais atividades.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Quase todas essas Emendas ou pelo menos as que conheço no processo foram negociadas pelo autor, mais o Ver. Adeli Sell juntamente com aqueles que estão buscando a regulamentação da atividade. Realmente acredito que não tenha ingressado nenhuma Emenda no processo que seja contrária a vontade dos que estão envolvidos nessa luta, pelo menos não conheço.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exa. me permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, quero dizer que da nossa parte há essa mesma preocupação sobre o número de alvarás, há um acordo nosso, um acordo com as entidades representativas e de fato V. Exa. cobra com justeza a necessária fiscalização do Poder Público, mas eu diria para os representantes das Associações que eles próprios podem prestar um inestimável serviço porque só vem em benefício deles próprios e da população. Se houver o chamado "Testa-de-ferro" é muito simples; denuncia-se, busca-se a solução, liquida-se o problema. Obrigado.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa. me permite um aparte? (Assentimento do orador.) Apenas quero adicionar ao pronunciamento de V. Exa. a ressalva de que as Emendas são até necessárias porque esse é um comércio conturbado, não só pela área em que ele atua, mas até pelos pontos específicos em que ele procura vender, procura fazer o comércio, há necessidade de se disciplinar, e todas as Emendas são acautelatórias visando impedir os descalabros, as explorações indevidas por parte de profissionais que não querem apenas desempenhar uma função para ter o seu sustento, mas para se locupletarem. São justas as Emendas.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Se lê nos jornais que o número dos ambulantes está crescendo tanto que há uma charge no jornal que um estaria vendendo cachorro-quente para o outro de tantos ambulantes que têm. Acredito que com a legislação todos podem ganhar o seu espaço para trabalhar sem o perigo de que, de repente, esse número vai crescer a tal ponto que vai inviabilizar o serviço de todos eles.

Lembro que quando criamos outros serviços aqui na Câmara, inclusive na legislatura de 1982, quando houve a criação dos táxi-lotações, houve a preocupação do autor daquela legislação em criar um número limitado. Hoje a Cidade já pede mais táxis-lotações. Há um estudo na SMT para ampliar esse serviço. No futuro eu acredito que a Cidade poderá exigir o aumento de número, mas hoje eu acho que deve haver uma certa limitação nessas ruas que são colocadas no Centro da Cidade.

 

 O Sr. Nereu D'Ávila: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exa. tocou em um ponto muito importante que o Ver. Elói Guimarães já havia questionado e por falta de tempo eu não pude dar o aparte. Quero tranqüilizar V. Exa., os demais Vereadores e interessados que foi negociado com o Ver. Reginaldo Pujol que assinou uma Emenda onde consta que: "A fixação quanto à quantidade de unidades móveis de alimentação a serem licenciadas será estabelecida pelo Executivo Municipal, com a participação da entidade da categoria, no prazo de sessenta dias, bem como serão identificados por uma numeração exposta em local visível". A SMIC fará o levantamento na Cidade e fixará a quantidade de unidades para evitar a proliferação indiscriminada e ilimitada, até porque o pessoal já está trabalhando há um tempo razoável e merece ser privilegiado.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Inviabiliza completamente a medida que a Câmara tomou.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Quero cumprimentar a V. Exa. e a todos os ambulantes que efetuaram uma luta bastante longa, mas que estão conseguindo sucesso hoje aqui. Tenho certeza absoluta de que esse Projeto será aprovado com todas aquelas Emendas que foram negociadas com os Senhores. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Clênia Maranhão está com a palavra. Ausente. O Ver. Hélio Corbellini está com a palavra para discutir o PLL nº 160/97.

 

O SR. HÉLIO CORBELLINI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em primeiro lugar, o PSB lamenta que não tenha sido consultado nas negociações sobre esse instigante tema; em segundo lugar, o PSB votará favoravelmente ao Projeto. Nós não estamos discutindo somente o comércio das Vans, o comércio dos veículos automotores, estamos discutindo muito mais, porque o PSB, se tivesse sido convidado para discutir essa matéria, ele iria também discutir a questão da existência ou não de um mercado. Ele iria discutir que Porto Alegre tem uma vocação tão comercial que uma Guerra dos Farrapos foi feita para defender os interesses de vender o charque gaúcho. O PSB iria dizer que vê, no mundo, a inexorabilidade da globalização, que começou no comércio com os fenícios e com Marco Polo, que o mercado existe e o mundo hoje anda de forma extremamente célere e que é obrigação do Poder Público criar medidas imediatas para que cada legião de mão-de-obra alijada do processo tenha um motivo, uma razão e uma forma de sobrevivência. Se discutirmos isso, vamo-nos questionar numa série de questões, por exemplo, se existe o mercado, como é que vamos regular essa atividade? O mercado deve ser livre ou deve ter quotas? Isso é extremamente necessário para não criarmos problemas no futuro.

E há uma outra questão. O cidadão de Porto Alegre, inclusive os cidadãos, companheiros ambulantes devem muito historicamente aos comerciantes da Cidade. Eles geraram a riqueza desta Cidade. Isso é uma verdade que não podemos esquecer e que também deve ser protegida , e deve ser estabelecida uma aliança, e essa regulação deve respeitar os interesses de todos.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exa. me permite um aparte? (Assentimento do orador.) Concordo integralmente com sua preocupação, inclusive para o ponto de vista que V. Exa. está abordando. No entanto, tentamos conversar com o Ver. Carlos Garcia, da sua bancada anteriormente, e oferecemos que assinasse uma Emenda conosco, e o Ver., infelizmente não assinou. E é exatamente no sentido de discutir o mercado que foi assinado, posteriormente, pelo Ver. Luiz Braz. Não esquecemos de nenhuma bancada. Procuramos a Liderança da sua Bancada.

 

O Sr. Fernando Záchia: V. Exa. me permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu estranho até porque o PMDB não foi procurado. O Ver. Adeli diz que procurou as Lideranças de todas as Bancadas, e não ao PMDB. O contraditório é porque o seu partido é importante, não foi procurado nessa matéria também importante, mas a sua Bancada era decisiva na questão do IPTU. Esse é o contraditório nas relações desta Casa.

 

O SR. HÉLIO CORBELLINI: Os cidadãos desta Cidade têm a dever, e muito, ao comércio que gerou a riqueza, ao pequeno comércio, ao médio comércio, que é o grande aliado desta Câmara, dos seus Partidos, e que existem contradições muito sérias.

 

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Fernando Záchia se inscreve e cede o seu tempo a V. Exa.

 

O SR. HÉLIO CORBELLINI: Agradeço ao Vereador. Vejam bem, Srs. Vereadores, há uma compreensão debaixo para cima e uma de cima para baixo que nós, daqui a um tempo, vamos ter que discutir. E já estou alertando, agora, que, na discussão do Plano Diretor, para atender esta vocação da cidade de Porto Alegre, nós teremos que discutir sim um plano diretor de comércio, onde possamos regular todas as atividades, respeitando o mercado, as regras, mas, principalmente, respeitando quem é aliado.

Os companheiros que estão aí, têm todo o direito à sobrevivência, têm todo o direito de exercer as suas atividades, no nosso entender, com aqueles limites de respeito ao pequeno e médio comércio e cuidando muito quando se falar em número de quotas. As quotas normalmente favorecem, depois, a deturpação da relação entre eles mesmos, e nós sabemos disso, porque chovem denúncias em relação ao comércio fixo, ambulantes, que são testas de ferro de contrabandistas, porque não são fiscalizados por quem de direito da Polícia Federal. Então, há que se respeitar a atividade destes companheiros. Todos os Senhores têm na sua lembrança que não há mais rede, por exemplo, gaúcha, de comércio, porque todas elas foram absorvidas, compradas.

Estão chegando na Cidade, no Estado, os grandes conglomerados comerciais do mundo. Nós não estamos nos colocando contra a vinda de riquezas, mas é necessário, também, que como se regula a base de baixo do comércio há de se regular a base de cima, porque senão daqui a pouco teremos Vans, Fiats, Gálaxis vendendo os produtos pela Cidade e os grande conglomerados e nada do meio, e quem é do meio gerou a riqueza desta Cidade historicamente, porque a vocação desta Cidade sempre foi do comércio.

Que se discuta no Plano Diretor um plano diretor do comércio que contemple todos os segmentos e as novas realidades do mercado que é uma redistribuição e uma divisão de trabalhos diferenciados. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra o Ver. Cyro Martini para discutir.

 

O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esta é uma questão que nos chama atenção sobremodo, pois sabemos hoje que a política do governo federal e a política do governo estadual, adjetivada de neoliberal, encaminha a sorte de todos nós de tal modo a destruir o pequeno e acabar com o médio.

A política neoliberal é em favor das grandes empresas, dos grandes capitais. Há uma destruição clara do pequeno e isso me preocupa de um lado, mas de outro, me anima e me entusiasma a garra e o empenho daqueles que querem encontrar uma solução para aquilo que eles têm condições de fazer através desse comércio ambulante. Nos chama a atenção e merecem o nosso apoio, merecem o nosso auxílio, a nossa solidariedade, assim como também aqueles do Campo de Cristal que estão aqui empenhados em favor da sua luta, que também merecem o nosso respeito e a nossa consideração.

Mas, esse comércio tem dois aspectos que me chamam a atenção, um deles é a economicidade, a economia. É um produto de fácil preparação, acessível para aquele que dispõe de menores recursos. É um alimento barato, ao alcance do trabalhador, do operário, do office-boy. Só, por isso, já merece a nossa atenção. Se barato se pode dizer de alguma coisa, eis que, o barato é relativo no conjunto da economia. A praticidade é outra nota que deve ser destacada no comércio oferecido pelos senhores e pelas senhoras, é algo prático. Hoje, não dispomos de 2 ou 3 horas para esperar que preparem o alimento. É rápido, urgente. Então, é econômico, é barato, é prático, é rápido. Isso já merece a nossa atenção.

Outro dado, muito importante, que deve ser destacado é que é uma novidade, uma inovação e quando se trata de algo novo num conjunto já comprometido com o estado de coisas, é algo terrível e exige, justamente, o que vocês estão fazendo: empenhar-se, lutar com garra, com denodo para conseguir sucesso. Criar algo novo, fazer com que esse algo novo se projete e saia vitorioso é difícil. Por isso, vocês merecem o nosso respeito e a nossa consideração e merecem o nosso apoio e o nosso voto favorável e, por isso, nós estaremos votando como, desde o primeiro momento, já nos comprometemos com os senhores em votar favoravelmente. Espero que o resultado final seja o resultado, não o que nós, aqui, queremos ou o que vocês querem, mas o que o povo quer, algo que venha ao encontro daquilo que é desejo da nossa população. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, toda a Casa está envolvida nessa discussão do Projeto de Lei que altera o disposto na Lei nº 3.187 de 24 de outubro de 68, que estabelece normas para a exploração do comércio ambulante e dá outras providências.

Eu ouvi grande parte da discussão, até o Ver. Hélio Corbellini, que hoje lidera a Bancada do Partido Socialista Brasileiro nesta Casa, falava que parece que foi descoberto que o mercado é algo que existe com leis próprias, que não é mais um fruto do neoliberalismo, como tudo que acontece nesta Cidade, que desagrada a alguns, é naturalmente apresentado.

Em verdade a atividade que hoje está sendo objeto da regulamentação mais detalhada por parte da Casa é uma atividade que não pode surpreender a quem quer que seja. O que surpreende é que hoje temos um comércio ambulante que não é ambulante, é licenciado em pontos fixos e, evidentemente, não caracteriza o comércio ambulante.

Temos uma atividade que quer ser licenciada, quer recolher tributos, quer ser legalizada e encontra dificuldades na própria lei. Então, a proposta do Ver. Nereu D'Ávila que, como disse o Ver. Juarez Pinheiro, foi amplamente discutida na Comissão de Justiça, ensejou uma série de contribuições, parece que há doze emendas ao projeto, duas do próprio autor que, num gesto democrático, todas as vezes que recebia contribuições positivas - como as que foram oferecidas pelo Ver. Juarez Pinheiro e outros Vereadores da Comissão de Justiça - as recolhia, numa demonstração de que o que estava pretendendo era fazer frente a um problema que existe diuturnamente na Cidade de Porto Alegre, só não enxerga quem não quer. Nós, nesse conjunto, nesse mutirão que se faz de contribuições, oferecemos uma Emenda que tem o condão de precatar e de estabelecer condições adequadas para que os veículos que vierem a ser licenciados fiquem isentados de qualquer risco com relação à sua segurança, não só daqueles que neles trabalham, mas dos que irão procurá-los para consumir os produtos por eles ofertados à população de Porto Alegre.

 Esse assunto já foi enfocado por todos, de todas as formas possíveis, não existe nada a acrescentar, senão a certeza de que, no conjunto das Emendas com o Projeto, há uma proposta, uma contribuição desta Casa Legislativa, que diz ao Executivo: aqui nós estamos oferecendo o caminho, a solução, a adequação de um fato social, de uma realidade diuturna de Porto Alegre. O Executivo deve, com bom senso, cumprir essa lei, porque estará dando o primeiro passo para que aqueles que optaram por esse tipo de atividade econômica poderem trabalhar em paz, tranqüilidade, segurança e não serem considerados extraleis ou marginais da lei, e sim contribuintes da atividade econômica da Cidade.

 Por isso, eu que já havia saudado anteriormente o Projeto do Ver. Nereu D'Ávila, o faço agora com mais intensidade, mesmo porque o seu espírito democrático, aberto a negociações, às contribuições que lhe ofereceram enseja que a Casa toda, ou na sua quase totalidade, tenha contribuído neste Projeto e gerado esta proposta que dentro em breve vai ser submetida ao conjunto da Casa para que, deliberando, se dê ao Executivo Municipal o instrumento que ele alega não ter para legalizar essa atividade econômica presente no cotidiano de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir o PLL nº 160/97.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, pessoas que trabalham com alimentação volante, moradores do Campo do Cristal, que estão firmes esperando a discussão do Projeto.

Quero falar rapidamente sobre esse Projeto, do Ver. Nereu que me parece muito importante para a Cidade, em cima de um tema, na verdade, novo e que tem interface com várias Secretarias. Uma venda de alimentação sobre rodas, como está se falando tem relação com a Secretaria Municipal de Indústria e Comércio, pelo seu aspecto comercial; tem relação com Secretaria Municipal dos Transportes, pela necessidade de estacionamento; tem relação com a Secretaria Municipal da Saúde já que estamos tratando de alimentos; tem relação, de certa forma, com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente. É um assunto que tem uma complexidade significativa e, portanto ao contrário do que foi dito aqui, parece que não houve, da parte da Prefeitura, nenhum obstáculo - talvez fosse melhor se tivesse andado mais rápido - e nem houve por parte da Câmara falta de interesse.

O Vereador Nereu apresentou o Projeto e houve colaboração de Vereadores das diversas Bancadas e os Vereadores de nossa Bancada sempre se posicionaram favoráveis a regulamentação desse comércio.

Acho que hoje estamos numa situação interessante de procurar organizar essa atividade na Cidade. As pessoas precisam trabalhar, porque há uma dificuldade muito grande de emprego, causado, inclusive, por partidos em que um dos representantes veio aqui dizer que somos incompetentes. Agora, se olharmos bem vamos ver que os Governos Federal e Estadual têm aplicado políticas que trazem o desemprego forte em nosso Pais.

Na Região Metropolitana de Porto Alegre, hoje, são duzentos e dezoito mil pessoas sem emprego e vai aumentar. Nós já estamos vendo o que está ocorrendo na região do ABC paulista.

Foi dito, também, que nós estamos tomando uma carona nesse transporte e que a nossa Prefeitura seria incompetente. Como explicar isso se foi dobrado o número de matrículas em nossas escolas. Multiplicou-se por sete o número de atendimentos em postos de saúde. A nossa Cidade é mantida sempre como a melhor Cidade em qualidade de vida do Brasil, a melhor Cidade para investir. Como explicar esse mistério de que essa administração é incompetente e eleita três vezes. Não se explica.

Senhores e Vereadores e comunidade que nos assiste nós vamos votar um Projeto importante, de iniciativa do Vereador Nereu e que tem a colaboração dos Vereadores de várias Bancadas. Acredito que vamos dar uma solução que se não for a ideal, neste momento, mas uma solução boa que pode, logo depois, ser corrigida. Acho que a Câmara está de parabéns. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Por força do Regimento, em votação a prorrogação da Sessão por mais duas horas. Os Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) Aprovada por unanimidade.

O Ver. Renato Guimarães está com a palavra. Pa discutir o PLL 160/97.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. É interessante no momento em que se faz a regulamentação deste serviço na cidade de Porto Alegre destacarmos algumas preocupações. Acompanhamos o debate desta matéria por algum período e chamou-nos atenção algumas questões. A proliferação desse tipo de serviço na Cidade traz uma série ameaça aos que hoje desenvolve essa atividade. Por que digo isso? Tenho um conhecido que, por volta de sete meses atrás, optou por esta atividade. Era funcionário público, aceitou a proposta de sair do seu emprego, entrou num leasing dessas camionetas que vendem lanche.

Nos últimos meses, com a proliferação dessa atividade, o seu serviço está, semana a semana, decaindo e os dividendos que tirava no início, cada vez menores. Por que chamo atenção para esta questão? Porque não podemos cair no canto da sereia. Estamos vivendo um dos piores momento desta Nação, a recessão campeia por este País, o número de desempregos é muito grande e acaba sendo fácil a nós todos buscar atividades que, num primeiro momento, nos parecem vantajosas.

Destaco esta questão para dizer que da mesma forma quando no início do PDV, do Governador Antonio Britto abriram-se centenas de micro-empresas no Rio Grande do Sul, um ano depois daquele episódio as Juntas Comerciais começavam a registrar enorme número de desistências, de fechamento de microempresas. Destaco isso, chamo a atenção desta questão para não nos iludirmos. A Ásia Motos, empresa que venda as "vans", deve estar ganhando muito e deve ter muito interesse que essa atividade prolifere em Porto Alegre e em outras cidades. Mas nós, cidadãos que sabemos o quanto é difícil defender o pão e o leite no dia-a-dia, estamos muito preocupados, porque se hoje são trezentos cidadãos de Porto Alegre que desenvolvem essa atividade e se amanhã forem seiscentos esses seiscentos estarão com as suas atividades ameaçadas. É interessante registrarmos isso.

Queremos também aproveitar a ocasião para registrar que existem pequenos comerciantes, com pequenas lancherias, que independentemente da existência ou não dessa atividade com veículos automotores, estão fechando suas lojas pelo grau de miséria que esse povo vive. E dizem: "mas quem não tem dinheiro para comer um cachorrinho- quente?" Tem muita gente que sai de casa às oito horas da manhã, volta às oito horas da noite para casa e não tem dinheiro para comer um cachorrinho-quente. É interessante deixar essa registro para que a gente possa enxergar mais longe. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Leão de Medeiros. Tem a palavra o Ver. Antônio Losada.

 

O SR. ANTÔNIO LOSADA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Hoje um debate de fundo, de cunho social, importante, se desenvolve nesta Casa. Temos a presença de uma nova categoria de trabalhadores ambulantes. Nós temos a presença, também, de três comunidades, que vêm, há um ano, lutando por um teto: foz do Arroio Cavalhada, Campos do Cristal e Vila Estaleiro.

A persistência, a capacidade de mobilização, a garra e a perseverança desses trabalhadores fizeram com que eles conquistassem um espaço aqui. Essa atividade dos trabalhadores autônomos ambulantes é uma atividade na qual dificilmente o grande empresário investe, assim como não investe em atividades como a de taxista e outras, consideradas de difícil controle. Então, são problemas sociais já colocados aqui, como o desemprego de 218 mil trabalhadores na Grande Porto Alegre, que levam essas pessoas a buscar uma alternativa de sobrevivências. E aqui eles encontraram a inteligência do Ver. Nereu D'Ávila, que construiu esse Projeto, possibilitando a legalização dessa atividade, já que ela vinha se desenvolvendo de forma clandestina, estabelecendo conflitos com a fiscalização da SMIC.

A partir de hoje começamos a superar essas dificuldades. É evidente que quando surge uma atividade nova, ela tende a se inflacionar, já que um elevado número de desempregados, que buscam uma alternativa de sobrevivência, procura também desenvolver essa atividade. Com as 14 Emendas já colocadas nesse projeto, vão ser tomadas medidas no sentido de regulamentar a atividade. Por isso, eu quero parabenizar os trabalhadores do comércio ambulante que estiveram no meu gabinete e nos gabinetes de vários Vereadores, colocando suas dificuldades e sua vontade de legalizar essa atividade. Esta Câmara está de parabéns e essa nova categoria profissional vai ter uma oportunidade de se organizar de uma forma legal e profissional.

 Quero também parabenizar a persistência dessas comunidades da Zona Sul que estão aqui num esforço tremendo, mobilizando-se há um ano para fazer com que essa Câmara vote, de uma vez por todas, a permuta daqueles terrenos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Maria do Rosário está com a palavra.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, precisamos aprovar o Projeto, sem dúvida alguma, mas quero fazer sobre ele algumas reflexões. Primeiro que estamos obrigados a constituir, cada vez ,mais formas alternativas de geração de renda. Isso se dá por um modelo econômico, modelo de desenvolvimento que, absolutamente, coloca à margem desse chamado mercado, grande parte da nossa população. Dois terços da população mundial não participam desse mercado. E a palavra de ordem deste período histórico que estamos vivendo na virada do milênio, sem dúvida , é a exclusão, é a naturalização da exclusão. Ou seja, naturalizam-se as pessoas desempregadas. O mais perverso e o mais triste de tudo isso é que muitos pais e mães de família assumem como que a responsabilidade individualmente sobre a situação de estarem desempregados.

 Quero dizer que, se nós estamos aqui, em Porto Alegre, viabilizando a geração de renda, através dessa forma que foi tomando conta da Cidade, através de um Projeto de Lei, agora, sendo regulamentado, é muito importante. Mas é importante também que a gente avalie que essas pessoas que já estão trabalhando, estão precarizadas nos seus direitos como trabalhadores. Ou seja, quem era funcionário público, quem estava numa empresa, com determinados direitos assegurados pelo Instituto de Previdência, pelo INSS, pelo Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, por conquistas dos trabalhadores, através de uma carteira assinada, por uma jornada determinada de tempo para trabalhar, hoje, depois que perdem o emprego, mesmo que consiga estabelecer um pequeno comércio como esse que se está estabelecendo, não terá esses direitos trabalhistas assegurados; não tem mais horário de trabalho; não tem mais, praticamente, Previdência, não tem Fundo de Garantia, enfim, nós vemos isso como uma situação muito complexa.

Eu acho que nós temos que aprovar o Projeto apresentado pelo Ver. Nereu D'Ávila, mas reconhecer que estamos vivendo um período muito complexo e que, absolutamente, a responsabilidade desse processo não pode ser colocada no desenvolvimento das novas tecnologias, porque não é porque tem novas tecnologias que as pessoas estão desempregadas, mas é porque existe uma nova organização do trabalho e que numa empresa, o que era feito por três ou quatro trabalhadores, às vezes por dez trabalhadores, é feito por dois. Ou, então, dentro de uma loja, aquilo que era atendido por vários vendedores, as pessoas são demitidas, porque o governo lança mais um pacote que diz que vai conter o consumo, mais uma vez. O mesmo governo que diz que vai economizar para o pagamento da dívida interna com algumas medidas, como por exemplo o corte das bolsas do CNPQ, corte das bolsas de pesquisas nas universidades, aumento da alíquota do Imposto de Renda sobre a classe média, é o mesmo governo que faz gerar milhões de dólares e de reais, nos dias de hoje, da dívida interna, através da elevação das taxas de juros. Então, é perversa a crise que estamos vivendo.

Nós estamos, hoje, obrigados a votar este Projeto pela natureza da situação que a população está vivendo, e que o Ver. Guilherme Barbosa aqui estabeleceu, de mais de duzentas mil pessoas desempregadas na região metropolitana. Aqui estamos gerando renda, de fato, com os trabalhadores se organizando e legalizados no seu empreendimento. Acho que é por isso que temos que votar, mas acho que nós não temos que estar conformados com essa situação. Nós não podemos nos conformar com os mais de trinta e três mil que estão sendo dispensados pelo governo federal agora. Nós não podemos nos conformar com o Plano de Demissão Voluntária do Estado. Nós não podemos nos conformar com o desemprego que está dentro de cada lar e de cada família, e que a grande parte da população não tem ainda uma solução como a que essas pessoas foram encontrando, através da geração de renda.

Então, eu quero votar favoravelmente ao Projeto, mas declarar a minha indignação, porque enquanto nós geramos renda e emprego em Porto Alegre, o resto todo, governo Federal e governo do Estado não passa de discurso, de financiamento para os grandes, enquanto as pequenas empresas estão fechando. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gilberto Batista está com a palavra para encaminhar o PLL nº 160/97.

 

O SR. GILBERTO BATISTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, primeiramente, eu queria saudar a esta nova categoria que surge na Capital, pela sua competência, sua união, pela vitória que estão tendo hoje aqui na Câmara, com a regulamentação desta nova profissão.

Eu digo que são corajosos porque, a partir desta regulamentação, vai haver uma tributação normal junto ao Poder Executivo da nossa Cidade, mas isso visa a esta classe deixar claro que ela veio, lutou e saiu vitoriosa pela legalidade desta profissão que, há mais de ano, se estabeleceu em Porto Alegre.

 Quero parabenizar também o Ver. Nereu D'Ávila, que teve uma percepção política muito grande no sentido de dar andamento a este Projeto, juntamente a outros Vereadores do PT e de outros partidos desta Casa.

O Projeto visa, realmente, a dar legalidade e transparência a esses profissionais. No contexto geral, a sua aprovação é a parabenização por essa luta brilhante de vocês, que fizeram com que esta Câmara, no seu conjunto, aprovasse o Projeto.

Todos já discutiram a matéria, eu só quero dizer algumas palavras, Vera.. Maria do Rosário, concordo com V. Exa.. quando diz que estamos enfrentando uma grave crise de emprego, tanto aqui em Porto Alegre como em nosso Estado e em nosso País. Mas vamos deixar bem claro que o PDV, foi comentado aqui, é uma forma não-autoritária do Governador Antônio Britto, pois ele colocou o PDV para quem quisesse sair da função que exercesse. E essa pessoa, na liberdade dela, escolheu assim, ou ficar ou sair. Então, essas pessoas que saíram vão ter que procurar, realmente, o que fazer com o dinheiro que receberam do Governo do Estado. E estão aí, a maioria das pessoas que receberam o PDV, nesta profissão, tentando tocar a sua vida, a vida do dia-a-dia.

O Ver. Renato Guimarães foi muito feliz na sua explanação, nesta tribuna, ao dizer que essas pessoas que tanto lutaram, que há um ano estão trabalhando e que agora terão regulamentada a sua atividade, devem ter cuidado, por meio da sua Associação, da Secretaria Municipal de Indústria e Comércio, com a proliferação de Vans. O Ver. Renato foi justo ao dizer que o cuidado tem que ser tomado, e eu concordo com ele, pois não adianta nós termos, em Porto Alegre, mil, mil e duzentos, mil e trezentas pessoas vendendo cachorro quente, se muitos não vão conseguir vender e vão estar endividadas. Muitos fizeram "leasing", fizeram financiamento, não vão ter como pagar, e a coisa vai ficar pior do que já está.

 Uma das Emendas favorece o limitador que a Secretaria terá que colocar para que não prolifere, cada vez mais, essa atividade.

 Disseram, aqui, que há várias Emendas ao Projeto. Foi uma colaboração de vários Vereadores desta Casa para que o Projeto pudesse sair conforme a sugestão de cada Vereador, baseada nas sugestões trazidas pelos interessados e até por consumidores. As Emendas visam a fazer um Projeto bem completo em que nada possa sair errado.

 Vocês estão de parabéns, o Ver. Nereu está de parabéns, e acredito que a Casa irá aprovar esse Projeto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. João Carlos Nedel. Desiste. Com a palavra a Vera. Clênia Maranhão.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, porto-alegrenses que acompanham esta importante discussão na nossa Casa, nesta tarde. Tendo em vista o número de Vereadores que se pronunciaram sobre o tema, não precisaria fazer a minha intervenção. Porém o desenrolar dos debates saiu, na verdade, do tema específico da discussão do projeto aqui apresentado. Um projeto importante enriquecido com dezenas de emendas que vão fazer deste um projeto adequado à necessidade da regulamentação das vendas de alimentos nos automóveis na nossa Capital.

Acho que a Câmara Municipal de Porto Alegre está de parabéns, porque está na vanguarda deste processo político, Ver. Nereu D'Ávila, que é o autor da proposta. Porque, na verdade, quando assumimos esta discussão no nível que estamos assumindo, hoje, inclusive na discussão direta com as pessoas envolvidas estamos entrando numa lacuna do Poder Executivo Municipal.

Não tem um porto-alegrense que não tenha visto o empenho dos companheiros e companheiras que hoje ocupam as ruas da Cidade, na busca da venda de produtos alimentares. Todos os porto-alegrenses que têm acompanhado isto, compreendendo a necessidade que vocês têm de estabelecer este comércio, mas também preocupados com a falta de regulamentação, de uma legislação atualizada, capaz de garantir condições de trabalho para que desenvolvam essas atividades, condições de saúde para quem consome os produtos, condições de segurança para os trabalhadores e trabalhadoras que ficam nas ruas, desenvolvendo essa atividade comercial; também segurança de trânsito, não só dos usuários, dos consumidores daqueles produtos, mas também dos transeuntes, dos pedestres que estão na nossa Cidade.

Se há estas contradições, se há esta realidade de mais de 300 carros, hoje, vendendo esses alimentos, se na verdade tivéssemos uma Prefeitura com uma Secretaria de Municipal dos Transportes e de Saúde articuladas e priorizando essas atividades, evidentemente já teria sido enviado para esta Casa, através do Executivo Municipal uma regulamentação para que vocês não tivessem que ter ficado dias a fio, e hoje a tarde inteira, aqui, discutindo um projeto, numa discussão ainda muito incipiente e preliminar. E a prova que ainda é uma discussão inicial é o conjunto de emendas que foram apresentadas e que ainda continuam sendo apresentadas, o que é importante, porque vem aprimorar o Projeto, mas é preocupante que sejam apresentadas agora, porque é uma questão complicada e as pessoas - não só as envolvidas nessa atividade, mas o conjunto dos porto-alegrenses - têm que ter uma legislação adequada a essa nova situação.

Quero dizer, também, que dessa omissão surgiu a iniciativa da Câmara, que é bem-vinda com a colaboração das pessoas que trabalham, porque acho que quem trabalha com o setor tem uma contribuição muito importante na definição do Projeto de Lei que diz respeito àquela área. Alguns Vereadores da Bancada governista do Município se detiveram, no seu discurso, em tergiversar a realidade.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Vera. Clênia Maranhão, nós tentamos de todas as maneiras, e este Vereador fez um esforço para articular Emendas que ajudassem a resolver o problema, porque acredito que o nosso papel de legisladores é, também, o de apresentar posições para o Governo Municipal.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Nesse sentido eu concordo com V. Exa. e acho que é uma contribuição importante, que tem que ser dada por todas as bancadas.

Resolvi ocupar a tribuna tendo em vista que as discussões extrapolaram a discussão específica, e houve uma clara tentativa de alguns Vereadores de tentar isentar, completamente, o Poder Público Municipal da responsabilidade desse tema, trazendo aqui uma discussão que é estadual, nacional e que é, inclusive, internacional. A crise é real, a crise tem que ser discutida e enfrentada. Falou-se muito aqui em indignação, acho que temos motivos de estarmos indignados por todas essas questões que foram colocadas, mas acho que temos motivos de estarmos indignados pela posição do Executivo que fechou seus olhos para essa questão, pela omissão de uma política de desenvolvimento do Executivo Municipal, que não tem priorizado uma política industrial para a Cidade e que, portanto, não tem trazido empregos para cá.

Quero dizer, também, que o Ver. Guilherme Barbosa trouxe um dado que não corresponde à realidade, que é a duplicação de vagas nas escolas municipais de Porto Alegre. Essa não é a realidade, e em outra oportunidade nós teremos condições de discutir isso, porque é um grave problema que enfrentamos hoje no Município de Porto Alegre. Muito obrigado.

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. Em votação. O Ver. Lauro Hagemann está com a palavra para encaminhar o PLL nº 160/97.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. presidente, Srs. Vereadores, vou aproveitar que o olho do monstro ainda está aceso para secundar a pletora de Vereadores que desfilou pela tribuna hoje encaminhando um projeto que vai ser aprovado por unanimidade. Quero dizer aos que estão aqui interessados diretamente no assunto, que o Projeto de Regulamentação da atividade decorre de uma relação no mundo do trabalho. É uma novidade que nós estamos enfrentando, a Casa, o Executivo Municipal e principalmente a sociedade, como ator principal desse processo. E eu quero dizer que nós todos temos que estar atentos para o desenvolvimento dessa questão. A coisa não vai terminar hoje aqui com a aprovação desse regulamento, ela vai começar hoje aqui. E eu não sei se o Executivo, a Câmara e inclusive a sociedade e o os interessados vão ter condições de fiscalizar o processo que se vai desencadear. Eu acho que é pertinente a Câmara intervir nesse processo.

O Ver. Nereu D’Ávila tem credenciais para isso, foi Secretário da SMIC, é Vereador, detém o poder parlamentar e tem competência para intervir no processo. Se o Poder Executivo não interveio é porque, no meu entendimento, a SMIC está passando por uma crise de identidade. Não está com o passo certo com relação ao que está acontecendo de novidade na cidade. Nós precisamos dizer isso com todas as letras. Assim como a questão das vans, outras coisas estão acontecendo e vão acontecer e nós precisamos estar atentos para regular isso em benefício da cidadania, do prosseguimento da vida normal da cidade. Nós temos esse compromisso! Por isso, senhores assistentes e Srs. Vereadores, vamos aprovar com as Emendas pertinentes porque elas vieram aperfeiçoar o Projeto, mas ele não termina aqui, ele vai começar aqui. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra, para encaminhar o PLL nº 160/97.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr .Presidente, Srs. Vereadores, ilustres visitantes, estamos no debate de um dos mais importantes e pouco polêmicos assuntos que faz da reunião desta tarde, uma reunião de muitas surpresas. Em primeiro, pela unanimidade da discussão. Em segundo, por encaminhamentos absolutamente equivocados, inesperados e diversionistas que passaram por aqui. E não me surpreende, a sinceridade, honestidade e postura do Ver. Lauro Hagemann, de reconhecer, assim como os problemas que afloraram aqui, que foram problemas de uma nova época, como é o problema do Mercado Público, um novo processo concorrencial, uma nova forma de cidade.

Ora, dizem que Mercado não é shopping. É claro que não é shopping, mas o Mercado sofre a concorrência dos shoppings. Vivemos na era do shopping center! Senhores visitantes, é muito importante que vocês saibam que, realmente, o Brasil enfrenta um grave problema de desemprego, mas que esse problema não é só brasileiro. Os grandes jornais, especialmente, os europeus abrem manchetes dizendo que esse é um problema estrutural, de todos os países. Não é um problema do Plano Real. É um problema estrutural e não conjuntural. E isso fica sendo explorado como sendo causado pelo Palácio do Planalto, pela pessoa de um Presidente da República, que vocês podem se orgulhar, pois está sendo chamado pela imprensa inglesa de Mister Clean - Senhor Limpo, correto, incorruptível, decente, honesto.

Pois, realmente, reconhecido o problema do desemprego, como um problema estrutural, as soluções buscadas - como disse o Ver. Lauro Hagemann - também são estruturais. A própria estrutura faz recursos, para que, na criatividade e na competência das pessoas, ocupem espaços no setor terciário, porque, inicialmente, a dificuldade foi agrícola e, agora, é industrial pelos fenômenos de desenvolvimento e de fim de uma sociedade industrial e até já chamada de pós-industrial. Temos, agora, no setor terciário, no comércio, na prestação de serviços uma nova abertura de empregos e é isso que vocês estão fazendo.

O que ficou bem claro nesta discussão é a omissão da Secretaria Municipal de Indústria e Comércio que já deveria ou ter regulamentado ou ter encaminhado a esta Casa, para regulamentação, projeto do Executivo. E aí a Vera. Maria do Rosário não fica indignada como ficou com outros problemas, mas não fica indignada quando se aumenta o preço das passagens de ônibus em Porto Alegre. Ou quando se invadem propriedades, como o Beira Rio, pela truculência de uma Prefeitura. Ninguém se indignou.

 

O SR. ADELI SELL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o Vereador que está na tribuna está encaminhando um Projeto de lei específico, e está falando sobre outros assuntos.

 

O SR. GERSON ALMEIDA (Questão de Ordem): Não é do conhecimento deste Vereador que tenha havido qualquer tipo de invasão no Beira-Rio. Gostaria que ou o orador se retratasse ou tratasse de uma forma melhor o problema.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Gerson Almeida, o Vereador que ocupa, neste momento, a tribuna é responsável pelos seus atos.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, as duas questões não foram Questão de Ordem, e também queria dizer que a Presidência da Câmara não está vaga, não precisa de condutores. Sugiro ao eminente Líder da Bancada do PT, Ver. Gerson Almeida, que leia os jornais de seis meses atrás para verificar se estou ou não falando a verdade quanto a invasão do complexo Beira-Rio. E, por fim, quero dizer que não temos indignação com relação a esse problema, mas estamos buscando a solução que passa por esta Casa, que passa pela garantia dos empregos dos senhores, mas, principalmente, a garantia que por muitas vezes é rasgada e desrespeitada pela Administração Municipal. Obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Nereu D'Ávila está com a palavra para encaminhar o PLL nº 160/97.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Foi imensamente proveitosa esta tarde porque as diversas Bancadas, os diversos Vereadores puderam, através de um diálogo, acrescentar a nossa iniciativa muitas convicções e idéias pertinentes à matéria. Só chamaria a atenção para a questão das emendas, para que não votemos a mesma coisa através de emendas diferentes. Chamei a competente Diretora Legislativa, de competência insuspeitável, que está atenta e já detectou algumas questões conflitantes, ou repetitivas. Quanto aos demais eu creio que, com o diálogo e a discussão, nós ensejamos o enriquecimento do Projeto através das Emendas.

 Estou com a convicção, examinando o conjunto das Emendas, de que vai sair o melhor, inclusive com reivindicações procedentes e que, ao contrário do que muitas pessoas pensam, que a discussão prolongada muitas vezes pode ser estéril, não, ela permite que pessoas qualificadas, interessadas diretamente na matéria possam enriquecê-la, porque pertencem ao conjunto do que estamos votando, chamem a atenção de Vereadores e se parta, por exemplo, para a questão do ano de fabricação. Já está em consenso que se deve ampliar já que estamos concedendo o direito do trabalho em razão da crise, é só por isso que eles estão querendo trabalhar, muitos investiram um dinheiro reservado para outras coisas, investiram para subsidiar a própria família com esse ganho extra, estamos conscientes disso, concordamos com isso. Não é justo que se negue também aos outros o mesmo direito, com a possibilidade de adentrar no mercado. Temos que ter cuidado com isso, não podemos ser concedentes demais, mas também não podemos ser restritos demais. Creio que se pode dizer aquele ditado, já surrado, mas sempre válido; "da discussão nasceu a luz".

Tenho certeza de que já estamos em condições de votar. A cidade hoje ganhará, podemos dizer, como o Ver. Antonio Hohlfeldt, que fez fortes críticas, que há certo excesso, é verdade, é um ângulo da situação. O outro ângulo da situação é que, se eles não derem a alforria, o seu Registro de Nascimento, a legalização, eles não poderão ter o alvará e, sem o alvará, eles poderão ser admoestados pela fiscalização e, sem o texto legal, a própria fiscalização fica sem ter o que fiscalizar. Para fiscalizar um excesso, este tem de estar prescrito em lei, e é o que estamos fazendo. Por isso creio que a questão está amplamente posta, vamos passar à votação e teremos contribuído certamente para o disciplinamento de uma atividade que é um fato, e fatos não se renegam, não se colocam para baixo do tapete

Devemos participar da regulamentação geral e o resto a própria Administração terá que, finalmente, fazer a sua parte, porque, em uma crítica construtiva, a Administração poderia ter tomado a iniciativa dessa discussão, mas agora a questão está posta e a Câmara terá o carimbo de ter prestado um serviço que mereceu o reconhecimento da Cidade e merece o reconhecimento legal que dentro de poucos instantes será obtido. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. Em votação o PLL nº 160/97. Os Senhores Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Quero dizer que eu não voto, por lei, mas eu aprovo, eu apoio.(Palmas.)

Em votação a Emenda nº 3

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Face à importância das Emendas, peço seja lida a Emenda para ser votada.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Eu gostaria que o Presidente me confirmasse se as Emendas 1 e 2 foram retiradas.

 

O SR. PRESIDENTE: Para esclarecer. As Emendas 1, 2, 4, 11 e 13 foram retiradas.

 

O SR. SECRETÁRIO: (Lê a Emenda nº 3.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Ouvida a leitura da redação das duas Emendas, a nossa de nº 3 e a nº 12, de autoria do Ver. Luiz Braz, não vejo incongruência entre uma e outra.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: Elas se complementam.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, tamanho é o meu desejo de contribuir para o bom andamento, dos trabalhos, que eu retiro a Emenda nº 3, dando condições para que seja votada a Emenda do Ver. Luiz Braz.

 

 O SR. PRESIDENTE: A Mesa informa que, no período de votação, não pode retirar. Pode haver um acordo para votar contra esta e garantir o apoio para a votação da Emenda 12.

 O Sr. 1º. Secretário fará a leitura da Emenda 12.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA: Sr. Presidente, eu pediria que a Emenda nº 3 também fosse lida, para fazermos uma comparação.

 

(O Sr. 1º Secretário lê as Emendas nº 12 e 03.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda nº 3. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADA por unanimidade.

Srs. Vereadores, não foi prejudicada a Emenda nº 12.

Vamos votar a Emenda nº 05. Se aprovada, teremos o prejuízo da Emenda nº 07.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: (Lê Emendas nº 05 e nº 07.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda nº 05.

 

O SR. JOÃO DIB (Esclarecimento):Tenho a informação de que há uma Emenda que eleva para dez anos.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa informa que existe uma Subemenda 1 à Emenda nº 7, que diz:" O ano de fabricação dos veículos automotores não superior a 10 anos.”

(Lê a Subemenda.)

 

O SR. NEREU D'ÁVILA: Sr. Presidente, a Emenda nº 5 é de minha autoria, e a Emenda nº 7, com a Subemenda é da Bancada do PSB , torna-se melhor. Eu peço a rejeição da minha Emenda, a de nº 5.

 

O SR. PRESIDENTE: A Emenda nº 07 é uma Emenda do Ver. Gerson Almeida com a Subemenda do Ver. João Batista de Aguiar do PSB. É um acordo de partidos que se movimentaram nesse sentido.

Em votação a Emenda nº 5, do PLL nº 160/97. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADA a Emenda nº 5.

Em votação a Emenda nº 6 com Subemendas 1 e 2, se aprovada, prejudica a Emenda nº 14. Solicitamos ao Sr. 1º Secretário que leia as Emendas e Subemendas.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: (Lê a Emenda nº 06; as Subemendas nº 01 e 02 à Emenda 06 e a Emenda nº 14).

 

O SR. LUIZ BRAZ (Esclarecimento): Na Subemenda nº 2 à Emenda nº 6, de autoria do Ver. Lauro Hagemann, no parágrafo 1º do art. 14 na modalidade "percorrendo bairros". Não encontrei na legislação essa modalidade "percorrendo bairros". Então, esta Subemenda fica, na verdade, prejudicada, porque ficaria solta dentro da lei, não tem onde se apoiar dentro da lei.

 

O SR. PRESIDENTE: Não compete à Mesa, neste momento, entrar no mérito - isso é mérito. A questão é técnica, no caso, técnica-legislativa, regimental. A Emenda nº 6, aprovada, prejudica a Emenda nº 14. O aspecto levantado pelo Vereador precisava ter sido discutido no mérito, durante o processo de discussão.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA: Está presente o Ex-Vereador Adão Eliseu de Carvalho, um ilustre Parlamentar. Gostaríamos de vê-lo participando da Mesa.

 

O SR. PRESIDENTE: É uma bela lembrança, saudamos o Vereador e o convidamos a integrar a Mesa.

Em votação a Emenda nº 6. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, contra o voto da Vera.. Anamaria Negroni.

 Em votação a Subemenda nº 01 à Emenda nº 06. Em votação. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADA.

Em votação a Subemenda nº 2 à Emenda nº 6. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Prejudicada, portanto, a Emenda nº 14.

Solicitamos ao Sr. 1º Secretário que faça a leitura da Emenda nº 07

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: (Lê a Emenda nº 07 e a Subemenda 01 à Emenda nº 07.)

 

O SR. NEREU D'ÁVILA (Esclarecimento): A Subemenda prevê dez anos em vez de oito. A minha indagação é que, se aprovado oito anos, depois esta não prejudica a de dez? A intenção da Casa seria de aprovar esta Emenda menos os oito e aprovasse os dez depois, só que o método de votação restringe esta nossa intenção.

 

O SR. PRESIDENTE: A subemenda nº 01 resguarda esta situação, porque muda de oito para dez. Aprova a Emenda, e logo a subemenda. A Emenda são oito anos, mas na Subemenda passa para dez anos.

Em votação a Emenda nº 07 ao PLL 160/97. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Em votação a Subemenda nº 01 a Emenda nº 07. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: (Lê a Emenda nº 08.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda nº 08. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa). APROVADA.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO : (Lê Emenda nº 9.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda nº 9. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa). APROVADA.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: (Lê Emenda nº 10.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda nº 10. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: (Lê a Emenda nº 12.)

 

O SR. HÉLIO CORBELLINI (Esclarecimento): Já que vamos votar a Emenda nº 12 eu gostaria, se possível, de um esclarecimento de quem a subscreve, ou seja, do Ver. Luiz Braz, sobre o que é que quer dizer um "laudo técnico firmado por profissional habilitado, com a correspondente ART". Que tipo de "profissional habilitado" é que vai dar o laudo para as camionetas? É Engenheiro Mecânico, é Engenheiro Elétrico, é Arquiteto? Há técnico especializado nesta área. É mais para saber o que estamos votando.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Adeli Sell está com a palavra para esclarecer a questão.

 

O SR. ADELI SELL: Inicialmente, nós tínhamos conversado com o pessoal do Corpo de Bombeiros e a Emenda era específica ao Corpo de Bombeiros, mas, conversando com técnicos e com representantes da Secretaria, achamos que poderíamos ter problemas de legalidade. Então, qualquer profissional na área de engenharia elétrica, com essa especificação dada pelo CREA, poderá fornecer o laudo técnico. Nós vamos dar uma valorização ao Corpo de Bombeiros, mas a nossa preocupação foi a de não infringir a lei.

 

O SR. PRESIDENTE: Só para esclarecer, o laudo técnico seria dado pela profissão com competência para tal, atestada pelo CREA - Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura, Agronomia, Geologia e Geografia. E a ART significa Anotação de Responsabilidade Técnica. Em geral, para esses casos, são engenheiros mecânicos e eletricistas ou de segurança, que têm cursos especializados.

Em votação a Emenda nº 12 ao PLL 160/97. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

A Emenda nº 14, ficou prejudicada com a aprovação da Emenda 06.

Nós encerramos a votação do primeiro Projeto da tarde, porque as outras Emendas foram retiradas.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES (Questão de Ordem): Sr. Presidente, face à Comissão de Constituição e Justiça elaborar a Redação final, indagaria o conteúdo da Emenda Lauro Hagemann que votei contra, apenas para esclarecer: ela coloca que haverá dois pontos fixos por bairro?

 

O SR. PRESIDENTE: V. Exa. se refere a Subemenda 2 à Emenda nº 06.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Significa dizer, Sr. Presidente, que tantos bairros quanto possuir Porto Alegre, terão dois pontos fixos, ou apenas dois pontos fixos na Cidade.

 

O SR. PRESIDENTE: Na modalidade " percorrendo bairro" , quer dizer, dentro do mesmo bairro, em qualquer um de seus lugares, para exercício da atividade, em no máximo, dois pontos para o mesmo bairro. Onde deverá ficar estacionado o veículo, em horários não-conflitantes.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Isso levaria ao entendimento de que o permissionário teria na Cidade apenas dois pontos fixos?

 

O SR. PRESIDENTE: Por bairro.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Então, isto significa dizer que cada permissionário poderá ter dois pontos fixos, tantos quantos sejam os bairros. Está confuso.

 

O SR. PRESIDENTE: Esse assunto está vencido.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Apenas estou questionando porque vamos para a Redação Final.

 

O SR. PRESIDENTE: Acrescente-se na Emenda 6 a redação do Parágrafo 1º, do art. 14 a palavra "proprietário". Após a palavra "proprietário" a seguinte expressão: (Lê:) " Quando o comércio for desenvolvido em veículo automotor, será concedido um alvará ao seu proprietário, na modalidade de percorrer o bairro, para o exercício da atividade de em no máximo dois pontos para o mesmo bairro, onde deverá ficar estacionado o veículo em horários não-conflitantes. Respeitada a distância mínima de 100m entre um veículo e outro, bem como estabelecimentos fixos e ambulantes, devidamente licenciados, que vendam artigos similares.”

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Eu agora entendi. Só que talvez eu esteja pensando o que não esteja pensando a maioria da Casa e o autor da Emenda. Eu entendo que todos os bairros terão dois pontos fixos para cada alvará. Eu estou satisfeito.

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI (Esclarecimento): Data vênia outros entendimentos, mas eu não entendo que a Emenda nº 14, apresentada por mim seja prejudicada pela Emenda nº 6, porque o que estamos solicitando são coisas diferentes.

 

O SR. PRESIDENTE: Esse assunto está vencido. Não há como retornarmos a um assunto votado. O que nós esclarecemos ao Ver. Elói Guimarães foi com relação à Redação Final que fica a cargo da Comissão de Constituição e Justiça. Nesse caso V. Exa. não falou no horário apropriado. Infelizmente pois teríamos o máximo prazer em atender.

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Nós vamos ter que esclarecer isso, quando lei, nós retornaremos a esse assunto. Grata.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Eu sei que esse assunto está vencido, mas para preservar a qualidade de nosso trabalho legislativo, preocupou-me a questão levantada e não sei se há maneira de verificarmos. Parece que não há. Mas, nesse raciocínio puxado pelo Ver. Elói Guimarães, cada pessoa teria direito a dois pontos por bairro. Como há mais de oitenta bairros na cidade, cada permissionário teria cento e sessenta pontos na cidade. Parece-me que, realmente, houve algum problema de redação. Mas concordo com V. Exa. que, com a inteligência que lhe caracteriza, já disse que o assunto está vencido. Mas alerto para o problema.

 

O SR. PRESIDENTE: Não temos outra saída, agora, a não ser enviar para a Comissão de Constituição e Justiça.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES (Requerimento): Sr. Presidente, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, gostaríamos de requerer que fossem chamadas as Comissões Conjuntas para apreciar o Parecer sobre a permuta de área para o projeto do Shopping Cristal. Foi feito um grande esforço durante a tarde de hoje, em conjunto com o Ver. Reginaldo Pujol. no sentido de construir esse Parecer, visto que as comunidades da Vila Campos do Cristal se deslocaram à Câmara de Vereadores a informação de que o Parecer seria votado hoje.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Renato Guimarães. (Pausa.) O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, devo dizer, desde logo, ao Ver. Reginaldo Pujol, que não estou encaminhando com raiva, que também não tenho raiva, mas tenho as minhas contrariedades. Eu acho que é um Projeto da mais alta relevância. Eu sei que trinta e três Vereadores querem o Shopping Cristal, mas, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Requerimento do Ver. Renato Guimarães não me dá esperança de que a coisa seja votada em conformidade. Eu imaginava que seria indicado o Relator-Geral, já que o Requerimento de Urgência foi aprovado, mas eu também imaginava que, pela importância do Projeto, fosse distribuída uma cópia dele para todos nós, com tempo suficiente para o seu estudo. Eu não imaginava que, dentro dos próximos 37 minutos, teríamos que votar. E o Parecer ainda deve ser distribuído.

 Algumas coisas eu não consegui entender no pronunciamento do Ver. Gerson Almeida: por exemplo, quando ele falou que a Prefeitura vai fazer, ou não, estradas. Também não entendi se é a Multiplan que vai pagar o alargamento da Diário de Notícias. Não é possível votar essas coisas da forma como estão sendo votadas. Apelo ao bom senso para que se faça a distribuição, a todos os Vereadores, do Parecer do Ver. Reginaldo Pujol. Na sexta-feira, poderemos, então, convocar as Comissões Conjuntas.

 Eu não tenho condições nem tempo para fazer uma análise correta do Projeto. Não podemos proceder dessa maneira. O correto seria a distribuição, para exame, do Parecer do Ver. Reginaldo Pujol.

 Volto a dizer o que disse na segunda-feira: é estranho, Sr, Presidente e Srs. Vereadores, muito estranho, que os que prometeram mandar o Projeto para esta Casa em prazo hábil, tenham levado cinco meses e meio para fazê-lo; tenham, na segunda-feira, pedido urgência, e, na quarta-feira, no término da reunião, tenham pedido as reuniões Conjuntas, quando nós só votamos um Projeto. Eu não aceito esse tipo de coisa! O correto, o sensato, o digno, o honrado é distribuir o Parecer do Ver. Pujol, que não está sequer impresso. Talvez agora já esteja sendo distribuído. Assusta-me, também, a pressa com que se distribui.

Este não é o momento para uma análise. Eu não estou preocupado com quem está aqui ou com quem não está aqui. Para mim só existe o certo e o errado. Essa pressa é muito errada. Eu ainda acredito no bom senso dos Srs. Vereadores: acredito que o processo vá tramitar com um pouco mais de calma e que nós vamos receber o Parecer do eminente Ver. Reginaldo Pujol. Sem raiva, Ver. Reginaldo Pujol, mas com muita tranqüilidade, nós vamos examiná-lo na sexta-feira. Nós analisamos apenas um Projeto hoje. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Luiz Braz para encaminhar.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vou pedir a atenção das Lideranças do PT. O Ver. João Dib tem razão na sua manifestação. Ver. Gerson Almeida, pediria a V. Exa. que pudéssemos conduzir este processo de uma maneira a não atropelar nenhuma bancada e nenhum Vereador desta Casa.

A minha sugestão, Ver. João Dib, é que possamos abrir os trabalhos das Comissões Conjuntas, pede-se vista do processo, porque é possível, nós todos teríamos tempo suficiente para tomarmos conhecimento do Parecer do Ver. Reginaldo Pujol, e na sexta-feira estaríamos prontos para votar o parecer na Comissão Conjunta. Haveria tempo suficiente para que os Vereadores, numa Sessão, ainda dentro do prazo normal, até o dia 15, - segunda, quarta ou Sexta -, votassem o Projeto sem qualquer atropelo. Não há porque atropelarmos tudo, fazendo com que esta votação se dê agora, sem que nenhum Vereador conheça o Parecer do Ver. Reginaldo Pujol. Podemos abrir a reunião das Comissões e vamos, com um pedido de vista, fazer com que os Vereadores da Casa possam tomar conhecimento desta matéria.

Acho que assim todos vão se sentir contemplados, não vou-me sentir atropelado, vou poder votar a matéria, conhecendo o que vou votar e, de repente, fazendo com que este Projeto, que é muito importante, que envolve a vida de muitas pessoas, de muitas famílias, possa ser votado com muita consciência, sem que nós, aqui, sejamos acusados de prejudicar ou de beneficiar, mas faremos justiça, dentro deste Projeto, que é bastante audacioso, principalmente votado no final de ano legislativo. Eu apelaria, tanto ao Ver. João Dib como aos Vereadores do PT, para que abríssemos a Reunião Conjunta das Comissão, mas não votássemos nada. Apenas solicitaríamos vista ao Processo para que todos os Vereadores pudessem ler, com tranqüilidade, o Parecer. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Renato Guimarães, para encaminhar.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em nenhum momento a atitude da nossa Bancada e a atitude do Ver. Reginaldo Pujol foi de atropelar esta Casa ou algum Vereador na discussão desse Projeto sobre o Shopping Cristal. Nós já tivemos debates por mais de seis meses sobre este Projeto. As posições em inúmeras vezes já foram colocadas. É bom que se explique que não estamos votando o Projeto; nós iremos discutir e votar apenas o Parecer Conjunto. O Projeto terá que vir à discussão deste Plenário para ser discutido por todos os Vereadores, para, após, ser votado. Dizer aqui que a nossa intenção é a de atropelar algum Vereador ou este Plenário não se justifica.

Às duas horas da tarde, no início desta Sessão, todos os Vereadores da Casa presenciaram a vinda da comunidade da Campos do Cristal, que veio à Casa para acompanhar esta discussão. Essa comunidade permanece até às 19h30min aqui, com a esperança de que venhamos discutir e deliberar sobre esse Parecer. Se é o entendimento da grande maioria desta Casa de que se abra o debate desse Parecer, mas que a votação dele aconteça em outro momento, eu acho que é um bom entendimento, mas essa comunidade tem, pelo menos, o direito de ver o que ela aqui veio ver: a abertura do debate. Esse, sem sombra de dúvida, é o dever do Vereador, independente de a sua posição sobre esse Parecer. Parece-me que a noite está apenas começando, se é por aí que vamos levar a questão. Se é uma cobrança individual a este Vereador, não me importo de discutir e votar esse Parecer, já que nele queremos nos aprofundar, até a meia noite se for preciso. Acredito que a cobrança não é por aí. Eu acho que todos sabem do nosso dever.

Mas se é o entendimento da Casa que se abra esse debate e se conclua em um outro momento, para que os Vereadores conheçam o Parecer que estamos discutindo há 6 meses, é de minha concordância. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador. )

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu tenho que falar nesta hora, porque desde o momento em que se instalou esta discussão eu pretendia me manifestar, porque, afinal de contas de uma hora para outra o meu nome está em jogo. Está parecendo que o Ver. Reginaldo Pujol está tentando dobrar os seus companheiros de representação popular para que façam alguma coisa de afogadilho, sem as devidas cautelas. Todas as matérias que passam nesta Casa têm que ser examinadas. Eu estou fazendo estas colocações iniciais para dizer o seguinte: no dia de ontem eu fui informado que o Ver. João Dib não aceitou ser o Relator conjunto dessa matéria, que era a proposição que eu havia feito no sentido de que, tal ocorresse, eu queria a sua contribuição nesse Projeto.

 De outro lado, Sr. Presidente, eu tinha a informação, porque vivenciei os fatos que esta Casa, por 22 votos a 5, entendeu que essa matéria estava madura, em condições de ser objeto da decisão de parte deste Legislativo. Eu não me justifico com ninguém para dizer que eu nunca fui de sentar em cima de Projeto, eu nunca fui de retardar Projeto de nenhuma ordem. Então, esbocei esse Parecer, e, hoje, à tarde, quando cheguei aqui, vi que esta Casa estava repleta de pessoas interessadas em ver essa matéria encaminhada. Nessas condições, eu providenciei em colocar no papel as anotações que tinham que ser feitas para que ele fosse, se caso assim determinado, objeto da decisão aqui da Casa. Isso não implica que nós queremos que os Vereadores, se tiverem dúvidas, não utilizem os expedientes regimentais que lhes são acessados.

Há poucos dias, em matéria também controvérsia, na Comissão de Justiça, eu decidi, com o meu voto, o direito que as pessoas têm, quando queiram dele se utilizar, de requerer vistas sobre os pareceres que são submetidas as Comissões individualmente ou em conjunto. Então, o que quero dizer a todos é que a minha parte, o que me foi solicitado, a minha opinião, no papel, eu fiz com a responsabilidade de meu mandato. Não quero que ninguém aprove ou deixe de aprovar a minha proposição se tiver alguma dúvida. O que eu culminaria por dizer é que a proposta do Ver. Luiz Braz, de que se abra a discussão sobre esse assunto e que se assegure aqueles que tenham dúvidas sobre a matéria, de utilizar os expedientes regimentais que o caso comporta, que seja utilizada, como, de fato, deve ser utilizada em qualquer circunstância. É verdade que a colocação desse Parecer em votação, pareceu de afogadilho na medida em que, aí me permite o Sr. Presidente que eu o reconheça, houve um equívoco. Não se coloca um Parecer Conjunto em discussão sem antes ser entregue a cópia do mesmo aos Vereadores que vão decidir. É o mínimo que se pode pretender. Nesse particular o Ver. João Dib, que foi o que mais protestou, tem razão, apesar de que, tardiamente, enquanto ele ocupava a Tribuna, eram distribuídas as cópias do Parecer, que já devem estar na sua mão, como nas de todos os Vereadores.

Então, quero dizer que o autor deste Parecer não tem o menor interesse de que esta matéria possa ser motivos de açacadilhas de qualquer ordem. Que esta Casa delibere sobre ela com a tranqüilidade que teve de deliberar sobre todas as matérias importantes sobre ela emitidas. Nós colocamos sucintamente, neste Parecer, aquilo que é a nossa opinião, fruto da observação de tudo que observamos durante esse ano inteiro.

No nosso entendimento - por isso fomos um dos 22 que votamos a favor da urgência - a matéria está madura para ser votada. E protelá-la seria um ato de irresponsabilidade do qual nós não iríamos partilhar. Isso não implica não se dar o direito àqueles que discordam de nós de esgotar os expedientes regimentais que lhe foram facultados, para usá-los da forma que lhe aprouver.

Nesta linha, Sr. Presidente, eu fico solidário, inteiramente, com o Ver. Luiz Braz. Se há uma discussão e se alguém entender de solicitar vistas sobre este Parecer, que o faça, porque assim lhe autoriza o Regimento da Casa. Nada de afogadilho; mas, também, nada de protelação. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Esta Presidência quer esclarecer ao Ver. Reginaldo Pujol que também foi pega de surpresa, senão já teria distribuído o Parecer.

 Com a palavra o Ver. Fernando Záchia para encaminhar o Requerimento do Ver Renato Guimarães.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores quando o Ver. Renato falava, eu, como Vereador de segundo mandato nesta Casa, ficava pensando: o Ver. Renato, com a sua inteligência, está-nos ensinando a legislar, quando o Ver. Renato dizia que se tivermos que ficar até a meia-noite para que possamos aprofundar uma matéria de extrema importância para a Cidade, de extrema importância para as pessoas, certamente nós ficaríamos.

Só que essa é a proposta e idéia de toda esta Casa ao longo dos últimos 6 meses, nunca, em momento algum, esta Casa se furtou, dentro da sua normalidade, de trabalhar e aprofundar uma matéria que para todos os Vereadores, sem exceção, é de extrema importância, tanto é que esta Casa queria uma Comissão Especial para fazer isso. Que essa Comissão pudesse aprofundar para não acontecer o que está acontecendo, votarmos um relatório, um Parecer extremamente importante de uma maneira despreparada. Eu preciso, no mínimo, ler, confrontar o Projeto, para que não estejamos no final do ano Legislativo cometer um erro como cometemos agora, como cometemos recentemente nesse Projeto aprovado, que vai dar problema na Redação Final. Tudo isso é pelo afogadilho da questão, é pela necessidade de esvaziarmos as gavetas, nós temos de aprovar 30/ 40 projetos até o final do ano.

Quando o Ver. Nedel me dizia que está sendo desrespeitado um acordo, eu concordo inteiramente com ele. No início da Sessão, num esforço da Presidência da Mesa, a qual respeito, mas mostrou na prática que não funcionou. Passamos a tarde toda, são 17h42min e só votamos um Projeto, e temos mais 17 Projetos na Ordem do Dia. Um projeto que é importante para a nossa Cidade como os outros 16, só que no entendimento deste Vereador, parece que este Vereador entendeu na reunião, de ontem, da Mesa, com as Lideranças, é que nós faríamos um esforço concentrado de limparmos a Ordem do Dia ao máximo que podemos. Ao contrário, esse esforço concentrado resultou somente na discussão e na votação de um Projeto. Interrompemos um processo de votação para que nós, numa Reunião Conjunta, possamos organizar um Parecer de uma maneira rápida.

Ora, Ver. Renato, ficaremos com prazer até à meia-noite, mas eu queria ficar dentro do tempo normal, do processo normal, dentro das Sessões de segundas, quartas e sextas, não havendo a necessidade de fazer as Extraordinárias, não havendo a necessidade de avançar no horário, isso que eu queria. Eu tenho a certeza que toda esta Casa queria, mas por diversas razões que não nos compete agora discutir, não ficamos.

Não vai ser de afogadilho que este Vereador vai votar um Parecer de uma maneira precipitada. Somo-me à proposta do Vereador Luiz Braz para abrir a Comissão, pedir vista para poder votar na sexta-feira e retomarmos a Ordem do Dia, porque existem mais dezesseis projetos também de importância para a Cidade, como esse da Vila do Cristal. São Projetos do interesse do cidadão de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães, para encaminhar.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, duas ordens de preocupação domina o debate; a primeira, liderada pelo Ver. João Dib diz respeito a necessidade de tempo para examinar o Parecer, e a outra ordem de preocupação ocorre no Partido do Governo para que os prazos regimentais sejam colocados dentro do tempo que dispomos para votar esse tipo de matéria, ou seja, a conclusão do ano legislativo, o início do recesso.

Eu estive fazendo uma análise e um levantamento de tempo e acredito, Vereadores Reginaldo Pujol e João Dib, que nós podemos reunir sexta-feira as Comissões Conjuntas, concedendo-se a referida vista, então vai para a segunda-feira; mais quarenta e oito horas para o ingresso na Ordem do Dia e iremos para quarta-feira; pedida a Renovação de Votação passa para sexta-feira. Parece-me que diante dessas observações é possível levarmos a matéria para sexta-feira, porque teremos condições e tempo para, na forma do Regimento, observando todos os incidentes regimentais, vencer essa matéria que é importante sob o ponto de vista do Governo, da Cidade e dos moradores que essa questão se defina no presente ano legislativo, e há possibilidade que se reuna as Comissões Conjuntas na próxima sexta-feira.

Na sexta-feira não haverá nenhum problema de ordem técnica do ponto de vista dos prazos para se vencer a matéria dentro deste final de ano legislativo. Estaremos a justas, procedentes e fundadas razões defendidas pelo Ver. João Dib. Por outro lado há tempo para que se resolva essa matéria até o dia 15, quando se inicia o recesso parlamentar. Dá para se conciliar essas duas ordens de preocupações: a questão da análise pretendida pelo Ver. João Dib; e por outro lado, há tempo para que se vença a matéria até dia 15. Parece que está colocada a preocupação do Governo: jogar essa matéria para o ano que vem traria dificuldades imensas. Por certo, alguém pedirá vistas. Conceda-se vistas para que o Regimento, na sua plenitude, seja observado. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. GERSON ALMEIDA (Esclarecimento): Eu havia pedido inscrição para encaminhar em nome da Bancada do PT, mas já foi encaminhado, como autor, pelo Ver. Renato Guimarães. Quero dizer que os encaminhamentos do Ver. Elói Guimarães e do Ver. Luiz Braz me satisfazem plenamente.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Eu devo dizer o seguinte: quando fui à tribuna, eu não tinha o Parecer do Ver. Reginaldo Pujol e uma das preocupações que eu tinha é que a lei cita o valor de sete milhões e seiscentos e vinte e dois mil reais, que caberiam à MULTIPLAN, contra a valorização do terreno da Prefeitura que é de dois milhões e novecentos mil e não tem retorno. Mas o contrato não está vinculado na lei e não foi analisado o Parecer. Os outros valores que aqui estão, que são de três milhões e setecentos e quatro mil reais, isto não tem. A melhor proposta é a do Ver. Elói Guimarães, que, na sexta-feira, nós poderíamos fazer uma análise completa.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa suspende os trabalhos por alguns minutos, a pedido das Lideranças.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 19h50min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às19h52min): Estão reabertos os trabalhos da presente Sessão.

Em votação nominal, por solicitação do Ver. Clovis Ilgenfritz, o Requerimento de autoria do Ver. Renato Guimarães que solicita Reunião Conjunta das Comissões para apreciar o Parecer relativo ao Processo de permuta da área do Shopping Cristal. (Após a chamada.) APROVADO o Requerimento por 20 votos SIM e 09 votos NÃO.

Estão suspensos os trabalhos para reunião conjunta das Comissões Permanentes.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 19h56min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 20h16min): Estão reabertos os trabalhos.

 

DISCUSSÃO GERAL

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 2594/97 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 002/97, de autoria do Ver. João Motta, que acrescenta Seção IX ao Capítulo I do Título IV - da Ordem Social e Cidadania - da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. (Cultura Indígena)

 

Obs.:

- discussão geral nos termos do Art. 130, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia por força do Art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão, em 3ª sessão, o PELO nº 002/97. (Pausa.) Não havendo quem queira discutir, encerrada a discussão.

 

VOTAÇÃO NOMINAL

 

1º TURNO

 

PROC. 3154/97 -  PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 003/97, de autoria do Ver. Décio Schauren, que altera o art. 82 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre (quorum de maioria qualificada para alteração de denominação de logradouros).

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA, em ambos os turnos - art. 130, § 6º, do Regimento da CMPA;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.                   

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. João Motta, adiamento da votação, em 1º Turno, por uma Sessão do PELO nº 003/97. Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO o adiamento.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 2424/97 -  PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 015/97, de autoria do Ver. Luiz Braz, que altera o art. 8º da Lei Complementar nº 320, de 02 de maio de 1994, que dispõe sobre a denominação de logradouros públicos, e dá outras providências. Com Substitutivo nº 01. Urgência.

 

Parecer Conjunto

- da CCJ, CUTHAB e CECE. Relator-Geral Ver. Décio Schauren: pela rejeição do Projeto; Relator-Geral Ver. João Motta: pela aprovação do Substitutivo nº 01.        

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - Art. 82, § 1º, I, da LOM.                                                                          

 

O SR. PRESIDENTE:. Em discussão o PLCL nº 15/97. (Pausa.) Não havendo que queira discutir encerrada a discussão.

Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Luiz Braz, de adiamento, por uma sessão, da votação. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO o pedido de adiamento.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 1432/97 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 088/97, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que proíbe as lutas de vale-tudo, em todas as suas modalidades, no Município de Porto Alegre e dá outras providências.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. João Dib: pela rejeição do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. José Valdir: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Décio Schauren: pela aprovação do Projeto;

- da COSMAM. Relator Ver. Cláudio Sebenelo: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- adiada a discussão por uma Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 88/97. Não havendo quem queira discutir, encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO com a abstenção do Ver. João Dib e o voto contra do Ver. Gerson Almeida.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 1732/97 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 108/97, de autoria do Ver. Paulo Brum, que obriga os hotéis e motéis estabelecidos no Município de Porto Alegre a adaptarem suas instalações, a fim de garantir o acesso de pessoas portadoras de deficiência, e dá outras providências. Com Emendas nºs 01, 02 e 03.

 

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Antônio Losada: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 108/97. Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Tenho toda a contrariedade ao Projeto que o Ver. Paulo Brum propõe para que hotéis e motéis estabelecidos no município de Porto Alegre adaptem suas instalações a fim de garantir o acesso de pessoas portadoras de deficiência, e dá outras providências.

Esse projeto pretende que uma parte dos apartamentos, das áreas locáveis de hotéis e motéis seja destinada a deficientes. Não cabe. Não posso eu, dono de hotel, ficar com dois ou três apartamentos que não poderão ser utilizados a não ser por deficientes.

Apenas por isso voto contrariamente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Paulo Brum está com a palavra para encaminhar o PLL nº 108/97.

 

O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o voto do Ver. João Dib não me surpreende, porque todos os Projetos que apresentei, que buscam a integração do cidadão portador de deficiência à sociedade S. Exa. votou contrário. Não me surpreende a sua maneira de encarar a vida. Que V. Exa. tenha uma deficiência e não assuma é um problema seu. V. Exa. não é deficiente?

 

O Sr. João Dib: Deficiente mental não.

 

O SR. PAULO BRUM: Quer dizer que eu sou deficiente mental?

 

O Sr. João Dib: Eu não disse isso.

 

O SR. PAULO BRUM: Então, V. Exa. não faça essa colocação. Aqui é portador de deficiência física. Não vou dar aparte, Vereador. Me respeite.

 

O SR. PRESIDENTE: Peço ao orador que não se dirija diretamente ao Vereador, porque poderá provocar reações e estamos tentando levar os trabalhos de tal maneira que a razão predomine sobre as emoções.

Devolvo a palavra ao Ver. Paulo Brum.

 

O SR. PAULO BRUM: Este Projeto foi discutido com os dois maiores interessados. O Sindicato dos Hoteleiros de Porto Alegre é totalmente favorável a este Projeto. No momento em que protocolamos o Projeto esteve o Vice-Presidente, o Ritter, em meu gabinete e ele, imediatamente, adaptou o seu hotel para receber os portadores de deficiência física.

Os Senhores sabem as dificuldades que têm uma pessoa que usa cadeira de rodas, para entrar num banheiro, num hotel, num motel, num restaurante e até na Câmara Municipal. O nosso Presidente, sensibilizado com esse problema adaptou os nossos banheiros para que todos os deficientes possam ter maior conforto.

O Hotel Ritter adaptou dois apartamentos, e para a nossa satisfação nos disse que está sempre lotado. Agora, ele tem uma clientela que não tinha antes.

 

Eu poderia dizer tantas coisas, mas vou ler o modesto parecer do Ver. Adeli Sell. (Lê.)

"É impossível aos normais apreender os dilemas que se colocam diuturnamente aos seus irmãos portadores de deficiência.

Imagine-se, você que atravessa a rua, desabaladamente, para tomar um táxi ou um ônibus, fazendo o mesmo trajeto numa cadeira de rodas. Não, você deve ter sentido um colapso, mas o seu temor não alcançará jamais a dimensão de estar numa cadeira de rodas. No mundo, há pouco lugar para o diferente, mas sobra espaço ao preconceito, à má vontade e desdém".

Neste belo parecer, depois, vem a parte técnica, com a Comissão de Economia e Finanças, pela aprovação, por unanimidade. Deixa-nos bastante tranqüilos, Sr. Presidente, na certeza de que mais uma vez esta Câmara vai estar atenta aos anseios dos cidadãos portadores de deficiência. Não estamos nunca legislando em função de privilégios, pois uma vez me disseram que era privilégio. É privilégio estar em uma cadeira de rodas, não enxergar, não falar, não ouvir? Isso é privilégio? Se tivermos que fazer uma lei para beneficiar um cidadão portador de deficiência, com certeza nós a faremos e estaremos ajudando na integração dessa camada à sociedade porto-alegrense, à sociedade brasileira e ao mundo de convívio como todos normais que somos.

Com certeza somos normais, mas queremos que o Estado, a Nação, o Município nos dê igualdade, nos dê mecanismos que nos possibilitem lutar de maneira igual. Por isso, Srs. Vereadores, peço que este Projeto tenha a aprovação por unanimidade, com o voto contrário do Ver. João Dib. Muito obrigado.                                    

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal, a Requerimento do Ver. Clovis Ilgenfritz, o PLL 108/97.

Solicito ao Sr. 1º Secretário que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação.

 

O Sr. 1º Secretário: (Procede à chamada nominal.)

 

O SR. PRESIDENTE: (Após a chamada.) Por 20 votos SIM e 01 voto NÃO está APROVADO o PLL nº 108/97.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, acredito que as duas horas de prorrogação da nossa Sessão já se esgotaram. Nós já conseguimos, nesta tarde, aprovar inúmeros projetos. São 20h30min e nós já estamos exagerando.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Reginaldo Pujol, nós temos três Emendas desse Projeto para serem votadas. A Mesa pede vênia. Pelo tempo regulamentar, nós temos ainda cinco minutos. Pedimos para votar as três Emendas antes que se esgote o tempo. Todas as Emendas são de aperfeiçoamento e adequação às normas técnicas.

Em votação a emenda nº 1 ao PLL 108/97. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, contra o voto do Ver. João Dib.

Em votação a emenda nº 2 ao PLL 108/97. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, com o voto contrário do Ver. João Dib.

Em votação a emenda nº 3 ao PLL 108/97. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, com o voto contrário do Ver. João Dib.

Queremos dizer aos Srs. Vereadores que nos sentimos contemplados, pelo menos, com parte do que estava previsto. Temos a proposta que foi encaminhada ontem, pela reunião de Mesa e Lideranças, que poderemos fazer Sessões Extraordinárias, apenas para correr pauta na sexta-feira, o que poderá acontecer também na segunda-feira. E, se for necessário, um esforço concentrado durante toda a próxima semana, fazendo Sessões Plenárias Extraordinárias, às terças e quintas-feiras pela manhã.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Quero informar à Casa que o Projeto de Lei do Shopping Cristal estará na minha mesa - já que é vista conjunta - à disposição dos Srs. vereadores, a partir de amanhã às 8 h. Saúde e paz.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib declara que o Projeto estará à disposição, já que é vista conjunta, significa que não haverá outro pedido de vista, após as 24 h que são regulamentares.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, vista conjunta, na verdade, não pode ser isso que foi apregoado pelo Ver. João Dib, porque não pode ele, Ver. João Dib, pegar o Projeto e levá-lo para o seu Gabinete. O Projeto tem que ser copiado e distribuído a todos os Vereadores que são interessados, que são aqueles membros da Comissão. Se é vista conjunta, todos os Vereadores, na verdade, têm que ter o mesmo direito de qualquer outro Vereador da Casa de poder apreciar o Projeto.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, não preciso do Projeto, pois já o conheço, já li, e ele não contém todas as informações que deveria ter sobre os valores que o Executivo deveria ter colocado sobre o Projeto. Como me entregaram, disse que estaria na minha mesa à disposição de todos. Já devolvi.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa recebe o Projeto e coloca aos Srs. Vereadores que assim o desejarem, a possibilidade de amanhã, quinta-feira, tirar cópia. Pedindo, entretanto, se for possível, que façam a revisão para ver se realmente, precisa cópia ou uma passada de olhos e informações, para que possamos fazer economia nessa área, mas sempre garantindo que quem desejar será atendido. Já que o Ver. João Dib devolveu o Projeto, se V. Exa. desejar, a Mesa deixa à disposição.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Tendo em vista que o Ver. João Dib abriu mão de ficar com o processo e, como esse processo está no âmbito das Comissões, como Presidente da Comissão de Constituição e Justiça parece-me que o regimental seria que o expediente ficasse na Comissão de Constituição e Justiça, fossem extraídos cópias e que o original lá permanecesse.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa, sempre bem assessorada pelos próprios colegas, vai tomar essa providência.

Nós temos um pedido de licença do Ver. Isaac Ainhorn, por motivo de luto, assinado pelo Ver. Nereu D'Ávila para a data de hoje. Na Sessão de sexta-feira faremos um minuto de silêncio, com a presença de todos os Vereadores, no sentido de pêsames ao colega Ver. Isaac Ainhorn e seus familiares.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Somente como sugestão, que sejam feitas cópias para as Comissões. Eu, pelo menos, quero solicitar uma para a CEDECONDH, na medida em que ela participa do Projeto do Shopping.

 

O SR. PRESIDENTE: Estará sendo feita cópia para a CEDECONDH. Não há mais assuntos a tratar na tarde de hoje, nós agradecemos muito a presença e o esforço de todos que hoje deram demonstração de espírito público e dedicação às questões da Cidade. Aqueles que nos ouviram ou que nos assistem poderão, às vezes, ficar preocupados com o contraditório que acontece, mas é nesse contraditório que se constrói a democracia.

 O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, quero fazer uma comunicação à Casa de que, no início da tarde de hoje, o Grande Expediente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, foi dedicado, a Requerimento do Dep. Giovani Cherini, a homenagear o Grupo Hospitalar Conceição, Sessão a que eu compareci, não estava credenciado pela Casa, mas fui anunciado como se representante dela fosse. Não tinha essa designação mas, diante da ausência de qualquer outro companheiro, assumi com muita satisfação essa condição, dado que foi uma homenagem muito justa ao Grupo Hospitalar Conceição, que é um modelo de instituição de saúde pública neste País.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa recebe essa comunicação e agradece que V. Exa. tenha assim feito, representando a Mesa e a Casa como 2º. Vice-Presidente, o que para nós foi uma honra, até porque era uma tarefa que nós, outros, tínhamos muita dificuldade em cumprir e V. Exa. o fez por todos. Muito obrigado.

Estão encerrados os trabalhos.

           

(Encerra-se a Sessão às 20h45min.)

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